O melhor talento de um atleta
 
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O melhor talento de um atleta

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talentoDiz-se que em Portugal há pouco talento, e quando se encontra um, é como se se tratasse de um diamante. A definição de talento subentende que seja algo com que já nascemos,

que quase que não existiu esforço para que ele estivesse lá.

A pessoa talentosa simplesmente sabe.

Será que é isso que se pretende?

Realmente ter talento ajuda, e muito! Mas tenho observado, que esse não é o ingrediente principal.

Quantas equipas com talento não ganharam? Quantas atletas com talento ficaram pelo caminho?

Agora... Quantas equipas com trabalho, dedicação e disciplina ganharam?

Quantas atletas com garra, atitude e confiança se tornaram alguém?

Lembro-me quando jogava no CIBA, não havia condições para treinarmos o suficiente e chegarmos ao nível das adversárias de topo.

Foi o Nuno Manaia que na altura criou e inventou condições de trabalho.

Começamos a ter treinos físicos na rua, quando não havia pavilhão, a treinar com outra intensidade, aumentamos o número de horas em equipa, em trabalho, em disciplina e em dedicação.

O resultado foi que ultrapassámos as equipas de topo, que estavam cheias de talento. Nesse ano, fomos campeãs distritais, e vice-campeãs nacionais.

É muito bom ter talento, mas o melhor talento é capacidade de treino.

Existe uma lista de itens a preencher quando se procura bons atletas, mas sinceramente apesar do talento fazer parte dessa lista, não creio que esteja no topo dela.

O talento não é equivalente a horas de treino, mas as horas de treino, com o tempo, começam a equivaler a talento.

Procuremos atletas com capacidade de trabalho, com capacidade para ouvir, com capacidade de iniciativa.

Marcar cestos? Quem se dedique a fazer o mínimo consegue! É o princípio básico do basquetebol.

Mas as equipas mais bem sucedidas, são aquelas que, mesmo nos dias em que as coisas não correm bem, em que a bola não entra, e em que parece que alguém roubou o seu talento, consegue ganhar jogos.

Para quem já tem algum tempo de basquetebol, ou qualquer outro desporto em equipa, já teve no seu grupo aquele atleta que parece que marca tudo o que lança, mas não faz recuperação defensiva, raramente entra no ressalto, e pouco se esforça.

E também já tiveram aquele que nem sempre marca, só que puxa pela equipa, defende, ressalta e corre tanto que só de olhar até cansa.

Quem temos escolhido?

Se continuamos a escolher talento, quem o tiver, achará que não precisa de trabalhar. E quem não o tiver, achará que nem vale a pena tentar.

E mais que isso... Se continuamos a valorizar talento mais do que trabalho, que tipo de sociedade (educativa e desportiva) estamos a criar?

Nádia Tavares
Psicóloga - Coach Certificada - Practitioner PNL
Skype: nadia_t33
964407253

 


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