O contributo do António Pereira
 
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O contributo do António Pereira

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António PereiraLi atentamente o contributo do António Pereira para o Fórum Basquetebol, que como outras propostas tem ideias interessantes. Contudo como o próprio afirma no final do seu documento e cito:

“as ideias não são nada, o que é preciso é executar, e o Basquetebol Português precisa que se execute e bem, se quer ganhar este jogo.”

Nesta perspectiva de, para além das ideias, saber que medidas concretas devemos levar a cabo chamou-me a atenção a sugestão, sobre a captação de praticantes a nível do minibásquete.

Neste âmbito o documento do António Pereira propõe uma medida concreta que achei interessante e me fez uma coisa que me agrada: reflectir.

A medida proposta é a seguinte: “Ao nível da formação, propõe-se que no final do mandato da direção da FPB, em 2018, os clubes com equipas seniores masculinas e femininas, dos diversos níveis de competição indicados, bem como dos clubes de referência da formação tenham inscritos, com atividade regular e competitiva, a nível do clube e associativo, o seguinte número de “jogadores minis”:

  • 1.º nível de competição: 120 jogadores;
  • 2.º e 3.º níveis de competição: 72 jogadores.

Por outro lado, o número de jogadores do escalão mini deve refletir-se no escalão de sub-14, com duas a três equipas por clube em competição e com um mínimo de 6 a 8 horas semanais de treino.

A evolução deste plano de desenvolvimento terá de ser pensada no fim do mandato da FPB, sendo no momento próprio e definido a sua evolução e extensão aos escalões seguintes.

Deste somatório de atletas espera-se que quando terminem o seu ciclo de formação emerjam uma quantidade de atletas que demonstrem qualidades superiores aos demais e que por via disso possam alimentar a selecção nacional sénior masculina e feminina com a qualidade que nos permita competir a nível internacional no escalão A de cada sector (masculino e feminino), bem como as seleções dos escalões de formação”.

Esta medida concreta que, como já disse, me parece interessante merece no entanto ser analisada com algum cuidado. Em primeiro lugar é necessário clarificar, que o conceito de minibásquete implica 3 escalões e quando estamos a falar de 120 minis, será conveniente esclarecer se estamos a falar do escalão de Mini-8, Mini-10 ou Mini-12 e de quantos minis por cada um destes escalões.

Seguidamente vamos analisar as implicações que esta medida tem sobre os clubes, por exemplo do 1º escalão. Esta medida implicaria, a título de exemplo, que clubes como o Benfica Ovarense ou CAB tivessem 240 minis, na medida em que estão no primeiro escalão, quer no sector masculino, quer no sector feminino, e clubes como Olivais,  União Sportiva, Académico, Algés, Vitória Guimarães, que tem pelo menos uma das equipas no 1º escalão tivessem 192 minis.

São entre outros, pelo menos quatro, os fatores que possibilitam perspetivar a melhoria do nível nossos praticantes com base no trabalho realizado no minibásquete:

  • O número de praticantes;
  • A quantidade de prática treinos e jogos;
  • A qualidade das condições de trabalho;
  • A qualidade dos treinadores.

Ter muitos minis com prática pontual reduzida, principalmente nos tempos que correm, em que as crianças não tem vivências de rua e como tal a prática informal de actividades físicas é inexistente, penso que não servirá de muito.

Ter uma quantidade de prática ajustada aos diversos escalões do mini, mas ter apenas meia dúzia de crianças, ou ter no mesmo grupo, só porque são minis crianças dos 6 aos 12 anos, a probabilidade de evoluirmos também será muito reduzida.

Se a estes dois factores adicionarmos baixas condições de trabalho e treinadores com pouca experiência e sem enquadramento, dificilmente poderemos ambicionar a uma melhoria do nosso basquetebol com base no trabalho do minibásquete.

Expostos quatro factores, que condicionam a qualidade do trabalho desenvolvido no minibásquete olhemos de novo para a realidade. Será que os clubes mencionados, principalmente fruto dos horários escolares existentes, tem capacidade de recrutar e albergar no seu seio 240 minis e proporcionar-lhes boas instalações, espaço e condições de desenvolvimento? Se assim for fico muito satisfeito, o que não me agradaria, até porque os minis hoje em dia pagam pela prática, era que esses clubes tivessem, apenas por imposição administrativa, inscritos no seu seio 240 minis.

Na proposta do António Pereira também me agrada, e muito a ideia, que a existência de minis num clube se deve reflectir nos escalões acima. Foi exactamente nesse sentido que se alterou nesta época de 2014/15 a exigência aos clubes, para a obtenção do certificado de Escola Portuguesa de Minibásquete, terem equipas de Sub-14.

Finalmente irei fazer, com base na sugestão do António Pereira, uma projecção do levantamento de dados, sobre que aumento de minis que esta medida trairia ao basquetebol.

Contudo como referi, estes não podem ser meros números administrativos. Esse, foi um filme que eu já vi, quando cheguei à FPB e do qual poderei relatar situações concretas, mas que felizmente hoje não existe. Nem tudo no passado eram rosas, e nem sempre as soluções que pensamos como boas para resolver as dificuldades pelas quais passamos, alcançam os resultados que delas esperamos. Na maioria dos casos tal resulta da forma como concretizamos os objetivos propostos.

 

Comentários 

 
+2 #2 João Ribeiro 06-07-2015 22:43
Na minha opinião teremos, nesta fase, de lidar com alguma utopia. Essa utopia trará desafios para que possam alcançar resultados (1º quantitativos e depois, espera-se, qualitativos). Mas preparar ambiente para acolher tanta criança implica clarificar o que queremos para o Minibasquete? É que se não acolhemos e fidelizamos as crianças no Minibasquete talvez possamos cair na armadilha de quando as quisermos no Basquetebol já as mesmas não querem saber dos adultos, nem do Basquetebol. Vamos mesmo precisar mesmo de ensinar bem (e talvez até de recorrer ao gigante e anão...nunca se sabe). Por isso, é também importante clarificar bem o que queremos com tantas crianças. O que perdermos já não recuperamos.
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+6 #1 Pedro Martins 30-06-2015 10:17
Impraticavel.
Esta época a equipa de mini 12 de qual sou seccionista tinha 3 treinos semanais com cerca de 35 miudos, muitas vezes a treinar meio campo. Nos outros escalões a mesma coisa. Com esta proposta o clube teria de quase duplicar o numero de minis. Ia ser muito dificil tirar algum rendimento, e sobretudo divertimento do treino.

C umprimentos

Pedro Martins
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