Escreveu Mário Batista no seu recente artigo o “Sucesso do trabalho”, que o sucesso só no dicionário é que vinha antes do trabalho. Na vida real, o sucesso só vem,
indubitavelmente, depois do trabalho. Como, quer se queira ou não, quer seja justo ou injusto, o sucesso está e estará sempre muito associado à visibilidade, se queremos ter sucesso, para além de fazermos as coisas bem organizadas e com qualidade, temos de lutar pela sua visibilidade. Se fizermos e não nos viram não fizemos.
Tenho uma experiência, que dá pelo nome de jamboree, que ilustra bem o que acabo de dizer. Foi com muita dificuldade que consegui, nas primeiras 5 edições do Jamboree do CNMB, arranjar local e apoio autárquico para realizar este evento. Nessa altura foi sempre na base do conhecimento pessoal e das amizades, que o CNMB conseguiu organizar as 5 primeiras edições. No memorável 5º Jamboree em Vila Pouca de Aguiar realizámos pela primeira vez a Gala do Jamboree, momento em que dávamos a conhecer o fruto do nosso trabalho, nomeadamente na capacidade de interação que conseguíamos promover entre os jovens. A partir desse momento, em que demos visibilidade ao nosso trabalho, e já lá vão mais 20 jamborees nunca mais tivemos dificuldades em conseguir lugares e apoios para a realização dos jamborees.
Dar visibilidade ao minibásquete dá trabalho, mas é decisivo para o seu crescimento, desenvolvimento e sucesso. Vem este assunto a propósito da iniciativa do Planeta Basket “MB 50 anos, 50 depoimentos” que em boa hora a direção da Federação recentemente eleita resolveu apoiar e potenciar, através duma cerimónia intitulada “Comemorar 50 anos de minibásquete” a realizar no dia 27 de Dezembro em Paços de Ferreira.
Mas regressando ao tema que me levou a escrever este artigo, sem trabalho não há visibilidade e recorrendo a um conceito muito em voga, temos de ser muito mais pró-ativos. Para expor o que quero transmitir, vou a partir da iniciativa do Planeta Basket. “MB 50 anos 50 depoimentos” explicar alguma falta de pro-atividade do universo do basquetebol, que urge combater e melhorar. Praticamente toda a gente se queixa, nomeadamente no interior, mas não só, que se sente muito ostracizado, que não reconhecem e não dão visibilidade ao que se passa na sua atividade, no seu clube, na sua região etc.
Contudo quando o Planeta Basket oferece espaço, como por exemplo na iniciativa “MB 50 anos 50 depoimentos” para darem a conhecer o que pensam ou o que foi feito, muito poucas, foram as pessoas que por sua iniciativa resolveram colaborar. No entanto todas as pessoas a que o Planeta Basket pediu pessoalmente, que participassem na iniciativa tiveram a amabilidade de o fazer. Quer seja por apelo pessoal, quer seja por iniciativa do próprio, o trabalho de escrever um depoimento foi o mesmo, pelo que não é uma questão de trabalho é uma questão de hábito de participação e pro-atividade. Se queremos mais visibilidade, sejamos então, mais participativos e pró-ativos em tudo o que seja divulgar a nossa modalidade.
