Valorizemos o praticante, na via dos pais
 
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Valorizemos o praticante, na via dos pais

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Humberto GomesMuito longe de termos a pretensão de possuirmos qualquer verdade absoluta, quase do estilo "segredo bem guardado",

cremos que temos procurado não nos acomodarmos no conforto de uma certa opinião, mas, antes, procurando um certo desconforto que a reflexão sempre poderá ocasionar, e que convictamente nos tem ajudado na escolha do caminho que a agulha da bússola ciclicamente nos tem vindo a indicar.

Quem joga são os jogadores, e por eles e para eles, sobretudo para os mais jovens, que tudo deve ser feito.

De mãos dadas, treinador e jogador, deverão estabelecer um compromisso, regras de comportamento, modelo de participação e objetivos - parcelares e globais - a alcançar.

Importará, pois, ao treinador trabalhar no sentido de lhes melhorar as competências, se e quando for caso disso, chegar do talento à excelência, e aumentar-lhes os níveis de confiança.

Excelência que significará, cumprindo determinados recursos específicos, visando objetivos previamente definidos, chegar ao rendimento desportivo na sua expressão mais exigente.

Recordar, porque a propósito, que já mestre prof. Jorge Araújo nos transmitia, e citamos: "Quando os jovens se motivam e se responsabilizam perante a conquista de determinados objetivos e interesses comuns, o milagre acontece!"

Qualquer treinador que se preze deve assumir a comprometedora responsabilidade de proporcionar aos mais jovens praticantes: bem-estar, desenvolvimento psicossomático, divertimento e conhecimento dele próprio, estimular a sua criatividade e criar, desenvolver e premiar o espírito de grupo.

Anunciámos, no nosso anterior escrito, que iríamos desenvolver este tema de forma sistemática, promovendo e apontando como exemplo as boas práticas e denunciando e tentando corrigir, para erradicar as outras, as más.

E as outras, as más, e/ou os fazedores das mesmas, porque quem não cabe no plano de jogo, não deverá "ir a jogo", deverão ter o devido tratamento.

Valerá recordar, equacionando nesta problemática - que deverá ser sempre séria, responsabilizada e responsabilizante - as Orientações Nacionais da DTN, da FPB, quando refere, e citamos: "A formação de jogadores constitui para a Direção Técnica Nacional, o mais importante assunto/problema do nosso Basquetebol sobre o qual é urgente intervir, de forma organizada e coordenadamente".

E aqui, começa realmente o busílis da questão: coordenadamente, por quem e a que nível de atuação? Dando prioridade à estrutura das seleções nacionais, das seleções regionais e, só mais tarde, dos clubes? E com que timing de atuação? E com que critérios e recursos para serem otimizados no "palco de operações".

Conhecida a realidade de grande parte dos clubes e das suas práticas, relativamente à valorização dos praticantes - com menor atenção relativamente ao objetivo de ganhar -, como fazer passar a mensagem e atuar, estabelecendo compromissos, cá está, responsabilizados e responsabilizantes, onde todos os jogadores estão: nos clubes?

Permita-se-me, aqui, que defenda a minha "dama", já apresentada no Fórum Basquetebol Primeiro, em Coimbra, ao convictamente dizer alto e bom som que só acreditamos no sucesso de se vencer o "assunto/problema" anunciado pela DTN/FPB, quando, com incentivos a equacionar e a serem devidamente aplicados, for institucionalizada, em cada um dos clubes, a função de coordenador técnico.

Porque, sem obedecer a uma estratégia e a uma planificação, escalonada no tempo e no espaço, quando é que chegaremos a algum lugar/objetivo?

Urge, portanto, tornar esse desiderato uma realidade para, então, coordenadamente se otimizarem os recursos e termos uma efetiva valorização do praticante e do nível da prática do jogo.

É que, em estilo "roda livre", sem um adequado enquadramento e sistemática aquisição dos fundamentos técnicos de base, desenvolvendo os conteúdos que lhes estão subjacentes, na idade ótima de aprendizagem - onde se faz a absorção motora do gesto técnico -, a construção do "edifício atleta/praticante de basquetebol" ficará irremediavelmente comprometida, caminhando-se, em não poucas situações, alegremente para o ...abismo!

Não é, desculpem, ser pessimista. É ser realista e conhecedor do terreno, que muito desejaríamos pudesse ser bem diferente.

