Jorge Araújo visita Planeta Basket
 
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Prof. Jorge AraújoA questão que deve preocupar os adeptos da modalidade é se os actuais treinadores em exercício continuam, ou não, a reger a sua actividade por aqueles princípios que nortearam grandes treinadores como Teotónio Lima,

 

José Curado, Mário Palma, e que marcam a diferença entre o ser treinador e o pensar que são treinadores.


O que é que está a fazer neste momento? Qual é a seu actividade?

Sou consultor de empresas, utilizando a minha experiência de treinador de basquetebol nas áreas da Liderança, Trabalho em Equipa, Comunicação, Motivação e Gestão das Energias (física, mental, emocional e espiritual). Dirijo uma empresa de consultoria onde trabalham neste momento 10 pessoas com vínculo e cerca de 20 à tarefa. A empresa chama-se Team Work Consultores e através dela treino quadros e equipas de empresas nacionais e multinacionais, em Portugal, Moçambique e Angola.

 

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Os clinics organizados pela sua empresa, TeamWork, mostraram uma enorme organização, conseguindo reunir prelectores de qualidade. Alguns deles, caso do Sito Alonso, são neste momento treinadores principais na ACB. Vai continuar com esta tendência?

 

Os Clinics que referes, foram organizados pelo Centro de Treino Jorge Araújo , órgão autónomo de intervenção na área de responsabilidade social da minha empresa, a Team Work Consultores. Este ano, limitámo-nos a promover um Clinic no Norte do País dirigido aos treinadores de escalões de formação onde estiveram cerca de trinta participantes. Ainda não decidi se iremos continuar a promover este tipo de Clinics. Gostaria de o poder fazer de forma integrada e em parceria com a Federação Portuguesa de Basquetebol, para evitar duplicações desnecessárias. Não sei no entanto se tal será possível. Como sabes, no nosso país não é fácil desenvolver acções em cooperação. Vamos a ver o que nos reserva o futuro da modalidade.

 

Qual é a sua opinião em relação ao final da LCB?

 

Lamento muito o desaparecimento precoce de uma Liga Profissional que ajudei a criar e à qual dediquei muito esforço. É um bom exemplo do que dizia atrás. Dificilmente se consegue fazer vingar projectos com futuro, sempre que as diferentes partes envolvidas, em vez de cooperarem para o objectivo comum de promoção e desenvolvimento da modalidade, pensam exclusivamente no exercício do seu poder pessoal. A Liga Profissional dificilmente poderia sobreviver a, por um lado, nunca ter sido um projecto assumido pelos clubes mais representativos e, pelo outro, ter delapidado gradualmente o capital de popularidade alcançado nos primeiros três anos de vida. Era previsível a morte anunciada de uma Liga profissional onde, a partir de certa altura, dominou o amadorismo e a incapacidade visível da generalidade dos dirigentes que nela se envolveram.

 

Em relação ao novo campeonato organizado pela FPB. Assistimos na primeira jornada a três vitórias de equipas da Proliga perante adversários da LPB. Como se explica esse facto?

A explicação é simples. A nova competição, nivelou por baixo as equipas que se interessaram por participar. Aliás, diria que desde os finais dos anos noventa e o início dos anos vinte, o esforço que alguns dirigentes foram produzindo, foi precisamente conseguirem o que hoje é por demais evidente. Criar um basquetebol à altura das suas incapacidades e falta de visão para o futuro. Para que esses dirigentes sobrevivessem e prolongassem a sua presença na modalidade, era fundamental que o basquetebol português fosse o que é hoje. Um fantasma de um passado que merecia bem melhor.

Sempre foi um treinador conhecido por dar oportunidade a jogadores jovens nas equipas que orientou. Acha que os treinadores Portugueses, na sua generalidade, seguem estes princípios ou preferem optar por atletas mais experientes?

 

Lamento dizê-lo mas, apesar do meu afastamento cada vez maior da modalidade, sinto que o problema actual é bem maior que esse. A questão que deve preocupar os adeptos da modalidade é se os actuais treinadores em exercício continuam, ou não, a reger a sua actividade por aqueles princípios que nortearam grandes treinadores como Teotónio Lima, José Curado, Mário Palma, e que marcam a diferença entre o ser treinador e o pensar que são treinadores.

