Leiria continuará a crescer?
 
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Leiria continuará a crescer?

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Raul AntunesComo poderemos explicar, que mesmo em contraciclo por ação dos seus clubes e mobilizados e motivados pela sua Associação, Leiria tem crescido em termos de praticantes, principalmente no minibásquete, nos últimos anos?

Para compreendermos melhor esta situação fomos falar com o responsável pelo minibásquete leiriense, fomos falar com o Raul Antunes.


Antes de falarmos sobre o basquete leiriense gostaríamos que falasses um pouco de ti, qual é a tua formação e como começou a ligação ao basquetebol.
A minha formação académica é na área das ciências do desporto. Licenciei-me em Deporto, variante psicologia do desporto e exercício e tirei mestrado em educação física escolar, ambas na Escola Superior de Desporto de Rio Maior. Estou neste momento a fazer o Doutoramento em Ciências do Desporto na Universidade da Beira Interior.

Relativamente ao basquetebol, a minha ligação começou exatamente no minibasquete, onde estive durante cerca de 3 anos antes de passar a Sub 14. Fui atleta até aos 16 anos, tendo abandonado nessa altura. Com a entrada na faculdade, surgiu a hipótese de colaborar no projeto Rio Maior Basket onde iniciei o percurso de treinador, então com uma equipa de Sub 14 Masculinos.

Com o regresso a Leiria foi-me feito o convite para treinar no Basket Clube do Lis, clube então quase exclusivamente destinado ao género feminino, sendo que um ano depois assumi também as funções de coordenador técnico no mesmo clube.

Depois surgiu também o convite do DTR de Leiria para assumir funções no Comité Distrital de Minibasquete.

Em termos de basquetebol o que estás a fazer atualmente e em que medida é que a tua formação te auxilia no teu desempenho no basquetebol?
Atualmente treino duas equipas femininas – Sub 16 e Sub 19  - além de me manter na seleção distrital de Sub 14 Feminino.

Relativamente à formação julgo que o facto da formação académica na área das ciências do desporto, com especial enfâse aos processos sociais e cognitivos do desporto me ajuda no caminho que entendo ser o correto, especialmente no que se refere à importância que o desporto tem na vida dos jovens e às variáveis que podem fazer do desporto um contributo essencial para uma vida mais realizada dos jovens.

Mas, em minha opinião, mais importante que a formação académica procuro seguir os bons exemplos que tive, e tenho, especialmente dos professores Xavier Silva e João Ribeiro. Digo isto porque com eles aprendi que mais importante do que o local de chegada é a escolha clara do caminho que queremos seguir e a forma como nos mantemos fieis a essa escolha.

Uma boa organização e a existência de um rumo são um grande contributo para as pessoas se sentirem mobilizadas. Quais tem sido as orientações da Associação para a área do minibásquete e em que medida isso tem mobilizado os clubes do distrito?
As orientações do CDMB da AB Leiria vão, desde o inicio, no sentido de procurar uma relação equilibrada entre a quantidade de atividades e a sua qualidade. Acreditamos na máxima do San Payo que “o importante é a criança” e nesse sentido achamos que os convívios devem ter uma série de características que os tornem mais atrativos e acima de tudo que façam com que os atletas joguem mais tempo e mais vezes.

Implementámos um modelo de intervenção no jogo de Minis em contexto de convívio de minibasquete e torneio do futuro de sub 12, assente numa orientação/direção dos jogos por parte dos treinadores e de acordo com um conjunto de princípios pedagógicos e técnicos elaborados a partir do contributo do Prof. José Miranda. Estes princípios procuram criar um ambiente favorável ao ensino e aprendizagem do basquetebol.

Mas é importante referir que o crescimento do Minibasquete em Leiria, mais do que por qualquer orientação do comité ou da própria AB Leiria, se deve ao enorme trabalho dos clubes e à importância que dão aos convívios. Assim se explica que praticamente todos os clubes organizem um convívio, que a maioria dos clubes participe em pelo menos uma fase do torneio do futuro (destinado a atletas sub 12 e sub 13), e acima de tudo que todos os nossos clubes tenham estado presentes em mais de 60% dos convívios da época passada.

No distrito de Leiria temos assistido que muitos dos vossos clubes, como o Stella Maris, o Gaeirense e o NSLeira ao deixar de ter equipas seniores deram prioridade ao minibásquete, queres comentar esta decisão?
Penso que essas decisões refletem a forma como as pessoas vêm o basquetebol, e acima de tudo a importância que a base tem na construção de qualquer projeto desportivo. O entusiasmo evidente dos atletas dos clubes acima referidos só é possível com a dedicação e trabalho de todos os seus dirigentes e treinadores.

