Professor universitário ensina minibásquete
 
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Professor universitário ensina minibásquete

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altEnsinar basquetebol não me parece assim tão diferente de ensinar Matemática. Conheça o Matemático, Prof. Dr. Jaime Carvalho e Silva e treinador de minibásquete do Olivais. O universo dos técnicos do minibásquete é de uma heterogeneidade enorme.

Este vai dos treinadores experientes, passando por professores, aos animadores de minibásquete. No fim de semana de 25 e 26 de Outubro, nas minhas andanças pelo país cruzei-me no Sábado em Aveiro com duas jovens que foram monitoras em jamborees, a Marta do FC Porto e a Inês do Bolacesto a par com o Prof. Carlos Gouveia, experimentado treinador da Liga, a orientar as mini-10 femininas do Illiabum no 3º Primeiro Cesto.

No dia Domingo numa acção de formação reencontrei em Coimbra um dos treinadores de MB, que pela sua jovialidade, disponibilidade para tomar parte nas diversas vertentes do MB, muito me fascina. Cruzei-me com o Prof. Dr. Jaime Carvalho e Silva, professor universitário da Universidade de Coimbra. No final da acção de formação realizada no Pavilhão da PT e antes de Jaime Carvalho Silva se disponibilizar a arbitrar mais uns jogos do “Convívio das MININAS” organizado pela AB Coimbra combinámos uma entrevista para o Planeta Basket.

Quando, com que idade e onde é que começou a sua ligação ao basquetebol?

Na minha juventude não pratiquei basquetebol (pratiquei, não federado, voleibol e badmington). Há cerca de 10 anos (tinha eu uns 43 anos) a minha filha Leonor resolveu começar a praticar basquetebol no Olivais Coimbra (e praticamente metade da turma dela também fez o mesmo) e eu, como Pai, comecei a acompanhar treinos e jogos. Desde essa altura mais três outras filhas fizeram o mesmo.

Sabemos que nunca treinou nenhuma das suas cinco filhas e só quando elas já estavam nos escalões mais avançados é que começou a treinar MB. A que se deve essa vontade ou apelo?

Quando alguém entra num mundo tão interessante e estimulante como o do basquetebol, é natural que além de se ser atleta se queira ser treinador (ou árbitro ou oficial de mesa). Quando se gosta de algo é natural a inclinação para comunicar a outros esse algo. Assim, duas das minhas filhas já fizeram cursos de treinadores e uma, curso de arbitragem. Quando a minha filha Elisa resolveu tirar o curso de treinador resolvi acompanhá-la. Afinal, para melhor discutir os problemas dos filhos não é preciso estar dentro dos assuntos? Agora posso discutir basquetebol com as minhas filhas com algum conhecimento de causa!

Quando acompanha a sua equipa sabemos que não se importa de dormir em escolas, nos colchões dentro de um saco cama. Na sua idade valem a pena esses "sacrifícios"?

Não acho que tal seja um "sacrifício". Não será um luxo, mas há coisas na vida mais importante que os "luxos". Só se pode educar verdadeiramente dando algum tipo de exemplo. Dizemos aos atletas para irem dormir no chão e vamos nós para os hotéis? Afinal o desporto faz bem à saúde ou não? Ou o que "faz bem" é só para os outros? Por outro lado, o acompanhamento permanente dos atletas, além de satisfazer o compromisso de tomarmos conta de jovens que nos foram confiados pelos pais, permite cimentar o espírito de equipa e a necessária autoridade para orientar treinos, jogos ou mesmo tomar decisões difíceis em situações comportamentais.

Neste momento já claramente é um membro da família do MB, mas em sua opinião qual é a mais valia que um olhar experiente mas exterior pode trazer ao MB?

Acho que todas as pessoas, com as suas diferentes experiências, podem trazer muito ao minibásquete. Eu, como Matemático e professor de Matemática, posso contribuir com alguma racionalidade (por exemplo em termos de regras, nem sempre coerentes) espírito de planeamento e com o paralelismo com a aprendizagem de um tema difícil e importante como é a Matemática. Afinal ensinar basquetebol não me parece assim tão diferente de ensinar Matemática (é igualmente difícil...).

Em que clube e que equipa está a treinar este ano?

Tenho estado desde o início da minha "carreira" no Olivais Coimbra e actualmente estou a treinar Minis 12 masculinos. Tenho trabalhado sempre de perto com o Paulo Cordeiro com quem muito tenho aprendido a formar jovens.

O que o cativa neste universo do MB, e o que pensa dos caminhos que o MB de Coimbra e do país estão a trilhar?

Para mim foi uma revelação o curso de treinador de basquetebol (nível I). Foi uma formação de muita qualidade e acho que seria útil a muitas pessoas, mesmo que não fizessem do minibásquete ou do basquetebol uma actividade continuada (e acho que devia ser obrigatório para muitos outros agentes desportivos). As lições de pessoas como Amoroso Lopes, Norberto Alves, Carlos Gonçalves ou Alfredo Robalo foram muito interessantes e mostraram-me um paralelo curioso com a minha experiência de professor de Matemática: a barreira que existe entre o "não saber" e o "saber" é misteriosa, com questões como motivação, trabalho, persistência e (in)disciplina a aparecerem de uma forma estranhamente familiar. Claramente a actividade de minibásquete tem tido um incremento notável a nível regional e nacional e vejo, que cada vez há mais atletas e mais condições para a prática do minibásquete; com um pouco mais de apoio de instituições centrais, regionais e locais poder-se-ia ir ainda muito mais longe. Valorizo muito o que o Comité Nacional de Minibásquete e o Comité Distrital de Coimbra de Minibásquete têm vindo a fazer por este desporto; acho que há condições para avançar de forma sustentada e vir a atingir patamares superiores de qualidade.

Para terminar que pergunta é gostaria que lhe fizessem e que resposta daria?

"Que valor educativo vê no minibásquete na formação dos jovens?" R: Sendo professor de Matemática e formador de professores de Matemática não defendo de modo nenhum que a Matemática seja a única coisa importante na formação dos jovens. Acho que uma actividade física é fundamental e penso que deveriam ser fomentados desportos colectivos como o basquetebol, voleibol ou andebol. São jogos em que uma colaboração efectiva, sistemática e planeada de todos os elementos da equipa é essencial para obter uma vitória. Mais do que querer que o jovem se torne uma enciclopédia ambulante, é importante educá-lo em valores, conhecimentos e comportamentos úteis para a sua plena integração na sociedade mais tarde como adultos. Vejo com bons olhos a constituição sistemática de equipas desportivas, de modalidades como as que citei, em todas as escolas portuguesas que competiriam em campeonatos regionais e eventualmente nacionais. A estruturação que o minibásquete atingiu actualmente, faz dele um desporto de eleição para a educação dos jovens entre os 6 e os 12 anos.

 

 


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