O universo da web, nomeadamente as redes sociais permitem felizmente a discussão pública a um escala nunca antes conhecida. No entanto é minha sincera opinião que infelizmente, nem sempre este espaço é muito bem aproveitado.
São muito menores as intervenções com qualidade de argumentos e ideias articuladas em detrimento do recurso ao insulto e ofensa gratuita, muitas das vezes a coberto da cobardia do pseudónimo ou do anonimato.
Sei que muita coisa não vai bem no universo do basquetebol, não o podemos nem devemos esconder ou escamotear esta realidade. Agrada-me escrever para o Planeta Basket onde já me manifestei sobre muitos aspectos, que gostaria de ver alterados na nossa modalidade. Longa é a lista que vai desde a reorganização administrativa e geográfica até á organização desportiva, nomeadamente as idades dos escalões, passando pela demografia e muitos outros aspectos determinantes como a importância da coesão, etc. Não sou nem nunca serei dono da verdade, mas esforço-me por sustentar as minhas opiniões em ideias, experiência, conhecimento da realidade no terreno e dados concretos.
Vem estas considerações a propósito de recentemente terem ocorrido os sorteios dos campeonatos da europa e ter compreendido que iríamos estar presente em todas as competições masculinas e femininas dos Sub-16 aos seniores. Sou do tempo em que o nosso país pouco ou nada participava por selecções nacionais, nas competições europeias, nomeadamente as da formação. A nossa participação nos escalões mais novos quase que se limitava nos masculinos os jogos da FISEC.
Face às dificuldades pelas quais passamos temi que Portugal não se inscrevesse em todas as competições europeias por selecções. Felizmente isso não aconteceu, mas também não se leram comentários que realçassem esse feito, que não disfarça a situação do nosso basquetebol, mas premeia o esforço de todos os que contribuem para que as selecções nacionais sejam uma realidade. Assim como a não participação deveria ser criticada, este facto deve ser, salvo melhor opinião, realçado e elogiado, pois sabemos o esforço financeiro que estas participações implicam. Não esqueçamos que a nossa posição geográfica em nada facilita o contacto internacional. Sabemos que os clubes nomeadamente, os masculinos deixaram há muito de participar nas competições europeias, pelo que a nossa única possibilidade de confronto internacional se resume às nossas selecções. Não fora este facto, voltaríamos à triste situação do orgulhosamente sós de outros tempos.
Regressemos às redes sociais, em nada a modalidade é beneficiada, se opiniões expressas, venham de quem vierem, não passarem de insultos de fraco nível de quem evidencia defesa de interesses pessoais e desonestidade intelectual, em detrimento de qualidade argumentativa. Sei que os tempos não são fáceis e que para o ano vamos ter eleições, mas não confundamos discussão de ideias e projectos com ruido de insultos e impropérios avulso.