Peço aqui um "time out" para vos referir que a demanda que a ENB tem corporizado de forma responsável e verdadeiramente empenhada, desde 1999, ninguém, sob que pretexto for, terá o direito - como infelizmente já tem acontecido - de a subverter. É que, para os menos avisados, a douta ignorância nunca foi boa conselheira.

Estamos em crer, e várias têm sido as opiniões nesse sentido de companheiros de referência, que o "barómetro" da última Festa do Basquetebol é disso um exemplo bem elucidativo. É que para além do entusiasmo transbordante, é bem verdade, de uma organização bem conseguida, de boa dose de emoção, de que foi exemplo evidente a final de sub-16 masculinos, na globalidade o nível competitivo apresentado quase nos deixa a ideia de que estamos a competir um escalão acima das capacidades apresentadas, claramente - tendo nós o "atrevimento" de comparar com a vizinha Espanha.

E é aqui que, na via dos pais, gostaríamos de chegar. Que pudessem conjugar tudo o que de muito se tem dito e escrito sobre o estado atual da nossa prática, e das recomendações com que autores de referência, grande referência, nos vão enriquecendo.

De há muito que defendemos que os pais/encarregados de educação deverão definir o que pretendem para os seus filhos, escolhendo para tal o local/clube mais idóneo, que melhores condições apresente, visando a educação desportiva dos seus educandos.

Para tanto, tão simples quanto isto, e correspondendo aos seus legítimos anseios, deverão mentalmente ter presente este anúncio: "Precisa-se de treinador com sólido conhecimento do jogo, com perfil adequado e possuidor de conduta pedagógica e ética exemplar".

Mas, ao invés disto, admitamos, como exemplo, que no decorrer de uma determinada unidade de treino, ao observar um movimento de um jogador, eventualmente a necessitar de ser corrigido, de forma intempestiva, militarmente (no mau sentido) assumida o treinador se expressa desta forma, gritando: "Assim, só se te dedicares à pesca".

Regressado a casa, o jovem, não comparece no treino seguinte. Alguém, a mandado do treinador, telefona para o jogador, que não atende, mas sim um familiar, pai na circunstância, que ao lhe ser indagado da razão da não comparência do jovem praticante, recebe como resposta: "Ele não foi treinar, porque diz que se vai dedicar à pesca".

"Para vir a ser convocado para o jogo do próximo fim-de-semana, terá de fazer um treino suplementar", ouviu-se, por parte do mandatado para o telefonema. "Não, o miúdo, não fará nenhum treino suplementar", retorquiu o interlocutor - pai do jovem - e corta-se aqui a ligação. E o miúdo não foi mesmo treinar.

Que terá acontecido, face ao jogo do fim-de-semana? Adivinhe, quem souber...

Pois, perante o ar incrédulo dos restantes companheiros de equipa, aconteceu mesmo convocatória, o jovem participou no jogo e, cantando e rindo, à beira do ...abismo ! Como, quem sabe, até ganharam o jogo e, como presunção e água benta cada um toma a que quer...

Duas breves reflexões, perante esta infelizmência: - A primeira, a de que treinador que treina, por treinar, sem corrigir o erro - que naturalmente faz parte do processo ensino/aprendizagem - e, portanto, sem ensinar não é treinador! Quem é treinador, e conhece o jogo, saberá que primeiro haverá que ensinar e só depois virá o treino, com as indispensáveis repetições, as intensidades adequadas e as rotinas a estabelecer.

A segunda, a de que, na condução de uma equipa, sempre acontecem situações não muito recomendáveis, diferentes umas das outras e, por isso, a exigir comportamentos diferentes, e que o treinador, se com formação para tal - correspondendo ao anúncio que mentalmente os pais têm o direito de colocar -, deverá exercer uma liderança flexível, contribuindo para a realização das tarefas, promovendo, assim, a valorização do praticante e a consequente valorização do nível da prática do jogo.

A fechar, por ora, - e porque a talhe de foice -, ter presente esta imemorável mensagem desse extraordinário vulto, que foi John Wooden: "O talento é um dom de Deus, seja grato; a fama é um dom dos homens, seja humilde; a presunção é um dom de si próprio, seja cuidadoso".

Ainda em redor e por dentro da valorização do praticante, regressaremos a 05 de Maio com: Valorizemos o praticante, na via do dirigente.

Até lá, e bom Basket!

 

 


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