 

Qual foi o jogador com quem mais gostou de trabalhar? Porquê?

 

Jarred Miller. Pelo exemplo que sempre constituiu para todos os outros, pelo homem e cidadão que era, pelo muito que me ensinou acerca da importância de ter nas equipas que treinava atletas cujas atitudes e comportamentos fossem uma referência para os restantes.

 

Gostaria de voltar a treinar uma equipa? Porquê?

No final de Janeiro do ano de 2003, ficou claro que terminava ali a minha carreira. Fazê-lo no momento em que pela primeira vez fui despedido de um clube, foi uma forma diferente e bem mais significativa de terminar a minha carreira. Quis deixar a mensagem clara que no basquetebol profissional que se adivinhava para o futuro, o Jorge Araújo não tinha mais lugar. E o que aconteceu depois disso, só me veio dar razão.

 

Qual foi o momento mais marcante na sua carreira enquanto treinador? E porquê?

Dois momentos muito importantes. A vitória no Pavilhão da Luz contra o Benfica, na final da Liga Profissional de então, que significou o final do ciclo de vitórias do Benfica e o início do domínio do F.C.Porto, as vitórias da Ovarense no Pavilhão das Antas na final da Liga Profissional, que significaram o final do ciclo de vitórias do F. C. Porto e o início do domínio da Ovarense.

Numa entrevista ao Planeta Basket, o Prof. Teotónio Lima indicou-o como um dos principais impulsionadores do basquetebol em Portugal nas décadas de 60, 70 e 80. Como se sente ao ouvir (ler) estas palavras de uma figura como Teotónio Lima?

 

Com a modéstia natural de quem sabe que jamais me poderei comparar ao que representou no basquetebol português o treinador dos treinadores, Teotónio Lima.

 

Na mesma entrevista, o Prof. Teotónio Lima fez a seguinte afirmação:

 

 “A maior parte dos treinadores actuais dominam a forma de jogar, a componente táctica do jogo mas não dominam os fundamentos deste e não têm a persistência necessária para os ensinar e fazer crer aos seus jogadores, principalmente aos jovens, a importância que esses fundamentos têm, o que nos leva a ter jogadores seniores maus executantes.”

 

Como comenta esta afirmação?

 

Dizendo que ser treinador está muito para além do acto de estar no campo com os jogadores. Lamentavelmente, foram muito poucos os treinadores portugueses que perceberam esta verdade inquestionável e que tanto constituiu a bandeira desfraldada pelo nosso mestre, Teotónio Lima.

 

Com tanta experiência, qual é a sua mensagem para os jovens treinadores portugueses, que dão agora os seus primeiros passos nesta profissão?

Ser treinador não é só obter resultados, é acima de tudo deixar uma herança de melhoria de competências dos jogadores, treinadores, dirigentes, jornalistas, etc. com que o treinador se relaciona quase todos os dias. Ser treinador requer ser competente, honesto e frontal, coerente e preocupado com o desenvolvimento da modalidade e a melhoria de competências daqueles que trabalham connosco.

O Planeta Basket desafia-o a fazer o cinco ideal de todos os tempos em Portugal, respeitando os posições (base, extremos e postes)?

  • 1º base - José Luis (Algés)
  • 2ºbase - Carlos Lisboa (Benfica)
  • Extremo - Mário Mexia (Académica)
  • Extremo Poste - Mário Albuquerque (Sporting)
  • Poste - Elvis Évora (Gandia Basquet)

Comentários 

 
0 #1 Fernando Donato 08-04-2011 13:50
O meu cinco base ideal, e reportando-me aos tempos em que pratiquei e acompanhei a modalidade intensamente seriam sem qualquer dúvida, e só com Portugueses:
Base: António Almeida (Ginásio)
Extremo : Carlos Lisboa Santos (Sporting, Benfica)
Extremo: Mário Albuquerque (Sporting)
Poste: Joaquim Neves ( Académica)
Poste : Eustácio Dias (Ginásio)
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