O Basquetebol feminino, particularmente a nossa seleção nacional de sub 20, está de parabéns. Aliás, as nossas seleções femininas têm-nos habituado ao sucesso, onde as suas sílabas são sem dúvida tra-ba-lho.
Mérito este que teremos de repartir pelas jogadoras e pela equipa técnica nacional.
O sucesso desportivo alcançado pela seleção de sub-20 leva-nos a pensar que, finalmente a jogadora portuguesa será devidamente reconhecida e fará tudo para o ser. O seu empenhamento no treino coletivo e individual, de forma a tornar-se uma jogadora mais forte, terá agora uma motivação acrescida. Da mesma forma, os clubes portugueses irão canalizar os seus recursos financeiros de forma a valorizarem as jogadoras nacionais. E repare-se que não serão precisas verbas muito elevadas, se pensarmos que, sendo atletas em idade escolar (ensino superior) necessitarão de alojamento, propinas pagas, alimentação paga e transportes subsidiados. É o mínimo para que o nosso Basquetebol reconheça o papel que as nossas atletas têm tido na valorização do Basquetebol nacional.
Se a aposta não for a valorização da jogadora portuguesa, internacional, muito nos preocupa o sentido de carreira que poderemos proporcionar às jovens que nesta altura se motivam com o desempenhos e feitos desportivos das suas jogadoras de referência.
O trabalho iniciado há décadas no estaleiro de Rio Maior permitiu dizer que a aposta no Basquetebol Feminino possibilitou sucesso. Atualmente não queríamos pensar que os resultados do trabalho dos nossos selecionadores femininos se limitaria a facilitar o caminho para que as mais talentosas possam apenas pensar em ir para os Estados Unidos, concretamente para uma Universidade. Há algo mais que deveremos fazer para valorizarmos as nossas jogadoras.
Ticha Penicheiro e Mary Andrade serão sempre referências pelo percurso e notoriedade desportiva que alcançaram. Mas deveremos ambicionar mais e melhor para um sector do Basquetebol que tem trabalhado com grande competência.
De Paços de Ferreira surgem promissoras jogadoras, façamos tudo para possa haver um sentido de carreira mínimo para as nossas melhores jogadoras. Que saibamos olhar para a nossa Liga Feminina e sentimo-nos gratificados pelo facto de podermos ter atletas do nosso país, que tenham passado pelas pela Festa Nacional do Minibasquete, pela Festa do Basquetebol Juvenil e pelas Seleções Nacionais e possam enriquecer as nossas equipas.
Aproximando-se a passos largos o período de férias mais conhecido, deixo uma mensagem de optimismo e esperança para o aproveitamento do nosso Basquetebol Feminino. Que bem merece.
Ate Setembro e boas férias para todos.
Comentários
Estas gerações ainda são as gerações do Calvão e CAR Jamor.
Este trabalho era essencial e vai fazer muita falta. Veja-se que a selecção de sub 16 já é mais fraca e baixa, apenas a Beatriz Jordão pode contribuir e muito.
É devido ao reduzido número de atletas que beneficiaram (e continuam no caso do CAR) que, pessoalmente, não concordo com os modelos do CNT e CAR mas reconheço que são muito melhores estes que nenhum. Com o fim do CNT, provavelmente virá a ressentir-se em futuras gerações o rendimento das selecções (principalmente sub-16) a não ser que nos clubes e nas associações (encarar de forma mais séria e enriquecedora as selecções distritais que não deviam ser apenas uma preparação para as festas do basquetebol mas ter nessas festas mais um momento de aprendizagem, po ex.) consigam em conjunto encontrar uma plataforma de trabalho que 'contagie' todos com a qualidade que se perdeu com o fim dos CNT.
Um abraço
De facto as selecções jovens femininas têm tido prestações excepcionais que nos deixam a todos, portugueses amantes do basquetebol, muito orgulhosos. No entanto não podemos, na minha opinião, transpor o nível das selecções para o nível do basquetebol feminino português. São coisas diametralmente opostas, infelizmente.
O nível das selecções resulta do investimento e aposta num pequeno número de atletas que tiveram a oportunidade de usufruir do excelente trabalho realizado no CNT de Calvão (sub-16) e CAR Jamor (sub-19). (cont.)