Clinic de SMU – parte IV
 
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Clinic de SMU – parte IV

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Larry BrownJá estive ao pé de grandes mentes do basquetebol mas de todas a que mais impressionou foi Larry Brown, especialmente pela sua clareza, humildade e amor pelo jogo.

Larry Brown tem um currículo invejável que conta com a passagem por 5 universidades (Davidson, Carolina Cougars, UCLA, Kansas e SMU) e por 9 equipas da NBA (Denver, New Jersey, San António, L.A. Clippers, Indiana, Filadélfia, Detroit, Nova Yorque e Charlotte), 238 jogos na universidade e 2338 na NBA e já membro do “Hall of Fame” do basquetebol mundial. Mas o que mais me impressionou neste treinador foi que com a sua idade (72 anos), a sua forma física e a maneira confortável em que se encontra quando explica cada exercício, cada movimento, exemplificando quando necessário, sempre com um discurso calmo e correcto.

Começou por dizer “amo o jogo, e nunca pensei chegar a esta idade e ter a mesma ansiedade antes de cada jogo como tinha quando comecei esta carreira à mais de 40 anos. Venho para o treino com uma vontade enorme de ensinar, porque no fundo é o que somos, professores do jogo.”

Entre várias perguntas da plateia, um delas desperta-lhe a curiosidade, qual o exercício que mais o influenciou durante a sua carreira, Larry Brown prontamente responde, “ quando fui treinador adjunto do mítico Dean Smith, aprendi com ele um exercício simples que realizo todos os treinos desde que sou treinador principal, seja nas universidades, seja na NBA”, e passa a descrever uma movimentação simples para corrigir os arranques directos  e cruzados, sendo que ao mesmo tempo tem como objectivo tornar os jogadores mais agressivos nas entradas para o cesto e nos lançamentos de meia distância.

Analisa o jogo dos dias de hoje e refere que nos últimos 15 anos houve uma grande alteração nos Estados Unidos, especialmente devido ao aparecimento de pavilhões por todo o lado, o que fez com que os jogadores possam trabalhar nas mesmas condições que jogam, tornando-se então o jogador americano polivalente, jogando de frente para o cesto, capaz de lançar de meia e longa distância, com um drible forte o suficiente para penetrar. Explica que “devemos adequar o nosso jogo sempre às características do jogo, se temos jogadores mais baixos mas mais capazes de por a bola no chão então temos que nos afastar de movimentação que fixem jogadores no poste baixo e de costas para o cesto, e termos jogadas que abram o jogo, criando espaços para cortes e acções de 2x2.”

Realça a grande importância do jogo em equipa, e aproveitou a sua passagem por Filadélfia como treinador de Alan Iverson para contar a historia de como o fez perceber como importante é o conceito de equipa, dizendo “...quando cheguei a Filadélfia Alan Iverson era um dos melhores executantes do jogo, já tinha ganho o titulo de melhor marcador da época regular mas a equipa não progredia muito pois não podia ter o seu base organizador como o principal marcador, tentei explicar várias vezes a ele isso e nunca entendeu a minha mensagem. Até que um dia me disse que era capaz de jogar sozinho contra qualquer equipa da NBA, eu disse-lhe que era impossível fazer mas ele não desarmou. Então eu disse-lhe para jogar contra o 5 que estavam em campo. Ele estava ao meu lado na linha de fundo  e dei-lhe a bola, assim que  começou a driblar apitei e disse, Alan acabaste de fazer uma violação, no qual ele respondeu-me impossível porque ainda nem tinha chegado ao meio campo, cheguei ao pé dele e calmamente respondi, pegaste na bola fora do campo e entraste a driblar para o seu interior, sem teres um colega para te passar a bola como podes jogar contra a outra equipa? Ele olhou para mim, riu e disse, ok Coach, já entendi o que quis dizer.”

Conceito de equipa é a principal razão que se conquista campeonatos, e esse conceito não tem que acontecer necessariamente fora do campo, fora do contexto do basquetebol, mas dentro da equipa cada um tem que se preocupar com o outro, porque quando entramos em campo e temos que defender para ganhar campeonatos, é nas ajudas uns aos outros que nos unimos como equipa, “i got  your back and you got mine!”

Termina o clinic dizendo “Tratem os vossos jogadores como se fossem “ouro” pois cada diz que eles saem do balneário para o campo, eles são o maior e melhor bem que vocês têm. Sejam pessoas interessadas nas suas vidas, não se limitem só ao basquetebol, façam os sentir que se eles precisarem seja do que for, nós treinadores somos para eles um das suas principais opções. Se um jogador confiar em vocês, eles “morrem” pela a equipa dentro do campo.”

Eu Vejo-te...
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