Estarei a sonhar
 
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Estarei a sonhar

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altDigam-me que estou a sonhar, digam-me que foi um sonho! Portugal vice-campeão da Europa e apurado por mérito próprio para o Mundial de Sub-17 femininos

só pode ser um sonho impensável, mas é a realidade. Até ao verão deste ano o melhor que Portugal tinha conseguido em qualquer competição europeia para selecções eram os nonos lugares alcançados pelas selecções de seniores e Sub-16 masculinas e os dois recentes nonos lugares obtidos pela selecção de Sub-18 femininos.

Logo no início do verão, longe de imaginar este sonho de termos uma equipa vice-campeã da Europa, e antes de entrar de férias, num artigo intitulado o melhor de sempre realcei o excelente 6º lugar alcançado pela selecção de Sub-20 feminina. Na realidade, nunca nenhuma selecção tinha entrado no restrito grupo dos 8 primeiros lugares e chegar a um pódio era um sonho impensável.

Neste momento de grande alegria, a primeira coisa a fazer, e por ser um acto de inteira justiça, é enaltecermos o brilhante trabalho realizado pelo Agostinho Pinto e pela Teresa Barata na liderança e condução de um grupo de jogadoras fantásticas, entre as quais vamos encontrar a Ana Barros, MVP da competição, que com a minha amiga Beatriz Jordão foram seleccionadas para o 5 ideal da prova. Todos estes factos são verdadeiramente fantásticos, surpreendentes e de sonho.

Contudo, e como não me canso de alertar, por detrás deste resultado a todos os títulos verdadeiramente excepcional, existem pessoas que cativaram estas atletas para a prática da modalidade, alguém que lhes fez criar o gosto do basquetebol, alguém que lhes ensinou os primeiros passos, associações e clubes que promoveram atividades, a federação que proporcionou a algumas destas atletas a possibilidade de estarem no centro de treino  e seguramente pais que as apoiaram. Conheço com bastante pormenor a trajectória de algumas das vice-campeãs que passaram por jamborees e pela Festa do Minibásquete em Paços de Ferreira.

Como estive recentemente em Santa Maria no Forum do Desporto, sobre o qual falarei brevemente, vou mencionar a título de exemplo o caso da Myriam Chermiti. Nascida para o basquetebol nos Marienses, no seio duma pequena Associação, que muito tem apostado no minibásquete, teve a sorte de ter como treinadora a Livramento Pamplona e uns pais que sempre a estimularam à prática, pelo este sucesso também lhes pertence: pais, treinadora, clube e Associação.

Com esta evocação ao caso da Myriam quero relembrar todos os que cativaram, ensinaram, apoiaram este grupo de jovens que constituíram esta selecção, não sem deixar uma palavra de ânimo a outras jovens que lutaram por um lugar nesta selecção, nomeadamente a Mariana Garrido, que por algum infortúnio à última da hora não pôde estar nesta competição.

Ao Agostinho e à Teresa, os meus parabéns e a todos, que de forma mais directa ou indirecta contribuíram para o maior feito do basquetebol nacional um grande abraço, pois este sucesso também é seguramente vosso.

 

 


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