Dar tempo ao tempo

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San Payo Muitas são as variáveis que conduzem aos resultados das selecções jovens nos europeus, e que vão desde o facto de existirem gerações com jovens com mais talento,

ao facto de se conseguirem ou não reunir numa selecção um maior ou menor número desses jovens talentosos. Outra das variáveis, e uma das quais eu tenho mais falado, são os critérios, a metodologia e forma como se devem seleccionar os jovens para constituírem as selecções. Outro dos factores importantes resulta, como não podia deixar de ser das condições de preparação individual e colectiva, dos jovens seleccionados. Destas e muitas outras variáveis, que poderia enumerar, estão dependentes os resultados alcançados.

No entanto, neste processo, há uma variável que todos sabemos que assume um grande peso e essa variável dá pelo nome de treinador. Não é por acaso, que na grande maioria dos casos, quer em clubes quer nas selecções, quando surgem os maus resultados ou resultados abaixo das expectativas, mal ou bem, uma das soluções a que os dirigentes mais recorrem é a substituição do treinador, julgando que com essa decisão os problemas se resolvem.

Este facto leva-nos a concluir, que se o papel do treinador é tão decisivo, então também terão de se pensar em formas e critérios claros e evidentes  de se encontrar os mais competentes. Estas considerações vem a propósito do desafio que lancei no meu último artigo “Resultados Europeus”, e na tentativa de trazer para cima da mesa contributos, que eventualmente, ajudem a compreender, pelo menos em parte, as diferenças de resultados entre as selecções masculinas e femininas.

Olhando o que se passou ao longo dos anos nas selecções masculinas e femininas podemos verificar uma grande diferença: no feminino há uma enorme estabilidade nos treinadores que estão anos a fio com as selecções de Sub-16, Sub-18 e Sub-20, ao contrário dos masculinos onde tem existido uma maior rotação de treinadores.Para além da maior ou menor competência dos treinadores chamados às selecções, e não é isso que eu estou a avaliar, há uma outra variável na sua função que se chama experiência. E penso que a experiência acumulada, nos campeonatos europeus, o maior conhecimento que tem das competições e do seu ambiente, o já conhecerem melhor as pessoas, inclusivamente os treinadores das outras equipas e a forma como pensam, poderá ser um dos factores que tem contribuído para o sucesso dos excelentes resultados no sector feminino.

Quando se querem resultados consistentes é necessário competência, muito trabalho e a paciência de dar tempo ao tempo.

 

 
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