Conforto ou desconforto?
 
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Conforto ou desconforto?

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Nuno TavaresCada treinador deverá ter a sua filosofia e maneira de conduzir o treino, que deve ser definida em relação ao campeonato que compete, aos jogadores que possui e aos objetivos que se propõe.

Com o terminar da época (e pegando no meu último artigo Treino vs Jogo) reparo que o tempo de treino é cada vez mais reduzido do que no início. Isto deve-se ao facto que, por um lado, estamos a chegar aos momento das decisões e tudo aquilo que podíamos ter introduzido já foi feito, e por outro, a exigência aos jogadores, o seu empenho, o conhecimento que eles têm de todo o plano tático, exercícios e de como os treinadores levam a sequência do treino que já está muito enraizadas neles, o que facilita o aumento de tempo útil de treino, aproximando cada vez mais do tempo total.

Os treinos na última semana que normalmente teriam uma duração de 1h30 neste momento duram entre 50 a 60 minutos, pois tudo é feito de modo objetivo, sequencial e com total empenho dos atletas.

Outro dos aspetos que gostaria de realçar é o treino do ataque vs defesa. Muitas vezes damos por nós a introduzir uma movimentação contra uma zona 2-3 (usando como exemplo), fazendo com que estejamos a trabalhar o ataque mas não temos incluído no nosso “playbook” defensivo uma zona 2-3,  o que irá fazer com que a nossa nova movimentação, nos treinos, pareça realmente muito boa, consequência de dois fatores: a movimentação poder ser muito rica em conteúdos táticos juntando aos conteúdos técnicos de cada jogador e a defesa não é muito forte o que ajuda ao sucesso do ataque. E é neste ponto que o problema aparece, ou seja, até que ponto não estamos a prejudicar a nossa equipa dando um falsa ideia que este ataque é muito bom quando a defesa não é nada que se irá comparar com o que iremos encontrar no jogo e nas outras equipas?

Tudo o que fazemos no processo de treino em termos de ataque tem que ter uma resposta de defesa sempre muito bem estruturada e planeada, se insistirmos em introduzir uma movimentação atacante e formos decompondo a defesa de modo a que coloque o ataque sempre em situações confortáveis então estamos a regredir e não a progredir.

Dou o exemplo da defesa aos bloqueios diretos. Gostava primeiro de dizer que sou “contra” as trocas nos bloqueios diretos porque são uma grande vantagem para o ataque e fazem com que a defesa não trabalhe, só em casos muito excecionais o faria (como por exemplo tendo uma equipa onde fisicamente é muito igual, tanto em termos de alturas, pesos, velocidade e conteúdos técnicos/táticos).

Sendo assim, quando trabalhamos o “pick and Roll” devemos introduzir todas as variantes (irei falar apenas de algumas) que queremos usar no ataque, não só a ação principal mas a ação por trás da ação, aspeto que considero ainda mais importante do que a ação principal (irei abordar a ação por trás da ação num próximo artigo). Mas só o devemos fazer se tivermos resposta a todas as maneiras possíveis de defender o bloqueio direto. Que maneiras é que podemos defender o bloqueio direto (irei enumerar as maneiras que a outra equipa poderá defender, não o que nós poderemos ter no nosso playbook):

  • Trocas – caso aconteça então terá que haver um reconhecimento do jogador com bola. Mandar todos aclararem e jogo 1x1 com o defesa que trocou (será um defesa mais alto e com menos mobilidade) ou coloca o atacante que fez o bloqueio numa posição interior pois a troca fez com que este ficasse a ser defendido por um defesa mais baixo e menos pesado;
  • 2x1 à bola – o jogador atacante com bola não deverá parar o drible, deverá dar um ou dois dribles para trás para poder ler o jogo, o jogador que desfaz deverá fazer um desfazer curto, ou seja, colocar-se mais próximo do jogador com bola. O atacante do perímetro do lado contrário deverá servir como uma linha de passe assim que o 2x1 acontece;
  • Negação do bloqueio por parte do defesa do jogador com bola – colocando o seu corpo paralelo à linha lateral obrigando o jogador com bola a não usar o bloqueio e a driblar em direção ao cesto, neste caso o jogador com bola deverá manter o seu defesa nas suas costas e joga um 2x1 entre o colega que fez o bloqueio e o defesa do bloqueador;
  • Se o defesa do jogador passa por baixo do bloqueio – caso o portador da bola não seja um bom atirador (caso seja, é simples), o bloqueador deverá virar-se para o lado contràrio e voltar a fazer o bloqueio as vezes que forem necessárias até o jogador da bola encontrar-se a uma distância confortável para lançar (visto que o defesa da bola irá sempre passar por baixo e cada vez irá estar mais próximo do cesto).

Com isto quero dizer que em todo o nosso processo atacante deveremos colocar a defesa em situações que nos levam para fora da nossa zona de desconforto, pois o que iremos encontrar no jogo não é aquilo que pudera ser o que fazemos na nossa defesa quando treinamos o nosso ataque.

No último artigo referi que devemos sempre ter o processo de treino o mais idêntico ao jogo, não podemos introduzir uma movimentação atacante e colocar os defesas de modo a que os atacantes estejam sempre numa zona de conforto criando assim uma falsa realidade, devemos constantemente fazer com que estes consigam encontrar soluções através das leituras que fazem.

Procuro sempre com que os meus jogadores tenham capacidade de poder actuar consoante aquilo que eles sentem no momento, cumprindo a filosofia de jogo, o “playbook”, espaço entre posições e setores, e que cada jogador perceba a máxima que todos os dias fazemos com que eles não se esqueçam:

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