O basquetebol português está de luto com a partida de mais uma das suas grandes referências. Henrique Vieira, antigo jogador e treinador faleceu esta segunda-feira, aos 65 anos. Nascido em Quelimane, Moçambique,
Henrique Vieira foi desde muito novo figura de referência da Real Sociedade e do Sporting de Lourenço Marques, clubes onde somou inúmeros títulos e conquistas. Mais tarde, após a mudança para Portugal, o então jovem de 19 anos estreava-se na Académica. Seguiram-se passagens pelo Ginásio Figueirense e pelo Atlético CP, antes de rumar ao SL Benfica. Foi ao serviço dos encarnados que mais se destacou ao conquistar 7 campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal, duas Supertaças e duas Taças da Liga enquanto jogador.
Internacional pela seleção nacional em 28 ocasiões, Henrique Vieira pendurou as sapatilhas aos 35 anos, mas não abandonou os campos. As primeiras experiências enquanto treinador principal deram-se no Atlético e no Estoril-Praia e em 1996/97 Henrique assumiu o comando técnico da UD Oliveirense e ajudou a tornar o clube de Oliveira de Azeméis num dos projetos mais bem sucedidos do basquetebol português das últimas décadas. Em 2005/06 treinou a Ovarense e após mais um ano de interregno, deu-se o regresso ao clube da Luz. De novo de águia ao peito, voltou a ser campeão por duas vezes (2008/09 e 2009/10), e conquistou outras tantas Supertaças (2009/10 e 2010/11).
Pouco depois, a carreira e a vida do Henrique sofreram um duro revés. Mas nem por isso o basket deixou de estar presente na sua vida.
Enquanto membro fundador do Planeta Basket, que mais do que um projeto informativo e de partilha de conhecimentos é acima de tudo um local de partilha entre pessoas movidas por uma paixão, o basquetebol, sinto necessidade de dizer algo mais.
Tive o privilégio de conhecer e de privar com o Henrique e com a sua família. A última vez que o vi foi há uns meses nas Festas do basquetebol juvenil em Albufeira. O sorriso de sempre, o abraço caloroso e uma alegria imensa de rever e reencontrar a família do basket, que durante demasiado tempo andou desencontrada à conta da covid. São essas as memórias que vou guardar do Henrique, essas e todas as outras histórias que tive o prazer de ouvir sobre a juventude e o basket de outros tempos e de outros lugares.
Mais do que um Homem do basket, o Henrique era um Homem de Família dedicado e um Amigo inexcedível. Não ousando sequer estar próximo desse patamar, sei-o de fonte segura. Até sempre Henrique...
Pedro Frade
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