Os comentários do Valdemar Cabral, Pedro Martins, André Lima e Jaime Silva são um grande estímulo para que continue a expor as minhas reflexões sobre o fascinante universo do processo de cativação,
fidelização e ensino/aprendizagem da modalidade que tanto gostamos.
Nunca me considerei dono da verdade, mas isso não me impede de ter fortes convicções e acreditar que o melhor caminho para fazermos crescer a modalidade é compreendermos que no minibásquete o mais importante é o desenvolvimento das crianças e não insultos, ofensas em função de resultados desportivos dos jogos.
Para a separação do trigo e do joio, sugiro a leitura do artigo “Os pais são a floresta”, pois concordo em absoluto com o Valdemar Cabral quando refere, relativamente aos casos de comportamentos incorrectos, que “são poucos, mas um já é demais”.
Sensibilizou-me muito o comentário do André Lima que subescrevo na íntegra e sem hesitações e também penso como o Jaime Silva que a “única resposta segura a médio e longo prazo será a formação para a cidadania."
Vou terminar com o repto do Pedro Martins efalar de bons exemplos, não sem antes relembrar, que se chamei a atenção para comportamentos incorrectos, quer sejam dirigentes, quer sejam árbitros, quer sejam treinadores ou quer sejam apenas pais, os encarregados de educação são para mim, globalmente, uns verdadeiros heróis. Os pais que proporcionam aos seus filhos a possibilidade de terem formação desportiva são efectivamente uns heróis. Sabemos que muitos tem de sair a correr dos seus empregos, para irem buscar os filhos à escola levarem-nos para os treinos num enorme dispêndio de tempo e energia e isto no fim de um dia de trabalho, é verdadeiramente digno de realce. Se a este esforço associarmos no fim-de-semana, o transporte para os jogos e o facto de pagarem uma mensalidade que ajuda a sustentabilidade dos clubes só lhes poderemos estar muito gratos.
Finalmente o bom exemplo, sugerido pelo Pedro Martins. Há alguns fins-de-semana estive presente num dos muitos convívios da AB de Lisboa, realizado com boa organização de Bruno Caseiro, nos Salesianos do Estoril, onde pude observar, para grande satisfação minha, num jogo que estava a ser equilibrado entre duas equipas de Minis 10, que os pais presentes nunca se preocuparam ou chamaram a atenção de erros da arbitragem e para grande espanto meu aplaudiam as boas jogadas e acções quer de uma quer de outra equipa. É talvez invulgar, mas são situações que existem. Percebi que os pais estavam muito mais centrados na evolução dos seus filhos, naquilo que já iam sendo capazes de fazer, do que propriamente no resultado. Os bons exemplos como este, a que assisti num convívio em ambiente salutar, talvez não sejam muitos, mas existem, são é muito menos realçados que os maus exemplos.
E terminemos com uma pergunta: Para a melhoria da modalidade que tanto dizemos gostar, mas que tantas vezes tão mal a tratamos, o que é que é mais importante, centrarmo-nos na melhoria e evolução dos mais jovens ou no resultado de um jogo de crianças de 8 e 9 anos?
Comentários
A nossa única e principal preocupação neste momento deve ser a seguinte: Como colocar muito mais crianças a jogar minibasquete, com ou sem marcador e de que forma as fazemos evoluir. Depois deste assunto resolvido falaremos dos marcadores.
Se fosse treinador, e para desviar as atenções do resultado, antes do jogo propunha-lhes um objectivo, individual e/ou colectivo. Por exemplo : a um mini que tem dificuldade a lançar na passada com a esquerda, propunha-lhe que por cada tempo que jogasse, lançasse na passada com a esquerda 2 vezes. E a vitória para ele, seria ter conseguido e não o resultado. A nivel colectivo, também se podem criar objectivos, baseados nos movimentos, no passe e corte, rodar a bola por todos antes de ir ao cesto, etc... Outra situação poderá ser serem eles mesmo a criarem os objectivos de jogo extra resultado, fazendo-os envolver nessa missão.
Se calhar estou a dizer uma estupidez, ou porque não se adequa, ou porque já se faz há muito tempo.