Porque em grupo alguém terá de assumir o papel de líder, seja de um modo formal ou informal, socorremo-nos, como ponto de partida, de Harry Truman: "Liderança é a capacidade de levar os outros a fazer com gosto aquilo que não querem".

Nos dias de hoje, numa sociedade caracterizada como tendo muito o denominador comum do EU, importará muito ter em atenção que estilo de liderança, que comportamento revela o líder na relação com o grupo, com a equipa.

Do que temos vindo a aprender, poderemos concluir que a liderança não é produto de uma qualquer ciência exata, antes tendo como principal característica a arte. Razão pela qual o líder terá de aplicar os seus conhecimentos e a sua experiência com uma boa dose de bom senso.

De uma coisa estamos convictos : na arte de liderar, nunca terá efeitos positivos aplicar a cega rigidez, à boa (má) maneira militar, como muito por aí se vai observando.

Considerando que situações diferentes exigem do líder comportamentos diferentes, corresponderá a concluir-se que só com uma liderança flexível poderá contribuir para a realização das tarefas, promovendo, então, a valorização do praticante e a consequente valorização do nível da prática do jogo.

Na função de treinadores, enquanto líderes de uma equipa, assume contornos de importância decisiva conhecer o jogo, ter leitura de jogo. Leitura de jogo que pode e deve ser educada, tomando como referência a orientação da agulha da "bússola" de mestre prof. Hermínio Barreto: "Um dos meios fundamentais para que o treinador consiga intervir de uma forma bem direta e eficaz ó o chamado "jogo dirigido".

E, ao longo da nossa privilegiada relação com o mestre, fomos recolhendo: A importância do jovem praticante perceber o porquê das ações que realizam, enquanto jogam. Logo, mais importante do que formatar jogadas - jogando em flex dos iniciados aos seniores, por exemplo -, decisivo será o desenvolvimento e consolidação dos conteúdos em cada um dos escalões etários.

É a leitura de jogo que permite que as respostas sejam as mais adequadas ao momento, tendo como base a tomada da melhor decisão, como resultante do variado leque de opções fornecidas pela interiorização do gesto técnico na idade ótima de aprendizagem.

Donde se poderá concluir que a intervenção do treinador deverá ser a adequada ao nível dos praticantes, devendo estar claro e bem identificado o que já são capazes de "ler" (exigindo sempre, não permitindo regressão) e o que queremos que aprendam a "ler" em seguida (reforços positivos).

A capacidade de saber "ler" o jogo é tão educável como qualquer outra.

Para fortalecer esta nossa abordagem, e na sequência do nosso anterior escrito sobre o "valor das referências", apetece-nos recordar, porque a propósito, mestre prof. Teotónio Lima : "Devemos encarar a prática desportiva como um facto e manifestação de cultura que deve, sem se dissociar da competição que lhe é intrínseca mas sem, nesta, promover a alienação, devendo, cumprir uma função social de valorização humana".

Ainda, como grande referência, enquanto muito exigente e rigoroso, primeiro para consigo próprio, e depois com os outros, retenhamos esta sua frase lapidar: "Quem quiser deixar de aprender deve deixar de ensinar".

Percorrendo este caminho, talvez que possamos vir a ficar em condições de preparar e dirigir mais do que um jogo, uma equipa!

E é bem verdade que necessitamos de nos preparar e desenvolver conhecimentos nessa àrea, considerando alguma incapacidade competitiva a que vamos semanalmente assistindo ao nível dos nossos escalões de formação, quase se podendo afirmar que, face ao nível observável, que se está a competir num escalão etário acima; por exemplo os sub-16 evidenciam capacidades ao alcance dos sub-14.

Voltaremos a 11 de Fevereiro, com o tema : "Lançamento : preocupante realidade".

Até lá, e bom Basket!