Os modelos de competição a usar nos dias de hoje devem ser adequados à realidade da nossa sociedade, aos constrangimentos económicos e especialmente à localização dos clubes no mapa.
Esta semana começa uma etapa importante na vida da equipa de liceu de Trinity Christian. Depois do início dos treinos na primeira semana de Outubro, a semana que entra dá início aos jogos da divisão onde esta escola está inserida, sendo que teremos o mês de Janeiro e parte do de Fevereiro com estes jogos, seguindo depois os “playoff´s”, posteriormente, caso se qualifique, os “playoff´s” do estado do Texas.
Uma questão pode surgir… Se só a 8 de Janeiro será feito o primeiro jogo da divisão, o que é que foi feito para trás? Só se treinou? A resposta é não. Até ao primeiro jogo da divisão esta equipa de sub-18 já realizou 25 jogos em 3 meses e é exactamente neste ponto que começo a desenvolver o tema deste artigo: que modelo de competição?
Já defendi publicamente várias vezes a minha preferência pelo modelo norte americano de desporto, também já o referi várias vezes que seria errado copiar para o nosso pais na integra seja que modelo for pois devemos ter sempre em consideração a nossa realidade territorial, económica, cultural, entre outros. Mas sem dúvida que sou um grande defensor das linhas gerais deste sistema para o nosso país.
No artigo de João Ribeiro “Alinharmo-nos” o autor diz-nos, com toda a razão que, “enquanto os órgãos de decisão política não clarificarem, constitucionalmente os conceitos de Desporto, Actividade Física Desportiva e Actividade Física, e, com esses conceitos clarificados, definirem uma política que promova desenvolvimento e crescimento cultural em todo o território português, iremos permanecer nesta sensação de estarmos a bater com a cabeça no tecto de um espaço que, por muito criativo e inovador que seja não serve os interesses da nação e os propósitos da sua existência.” Logo, não podemos dar grandes passos sem que certas regras sejam bem definidas, mas isso não quer dizer que não possamos começar já a dar pequenos passos, de modo a que exista uma evolução natural para onde desejamos ir.
Nos Estados Unidos existe uma grande preocupação em que os jogadores joguem muito, tenham muita competição, que parte desta competição seja adequada com vários factores inerentes à própria equipa, daí os primeiros dois terços da época as escolas fazem o seu próprio calendário (sendo obrigado a realizar um número mínimo e máximo de jogos num determinado tempo), sendo este calendário feito em relação aos objectivos da equipa, ao seu nível técnico, táctico e financeiro. Para mim faz todo o sentido que assim seja e não que seja imposto um modelo onde não olhe para as enormes diferenças que hoje em dia temos em Portugal em relação a cada clube, quer em termos técnicos e tácticos, mas especialmente financeiros, populacionais e territoriais.
Tenho mais perguntas que respostas mas também consigo perceber onde as coisas não estão bem e onde devemos mexer sem ser preciso mundos e fundos.
Então que modelo de competição para a formação?
Defendo um modelo nas linhas gerais do modelo norte americano onde se rege pelos seguintes pontos:
- As competições mais importante começam a realizar-se apenas após 3 meses do primeiro treino (distritais e playoff´s do Estado);
- Nos primeiros dois terços da época os clubes fazem o seu próprio calendário tendo que, obrigatoriamente, realizar um número mínimo e máximo de jogos dentro de uma data definida;
- Não se vai para além do campeonato do Estado, sendo definida a melhor equipa do país através de um ranking dos jogos que são feitos durante os primeiros dois terços;
No artigo da próxima semana irei explicar melhor cada um destes pontos e fazer o “transfer” para o nosso país e como poderíamos aplicar de imediato.
Não descobri a “pólvora” nem sou o dono da verdade, alguém já testou o sistema há mais de 6 décadas, fazendo a sua evolução conforme os obstáculos que foi encontrando.
Não podemos continuar a ter modelos de competição desadequados à realidade de hoje. Temos que evoluir e acima de tudo temos que criar um sistema que faça TODOS os clubes e atletas competirem com as mesmas regras e tenham as mesmas oportunidades.
Eu Vejo-te...
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