Em tempo de aniversário e em bom momento o companheiro Ivan, editor deste espaço, lembrou o percurso de Jorge Adelino Soares, uma grande, grande referência do basquetebol nacional, sobretudo no que aos escalões de formação diz diretamente respeito. De imediato nos associamos, como preito de justiça,

correspondendo ao elogio/homenagem, ido diretamente das proximidades do Norte de África, de onde nos habituámos a admirar as qualidades profissionais e pessoais, e a tremenda competência de Jorge Adelino Soares para com os três saberes: fazer, ser e estar!

Numa linha de coerência, a que nos fomos habituando, em respeito, afinal, para com os mestres que nos ajudaram a crescer e a desenvolver neste difícil, mas, ao mesmo tempo, apaixonante 'mister' de ser treinador.

A que também sempre (!) fomos ganhando o 'hábito' de respeitosamente considerar que, como nos legou o maior de todos nós treinadores: o mestre - porque sábio! - Teotónio Lima, e citamos: "Não é treinador quem quer", bem expresso, afinal, de entre outras e bem elucidativas intervenções, no seu 'livrinho' a que deu o título de: "Com que então quer ser treinador".

Com o adequado sentido de oportunidade, tivemos oportunidade, decorria o ano de 2016, precisamente em 14 de Janeiro, de debitar, neste mesmo espaço, um escrito, subordinado ao tema "O valor das referências", de que extraímos alguns excertos:

"Partindo do princípio de que referências se traduzem em modelo a seguir, é nosso propósito referenciar alguns mestres e o percurso que lhes está subjacente. Treinadores que emprestaram a sua competência e o seu saber, contribuindo de forma decisiva para a afirmação da modalidade no contexto desportivo nacional.

Temos procurado não nos acomodarmos no conforto da opinião, antes enfrentando um certo desconforto que a reflexão sempre poderá ocasionar, mas que, convictamente, nos tem ajudado ao nosso crescimento e desenvolvimento".

Relativamente, e em concreto, a Jorge Adelino Soares, reconhecemos, hoje por hoje, termos sido pouco benevolentes - sorry, Jorge... -, pois que nos limitámos a referenciá-lo como: " 'Só' o autor da Bíblia do Jogo: "As coisas simples do basquetebol". Um livro de leitura obrigatória (!).

Pena que, é um facto (!), e não sendo caso único, infelizmente (!), a sua tremenda competência e capacidade organizativa não tenha sido devidamente aproveitada em prol do desenvolvimento da modalidade, de há uns tempos a esta parte.

É realmente bem verdade, como muito bem expressa o Ivan, que o Jorge Adelino Soares sempre se manifestou um pouco avesso a elogios, mas, e porque "A César o que é de César": Referenciá-lo, neste momento, em tempo de aniversário, corresponderá a homenagear um ídolo, que nunca o pretendeu ser - o que ainda mais o valoriza! -. Mas, assim tanto..., indagarão eventualmente os mais céticos, um ídolo? Sim, um ídolo, porque ensinava, sendo!