A semana passada abordei a questão do compromisso com a promessa que voltaria a falar deste tema. Por um conjunto alargado de razões, entre as quais algum individualismo exacerbado que é muito usual nos tempos atuais,

a palavra compromisso parece que desapareceu do dicionário de algumas pessoas. Em termos comportamentais não há melhor ensino do que o exemplo. Como podemos nós ensinar os nossos filhos a respeitar compromissos, se nós pais formos os primeiros por interesses pessoais, a não os respeitar ou levarmos os nossos filhos, a não os levar em consideração?

Como tudo na vida as “novas tecnologias” trazem vantagens e desvantagens. Meio a brincar, meio a sério costumo dizer que o telemóvel deu um grande contributo para o desaparecimento, ou no mínimo para a transformação do valor do conceito compromisso. A facilidade com que nos nossos dias algumas pessoas rompem compromissos através dum simples sms é incomensurável. Quantas vezes não acontece duas pessoas terem combinado um ponto de encontro para uma qualquer atividade, e esta ser alterada à última da hora por um simples sms que justifica, no entender de quem o envia, a alteração do compromisso?

Nessa atitude, quem envia o sms esquece-se que a outra pessoa já organizou a sua vida para corresponder ao combinado, já se deslocou ao ponto de encontro e deixou de fazer outras coisas, para cumprir o seu compromisso. O que é que isto tem a ver com a nossa modalidade, nomeadamente com o minibásquete? A meu ver tudo, pois o que é mais difícil de ensinar são atitudes e comportamentos e uma das grandes qualidades dos desportos coletivos, chama-se a aprendizagem da noção de compromisso.

Para ilustrar o que acabo de referir e como a ausência de compromisso tem implicações no minibásquete vou falar do Circuito Prof. Mário Lemos, que tanto êxito teve nesta época. Neste circuito, que após o Memorial Prof Mário Lemos organizado em Esposende, Mangualde e Vendas Novas, envolveu em 10 etapas realizadas em Santarém, Penafiel, Guimarães, Póvoa do Varzim, Setúbal, Cacela Nova, Gaia, Paços de Brandão, Viseu e Sangalhos, 54 clubes, destes apenas 22, muito por culpa dos pais, conseguiram cumprir o critério de estarem presentes com 12 jogadores por equipa. Todos os clubes podiam participar, mas como, apenas os clubes que cumpriam os critérios podiam receber bolas e verem o seu nome inscrito no ranking nacional, muitas crianças passaram pelo “desânimo” de estarem a participar numa atividade, mas que o seu resultado não contava, nem para os prémios, nem para inscrição no ranking nacional. Como estive presente em várias etapas, expliquei claramente esta situação a todos os presentes, pais e crianças, e pude sentir não apenas nos jovens, mas nos pais na bancada um certo desalento por o clube do seu filho não apresentar 12 jogadores.

Houve logo, quem encontrasse a solução mais fácil e quem defendesse que os jovens presentes não tinham culpa desse facto e que por isso essa regra devia ser alterada. Salvo melhor opinião não é facilitando que ensinamos a noção de compromisso e que responsabilizamos todos, pois como dizem no país, que melhor basquetebol pratica “rules are rules”, ou seja regras são regras. Tenho esperança que na próxima época mais clubes consigam participar no Circuito Mário Lemos com 12 participantes. Se tal acontecer é um facto positivo ao qual vou certamente estar atento. A título de curiosidade os primeiros lugares dos “rankings” das melhores marcas, por equipas mistas, masculinas ou femininas são neste momento ocupados pelos seguintes clubes e em anexo poderá consultar os “rankings” completos.

Pode ver os "rankings” aqui.

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