Já jogas basquete?
 
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Já jogas basquete?

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Já jogas basquete?Há uma frase da Federação de Basquetebol da Suécia, com a qual me identifico inteiramente. Dizem os suecos que no minibásquete o que é fundamental é ter o maior número de crianças,

e que estas, fiquem fidelizadas à modalidade o maior tempo possível. A frase chave dos suecos  que foi apresentada no seu programa de captação para a modalidade, num dos últimos Get-Together  da Fiba-Europa é a seguinte: “As many as possible, as long as possible.”

Não nos devemos esquecer, que o minibásquete, está inserido no que se chama a captação e fomento da modalidade. Aliás em Portugal inclusivamente, como foi dito no último artigo, o próprio escalão de Sub-14 é no nosso basquetebol um escalão de captação e iniciação de muitos jovens.

Na avaliação da evolução dos praticantes por escalão, não foi por acaso que deixei a apresentação dos dados do minibásquete para o final. Na realidade, enquanto nos escalões a partir dos Sub-14, os dados tem alguma fiabilidade, sei que os números do minibásquete têm que ser avaliados, por um conjunto de dados e motivos que irei enumerar, com cuidado e alguma parcimónia.

Felizmente já lá vai o tempo em que os números do minibásquete eram como se diz na gíria perfeitamente “martelados” e fictícios. O sistema administrativo que vigorava há 15 anos, permitia a introdução de números fictícios, o que felizmente, já há muitos anos não é possível. Em 2006/07 tal situação já não era possível, o que veio a dá maior rigor na comparação dos números do minibásquete. Não vou entrar aqui em grandes pormenores, do que se passava, mas apenas a título de exemplo, quando em 2000 cheguei à FPB, havia uma Associação que tinha mais de 1200 minis inscritos, a maioria dos quais todos pelo mesmo clube.

Por outras palavras estavam inscritas na FPB todas as crianças dum determinado concelho, quer tivessem ou não, algum dia pegado uma bola de basquete. Esta situação convinha à Associação, e também convinha à Federação que assim apresentava maior número de praticantes ao actualmente IPDJ, mas nada representava para a evolução e crescimento da modalidade. É por estes e por outros motivos, que eu olho sempre com algumas reservas para as afirmações saudosistas do basquetebol. Há só uma coisa que não há dúvida, no tempo das vacas gordas já houve muito mais dinheiro no basquetebol, mas isso é verdade para o basquetebol e para muitas outras actividades. Resta também saber, qual era a proveniência e as fontes, desse dinheiro e porque é que o mesmo diminuiu? Mas esse assunto talvez fique para um outro artigo, não chega dizer que dantes havia muito mais dinheiro.

Mas, se o sistema administrativo já não permite “martelar” os números, porque é que devemos continuar a olhar os números do minibásquete com parcimónia? A razão é simples neste período, de 2006/07 houve alteração quer nos escalões, quer nas condições para a inscrição dos praticantes de minibásquete. Até há época 2010/11 não era necessário o exame médico-desportivo para ao minis serem inscritos. A responsabilização dos pais era suficiente. Por outro lado a divisão do minibásquete em 3 escalões, só entrou em vigor na época 2007/08, razão pela qual o quadro dos minis, apenas está apresentado a partir dessa época. Penso que estas alterações influenciam os dados das inscrições do número de praticantes, pelo que estes devem ser comparados com alguma parcimónia.

A título de exemplo, indico os dados do Belenenses, clube no qual coordeno o mini. Na época de 2014/15 trabalhámos com 56 minis, contudo face às dificuldades administrativas e médicas e alguma inércia, apenas inscrevemos 33 minis. Sei que isto não se passa apenas no Belenenses, pelo que seria útil, ser feito um inquérito, a ser respondido com rigor pelos clubes, de quantos minis tiveram, e quantos conseguiram inscrever. Talvez com dados concretos, tivéssemos a possibilidade de pressionar a tutela e voltar ao tempo em que os pais se podiam responsabilizar pela prática desportiva dos seus filhos. (Ver artigo Atestado de menoridade em que abordei este assunto.)

Para a semana termino esta sequência de artigos com uma reflexão sobre os dados apresentados nestes dois últimos artigos. Com os cuidados que devemos ter da análise, aqui vão os dados das inscrições do minibásquete desde a época 2007/08.

Quadro Minibásquete Mini-12, Mini-10 e Mini-8

Já jogas basquete?

 

Comentários 

 
+3 #2 San Payo 30-09-2015 12:46
Caro Gonçalo

Antes de mais um muito obrigado pelo alerta das gralhas no quadro. Estas já foram retificadas. Em seguida aproveito para publicamente reconhecer o teu trabalho e dedicação à causa do minibásquete. Finalmente como tu dizes as causas são relativamente fáceis de identificar e há mais para além daquelas que tu evocaste, No meu próximo artigo voltarei a escrever sobre este tema.

Um abraço
San Payo
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+3 #1 Gonçalo Silva 29-09-2015 12:02
Não conseguirmos que a modalidade capte claramente mais atletas a cada época que passa, antes pelo contrário, deve-nos preocupar a todos, clubes, associações e federação.
Os problemas e causas disso são "relativamente fáceis" de identificar e as soluções ou ideias até conseguimos encontrar, se estivermos por dentro do assunto e após pensarmos um bocado neste tema.
A real dificuldade a meu ver está em colocar em prática essas soluções que se possam arranjar (temos poucos recursos humanos e os que há, na sua maioria, têm a disponibilidade condicionada pelo trabalho ou outras tarefas).

Um abraço,
Gonçalo Silva

PS. Apenas uma nota final, penso que pode haver alguma gralha nos totais na tabela, que não coincidem com a soma que fiz das colunas anteriores. Obrigado.
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