Férias são férias, mas nem o bom tempo e a minha situação profissional a convidar o prolongar do descanso, impossibilitaram, que em Setembro recomece,

logo desde o início, a minha colaboração com o Planeta Basket, pois compromissos são compromissos.

Agosto foi para mim um mês carregado de emoções, relacionadas com a saúde cada vez mais frágil dos meus pais, ambos nos meados dos 90 anos e com a alegria do nascimento da minha primeira neta. É o ciclo da vida. Contudo nem as emoções, do que é verdadeiramente importante na vida, me impediram de estar atento ao que foi acontecendo no universo do basquetebol, nomeadamente nos diversos campeonatos da Europa, principalmente dos escalões mais jovens.

A minha idade e a preocupação de olhar, não emocionalmente, e um pouco mais para além dos resultados obtidos este verão, levam-me a escrever hoje e nos próximos artigos, não uma avaliação exaustiva dos resultados, mas algumas reflexões e sugestões que possam, na minha perspetiva, contribuir para a melhoria da prestação das seleções mais jovens.

Já o afirmei noutras ocasiões é necessário alterar procedimentos e saber avaliar comportamentos, pois apenas por absurdo é que podemos pensar, que em circunstâncias idênticas, as mesmas soluções conduzam a resultados substancialmente diferentes.

No entanto, e para primeira achega a este conjunto de reflexões, que irei publicar, gostaria de retomar o meu artigo Sinais contraditórios de 11 de Setembro de 2012 e atualizar o quadro então publicado, para a partir destes dados tecer várias considerações.

Será a partir deste quadro, que abarca um período de seis anos, e não de situações pontuais e circunstanciais, que vou tecer algumas considerações e dar sugestões, que longe das questões eleitorais e do dizer mal por dizer, possam de alguma forma contribuir para uma avaliação serena das causas da evolução, estagnação ou retrocesso da prestação das nossas seleções dos escalões mais novos.

Quando se olha para o quadro publicado uma pergunta e duas conclusões imediatas me saltaram à vista.

Conclusões
1ª A prestação global dos masculinos não foi assim tão diferente e distante do ano anterior, como se pode verificar no quadro. Na verdade, apenas o mau resultado dos Sub-16 masculinos, não permitiu que este fosse o melhor ano do sector masculino desde 2009, pois se os Sub-16 tivessem uma classificação idêntica aos dois últimos anteriores 24º, é de notar que ganhamos à Áustria que ficou precisamente em 24º, o somatório das três classificações teria sido de 70 pontos. A título de curiosidade aqui ficam as classificações dos Sub-16 desde 2009: (27º 2009 / 26º 2010 / 25º 2011 / 24º - 2012 / 24º - 2013 e 36º - 2014).

2ª A evolução do basquetebol feminino é brilhante, facto que nos permite estar a par da Espanha, França, Itália, Rússia, Sérvia, Holanda, Bélgica e Hungria, no restrito grupo de nove países que tem todas as suas seleções na divisão A.

Acabo com votos de boa época para todos e a pergunta, mais ou menos evidente e sobre a qual devemos refletir. Que razões e causas que explicam as diferenças entre o masculino e o feminino?