Numa abordagem fenomenal/experiencial, quem joga são os jogadores, não os treinadores. Aliás bem evidente quando Luís Umbelino, (Faculdade de Letras de Coimbra, Fenomenologia e Ontofenomenologia da profundidade, em Merleau-Ponty), refere que a solução pretendida “apenas se desvenda quando vivida”.
Como todos sabemos (e em diferentes alturas também todos o fizemos!), convencemo-nos que bastava dizer o que fazer, propor como se faz, etc. e não é esse o caminho. Temos de permitir aos jovens irem “aprendendo a fazer, fazendo” com o nosso acompanhamento e feedback proporcionando-lhes a reflexão necessária. Só essa via permitirá que incorporem gradualmente os hábitos, (a sabedoria/memória corporal e comportamental), que requerem para poder jogar e competir.
Como também é em absoluto necessário que as equipas que preparamos se confrontem ao mais alto nível, (e o mais cedo possível!), com as dificuldades que a competição lhes coloca em termos de intensidade de jogo, rapidez de tomada de decisão, solicitação condicional, pressão defensiva e ofensiva, etc. Resumindo, só “treinando como se joga” se pode jogar de modo eficaz contra as dificuldades contidas na competição de alto rendimento.
Jorge Araújo
Presidente da Team Work Consultores