Crónicas ao longe
 
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Crónicas ao longe

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João RibeiroTudo a postos para que a competição Juvenil de Basquetebol possa iniciar-se, de forma generalizada por todo o País. Não obstante os torneios e jogos de treino que um pouco por toda a parte se vão realizando,

o mês de Outubro marca o início das competições regionais de formação. Um bom momento para se fazer um ponto de situação sobre quem vai a jogo (citando o companheiro Humberto Gomes).

A jogo venho ao vosso encontro num outro formato. Um formato curto, mas que pretende deixar algo para se refletir. Creio que uma crónica, mesmo que curta deverá conter algo que possibilite despertar as mentes para construir, em detrimento de uma crítica barata, que tão bem conhecemos da nossa imprensa desportiva.

Correrei o risco de, nalguns temas poder especular e não possuir conhecimento de causa ou dados suficientes para poder ser tão rigoroso quanto necessário. Mas certamente tentarei deixar uma reflexão que possa despertar quem de direito para, com rigor, se interessar pela simples reflexão.

Nesta primeira Crónica questiono-me sobre o número de equipas participantes nos campeonatos organizados nas diferentes associações (ou entre associações próximas). Será que, relativamente à época transata, as provas irão ter início com poucas diferenças no número de equipas por escalão e sexo?

Esta questão surge por sentir alguma preocupação bem perto do contexto onde treino. Não entro numa perspetiva catastrófica, mas constato que, mesmo após sorteios realizados clubes e equipas chegam à conclusão que não têm condições para participar nas competições para as quais expressaram intenção de participar. Não porque tenha certamente desaparecido a vontade dos treinadores e dirigentes, mas porque simplesmente não têm um número suficiente de atletas para dar resposta às exigências da competição. E este cenário parece-me tão preocupante quanto mais se agudiza no setor feminino, ou nos escalões que deverão competir respeitando o regulamento técnico-pedagógico. Diga-se que o mesmo não foi concebido para promover o abandono desportivo, mas antes para criar condições para a participação pedagógica de todos e não só dos garantem a vitória ou a tão desejada competitividade. E particularmente nos escalões sujeitos ao regulamento técnico-pedagógico, parece-me neste momento poder ser este um excelente indicador regional e nacional sobre o crescimento do nosso basquetebol.

Estou ciente de que a minha preocupação poderá não fazer merecer grande reflexão em zonas de grande representatividade. Mas certamente merecerá análise, pois nunca se saberá com exatidão se eventualmente a modalidade poderá estar a ser sujeito a um efeito erosivo causado por fenómenos e tendências sociais que se manifestem de forma mais aguda em determinadas regiões, em detrimento de outras.

Não tenho nem pretendo ter qualquer dom profético nem futurológico da nossa modalidade. Todavia, quando constato que as preocupações dos órgãos de tutela do nosso desporto se centram no que já não faz sentido existir – O encurtamento do topo da pirâmide desportiva -, receio podermos, enquanto modalidade de equipa, deixar fugir oportunidades de reorganizar a lógica e a filosofia da nossa captação e fomento, aproveitando o que já foi feito nas últimas duas décadas e que criou uma fonte crescente que jorrou mais praticantes e pais.

A realidade desportiva do nosso país está diferente daquela que há 15 a 20 anos foi alimento do crescimento de praticantes de basquetebol. E por estar diferente merece um olhar diferente. O mesmo que temos quando sentimos que a pintura da nossa casa merece nova intervenção e nos limitamos a renovar as telhas partidas. É que da pintura à estrutura vai muito pouco tempo e um silêncio erosivo sintomático. Quando damos por ela até as fundições precisam de intervenção.

Poderíamos conceber que os clubes que fecham as portas ou não têm condições humanas para continuar, ou o fazem porque não foram capazes de dinamizar competentemente o seu processo de revitalização. Mas mesmo que seja essa a razão os órgãos que os gerem deverão estar atentos. É que se Clube é a célula de desenvolvimento do nosso sistema desportivo, há que diagnosticar porque é que adoeceu, ou que tendência o leva a adoecer. Talvez valha a pena realizar um Rastreio Nacional e criar uma base de dados nacional do estado das coisas das nossas células – os Clubes.

Bem espero que o Rastreio não diagnostique uma doença crónica, que com a idade acelere o fim. É que continuo a acreditar que bem ou mal, os Clubes têm sido os responsáveis por manter o sistema desportivo vivo, mesmo morrendo.

 

Comentários 

 
0 #1 Humberto Gomes 07-10-2016 12:47
Meu caro João Ribeiro,
De quando em vez olhava para a poximidade do campo de jogo e, na proximidade das linhas que o delimitam, lá permanecia a camisola do meu companheiro João - penso que a nº 6, já que a minha, o nº7, sempre ia fazendo uma perninha, "indo a jogo".
Eis que, agradávelmente, ele reaparece em forma, do ponto de vista físico e mental, com a lucidez e o sentido de oportunidade que caracterizam os seus sempre apreciados escritos.
Com a vantagem de vir garbosamente equipado com o bonito polo : "Planeta Basket - Team, com que o Ivan nos presenteou - verdade, João ?! -.
Dizes "não pretenderes ter qualquer dom profético nem futurológico da nossa modalidade", mas seremos certamente obrigados - enquanto formos a jogo -, a ter presente que ao não se planear ou ao se planear mal, estar-se-á irremediávelmen te a planear o ...fracasso !!!
Seguimos para "bingo"... - leia-se "ir a jogo".
Aquele abraço.
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