Ouvir as palavras da vereadora Isabel Guerreiro na Cerimónia Final da Festa do Basquetebol Juvenil em Portimão, foi ouvir um hino a um dos poucos projectos de excelência destinados à formação neste país.
Se existem áreas e eventos em que o basquetebol tem de repensar as suas estratégias, também temos de elogiar o que é bem feito e o trabalho de um grupo de treinadores, que desde o primeiro ano tem contribuído com a sua experiência e empenho para o sucesso deste evento
O minibásquete esteve pela segunda vez inserido nas Festas de Portimão, pelo que pela segunda vez estive presente na cidade algarvia e pude acompanhar “in loco” este grandioso evento. O que se passa em Portimão vai muito para além da mobilização de quase um milhar de jovens, e em breve relatarei o exemplo do Carlos Reis, que é para mim digno de realce, e mais um pequeno grande exemplo do que se passa por detrás das luzes da ribalta na arena de Portimão. Pela primeira vez pude assistir ao Clinic e foi com muita atenção que acompanhei o que foi dito em Portimão onde, embora com algum ligeiro atraso, estava uma sala cheia de treinadores. Não me canso de dizer que a Festa do Basquetebol Juvenil, é na minha opinião o evento mais mobilizador de todo o universo do basquetebol nacional e nem que fosse só por isso vale a pena o investimento.
Já na fase de debate do Clinc ouvi o coordenador do basquetebol do Benfica Goran Nogic dizer que se queremos construir uma casa antes de nos preocuparmos com as tintas, com as quais vamos pintar a casa, teremos de nos preocupar com as pedras e a sua qualidade. Concordo em absoluto com a metáfora do Goran, apenas vou um pouco ainda mais atrás, e pensando nos artigos que tenho vindo a publicar acrescento a pergunta onde é que estão as pedreiras para ir extrair as pedras, quem é que as vai extrair e que estratégias devemos utilizar para as trazer para o edifício do basquetebol. São estas as questões que têm merecido a atenção dos meus últimos artigos neste site como por exemplo: Onde devemos investir?; Qual a maior Associação?; Alargar a base; Captação, fomento e fidelização que caminhos?
Há muito tempo, era eu ainda um jovem com menos de 20 anos, ouvi o Prof. Teotónio de Lima dizer qualquer coisa como, “que nada nos garantia que à quantidade correspondesse uma melhoria imediata da qualidade, mas que a probabilidade de surgirem melhores praticantes era seguramente maior.” Esta afirmação entronca numa das minhas principais preocupações. É um facto incontornável que a AB Lisboa melhorou este ano significativamente a sua prestação em Portimão, mas continua para mim a ser preocupante que a taxa de implantação do basquetebol federado do país não chegue aos 1% nos habitantes até aos 24 anos, e que o distrito de Lisboa esteja ao nível do distrito de Bragança em termos de implantação da modalidade com 0.0047% revelando quão residual ainda é a nossa modalidade.
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