Os Blazers foram uma das principais surpresas da época passada. Este ano terão de provar que essa extraordinária campanha não foi obra do acaso.
Já passaram quase 40 anos desde a Blazermania, o movimento original que levou à loucura as gentes de Portland em 1977, ano em que os Blazers venceram o seu único título da NBA. Alguns anos mais tarde, Clyde Drexler, Terry Porter e companhia ainda fizeram sonhar os adeptos dos Blazers, mas perante o fim do domínio dos Bad Boys de Detroit e o início do reinado dos Chicago Bulls de Michael Jordan, o melhor que os Blazers conseguiram foi chegar às finais. Na actualidade, Damian Lillard e LaMarcus Aldridge são os rostos da equipa, que mesmo competindo na difícil conferência Oeste conseguiu passar à segunda ronda do playoff no ano passado, antes de sucumbir diante dos futuros campeões San Antonio Spurs. Com um cinco inicial sólido, estes Blazers deverão sentir este ano a falta de Mo Williams, um dos mais importantes suplentes do conjunto na temporada passada e que na próxima época jogará nos Minnesota Timberwolves. Para o seu lugar regressou Steve Blake, que apesar da menor criatividade, deverá garantir alguma estabilidade ao conjunto e pontaria nos lançamentos de longa distância. O jogo interior também foi reforçado com a entrada do poste Chris Kaman, que terá de provar a sua utilidade na fase descendente da sua carreira, ainda que no papel de suplente de Robin Lopez. Próximo do seu auge estão outros dois dos atletas mais influentes da equipa: Nicolas Batum e Wes Matthews, que deverão garantir polivalência, tiro exterior e boa defesa aos bases e extremos contrários. Dorell Wright é outro dos veteranos que está preparado para saltar do banco e contribuir, mas as demais opções vindas do banco estão ainda uns furos abaixo do nível exigido para garantir os necessários minutos de descanso aos habituais titulares. E a sua evolução pode significar a diferença entre a simples presença nos playoffs e o regresso da Blazermania. Nomes como C.J. McCollum, Will Barton, Thomas Robinson e Myers Leonard terão de fazer algo mais para garantir maior profundidade ao plantel dos Blazers e consequentemente uma menor dependência de Aldridge, Lillard e companhia.
A figura: LaMarcus Aldridge
Depois da época de carreira que realizou na temporada passada, Aldridge parte com responsabilidades acrescidas para este ano. All-Star pelo terceiro ano consecutivo, o extremo-poste dos Blazers somou em 2013-14 máximos de carreira em pontos (23.2 PPJ), ressaltos (11.1 RPJ), assistências (2.8 APJ) e %LL (82.2%). Apesar dos seus 2.11m, Aldridge é um jogador interior capaz de lançar com elevada eficácia de distâncias mais afastadas do cesto. Alem disso, tem a particularidade de armar o seu lançamento a partir de uma posição muito elevada, o que dificulta a tarefa dos seus oponentes em contestar os seus tiros. A lesão que sofreu no último terço da temporada passada e que o obrigou a falhar sete jogos consecutivos poderia ter deitado tudo a perder na apertada luta pelos playoffs, mas Aldridge regressou a tempo de ajudar a sua equipa a garantir o 5º lugar na conferência Oeste.
Treinador: Terry Stotts
À imagem do que se passou com Aldridge, também Stotts realizou no ano passado a sua melhor época, enquanto treinador principal. De facto, foi a primeira vez em seis temporadas que obteve um recorde positivo (54V/28D). Com mais de duas décadas de experiência nos bancos, Stotts começou a trabalhar na sombra de George Karl, primeiro na CBA e mais tarde na NBA, ao serviço dos Supersonics e dos Bucks. As primeiras experiências enquanto técnico principal nos Hawks e nos Bucks não lhe correram de feição e acabou por ser dispensado dos seus serviços. O regresso à ribalta deu-se em Dallas no cargo de adjunto de Rick Carlisle enquanto responsável ofensivo dos Mavericks que se sagraram campeões em 2011. Em 2012 surgiu o convite dos Blazers e na sua segunda temporada em Portland, transformou a sua equipa numa das mais fortes da competição. A fasquia para este ano está bem mais elevada e passa por manter o nível e quem sabe em sonhar com algo mais.
Cinco inicial
- Damian Lillard
- Wes Matthews
- Nicolas Batum
- LaMarcus Aldridge
- Robin Lopez
O joker: Damian Lillard
A atribuição do prémio de rookie do ano em 2012 e a eleição para o jogo All-Star na época seguinte abrem excelentes perspectivas para uma carreira promissora. Dotado de boas capacidades físicas e de um lançamento letal, Lillard tem-se distinguido pela invulgar consistência para um jogador tão jovem e pelo instinto matador que revela em situações de pressão. O jovem base já deu provas de que não tem medo de assumir o jogo nos momentos decisivos e normalmente tem a capacidade de meter a bola no cesto. Alem disso, não falhou um único jogo da sua equipa, e soma médias impressionantes de 20 PPJ e 6 APJ nas suas duas primeiras épocas enquanto profissional, sinais claros da sua fiabilidade e consistência. O futuro poderá pertencer-lhe assim consiga evoluir na vertente defensiva do jogo, a faceta que lhe falta para se tornar num jogador ainda mais completo.