Com a dedicação e empenho de uma equipa organizativa extraordinariamente envolvida nesta missão, concretizou-se a 4ª edição da Festa Nacional do Minibasquete. Sinais positivos sem dúvida,

bem como matéria para reflexão sobre qual o passo seguinte a esta Festa.

A Festa do Basquetebol Juvenil é hoje unanimemente aceite como um evento onde é possível aferir o estado do trabalho de formação a nível nacional. Constatamos o que se fez, percebemos como as várias seleções alcançam resultados ou expressam dificuldades em alcançá-los, percebemos claramente qual a filosofia do trabalho com seleções distritais. É assim possível fazer um ponto da situação, um enunciar de dificuldades e eventuais estratégias para melhorar o processo.

Relativamente à Festa Nacional do Minibasquete parece-me importante fazer algo idêntico, pensando nos atletas que revelaram potencial para a modalidade: identificá-los, avaliá-los, observá-los e, porque não, desenvolver o seu potencial com mais recursos técnico-táticos?

Ao contrário do que muitos possam pensar o Minibasquete não se resume à apreciação redutora de que seja apenas uma atividade lúdica. Aliás, permitam-se referir que se de lúdico apenas se tratasse provavelmente não tínhamos tantos atletas envolvidos em trabalhos de seleção nacional que passaram por Jamborees e até pela Festa do Minibasquete. Por outro lado, permitam-me enaltecer a importância do carácter lúdico como grande argumento para conseguir fidelizar crianças a esta actividade desportiva, em detrimento de outras com elevado valor mediático e competitivo. Gostar é determinante para se fidelizar uma criança. Fidelizado poderemos oferecer-lhe a competição que entendemos ser a melhor para ela e não para alimentar a sede competitiva dos adultos.

Há muita actividade feita no Minibasquete que possibilita aos treinadores investirem na forma como ensinam o jogo, como ensinam a técnica individual e como a enriquecem. O Memorial Mário Lemos é um exemplo, os Jamborees são igualmente prova, a Festa do Minibasquete prova evidente. Os atletas aí presentes certamente resultam de boa captação, fidelização e trabalho dos clubes. Mas há poderemos igualmente fazer algo mais que possa contribuir para verdadeiramente identificarmos talentos e valorizarmos ainda mais o já de si bom trabalho dos Seleccionadores Nacionais.

Talvez tenha chegado a altura de podermos experimentar algo parecido a Collel, onde treinadores de formação com valor, atletas com potencial e uma coordenação técnica ciente do quer observar e trabalhar, poderão valorizar as “estrelas” de Paços de Ferreira. Provavelmente um passo como este, poderá unir mais pessoas em redor daquilo que todos queremos valorizar – O Jogador Português. Certamente uma ideia a reter, um projeto a pensar por quem realmente queira assumir servir o Basquetebol Nacional.