O legado de educação, que os meus pais me deixaram e a minha família, logo seguida das amizades a maioria delas criadas no universo do basquetebol são as maiores riquezas da minha vida.
Nesse legado um dos ditados que me tem acompanhado a minha vida é a frase muitas vezes repetida pelos meu pai: “Usa e serás mestre.” Podemos e devemos estudar muito, mas nada é mais enriquecedor na vida do que a experiência.
O facto de ter voltado aos campos ao treino diário para treinar minibásquete no Belenenses permite-me compreender ainda melhor as dificuldades que são postas aos treinadores de minibásquete. Crianças são crianças e serão sempre e felizmente crianças, no entanto treinar minibásquete nos dias de hoje é pelas circunstâncias e o meio que nos rodeia completamente diferente do que era treinar mini nos anos 70, 80 ou 90 do século passado. Sei do que falo por experiência própria.
A titulo de exemplo vou referir apenas dois aspectos:
- A presença dos pais nos treinos e nos jogos;
- O claro aumento de filhos de pais divorciados ou separados.
Por força dos tempos que correm e das circunstâncias, cada vez mais os treinadores de minibásquete tem que lidar com filhos de pais divorciados ou separados. Infelizmente muitas são as situações em que, por exemplo, aos Sábados de 15 em 15 dias as crianças não vem ao treino, porque nesse fim de semana um dos progenitores não os leva ao treino.
Face a este panorama deixem-me ser irónico ou certamente utópico. Até por razões pessoais compreendo perfeitamente que duas pessoas não se entendam e como tal se separem ou divorciem. Já me custa mais compreender que não respeitem os vossos filhos. Já que se separam, que seja para se darem melhor. Se é para se continuarem a dar mal ou ainda pior, não se separem que ao menos assim, tenho alguma esperanças, que os vossos filhos venham a todos os treinos.