As circunstâncias ideais mandariam que os clubes tivessem uma pirâmide do seu desenvolvimento desportivo assente numa base sólida, numerosa e com dinâmica e vitalidade, culminando num topo que servisse de referência para todos os seus jovens. Contudo, sabemos que os tempos não são favoráveis e, na altura de tomarem opções, os clubes entenderam que deveriam direcionar a sua aposta para a base, e neste caso, para o Minibasquete. Julgo que o crescimento que estão a ter em número de atletas (bem como na participação cada vez mais ativa nas atividades do CDMB) refletem que foi uma aposta feliz e sustentável.

Em cada clube existem sempre duas ou três pessoas que são a alma do minibásquete, com que tu tens de contactar, e que são no fundo as grandes obreiras do movimento do mini. Mesmo com o risco se não mencionares alguém que também merecesse não nos queres divulgar os seus clubes e os seus nomes?
Penso que seria sempre redutor falar de uma ou duas pessoas, especialmente porque entendo que todos os clubes têm, de uma forma mais centrada ou mais distribuída, feito todos os esforços que podem para manter o barco em andamento. Desde os clubes que conseguem ter um treinador por escalão, aos clubes que têm o mesmo treinador para todos os escalões, todos têm feito o melhor de si para que o crescimento do minibasquete em Leiria.

Contudo não posso deixar de referir um nome. Um nome que desde que estou no CDMB sempre manifestou o apoio total a todas as iniciativas, que pela sua dinâmica, empenho, e acima de tudo paixão ao desporto e as crianças, deixou um exemplo para todos nós. Essa pessoa infelizmente já não está presente entre nós, mas de cada vez que pensamos no minibasquete, o nome Mário Brites vem sempre à nossa memória.

Leiria é um excelente exemplo em que o minibásquete tem sabido resistir à crise. No entanto os perigos são reais. Que medidas consideras que poderiam ou deveriam ser tomadas para que pelo menos neste sector o basquetebol continuasse numa dinâmica de desenvolvimento?
De facto todos nós (clubes e associações) vivemos refletindo as dificuldades que a sociedade em geral sente. Penso que talvez seja a hora de repensarmos alguns dos conceitos que temos como pré-definidos e acima de tudo basearmos qualquer intervenção na gestão equilibrada entre aquilo que são as necessidades das crianças e as dificuldades financeiras dos clubes. Entendo que as crianças devem jogar o mais possível, contudo talvez seja adequado repensar um pouco a organização geográfica do nosso basquetebol. Este ano por exemplo, estudámos juntamente com a AB Coimbra e AB Santarém a formulação de um Torneio do futuro conjunto, com três fases distintas – uma distrital, uma inter-associativa de acordo com a proximidade geográfica e uma última fase onde os clubes irão ter um encontro com base nas suas classificações anteriores. Desta forma as crianças irão jogar mais vezes, com equipas diferentes, e sempre tendo em conta a vertente financeira procurando agrupar as equipas que, apesar de pertencerem a associações diferentes se encontram geograficamente próximas.

Este é apenas um exemplo do que entendemos ser necessário para que o minibasquete continue bem vivo, bem como a importância enorme que reconhecemos que os pais têm em todo o processo. Se conseguirmos jogar mais vezes, gastar menos e além disso ter um grupo de pais fiel e participativo então talvez estejam reunidas condições para que os projetos tenham sucesso.

Estiveste nas duas Festas do Minibásquete em Paços de Ferreira, que avaliação fazes do evento e das suas orientações?
Sinceramente acho que as Festas do Minibasquete são o melhor evento desportivo destinado a crianças em que já estive envolvido. Penso que se consegue um equilíbrio muito interessante entre a componente desportiva e social, entre o jogar e contactar com realidades diferentes e o conhecer mais gente e fazer amigos.

A mim, pessoalmente, marcou-me de forma decisiva ter participado nessa Festa, e espero que continue viva, dinâmica e acima de tudo que os valores que estiveram na sua origem passem para cada vez mais pessoas (treinadores, atletas e pais).

Além de tudo isso, a nós particularmente, tem-nos permitido desenvolver o Projeto da “Seleção do Futuro” e fazer um conjunto de sessões de treino e observação de atletas do escalão Sub 12.

Leiria tem 12 clubes, felizmente todos eles com o escalão de minibásquete, pensas que esta época  continuará com a dinâmica de crescimento revelada desde que começaste a colaborar com a Associação, que sinais tens para consubstanciar a tua resposta?
Espero sinceramente que sim, e os sinais que tenho é que a grande maioria dos clubes têm no minibasquete um projeto sólido. Penso que cada vez mais os clubes se preocupam em arranjar estratégias de captação de crianças, cada vez mais procuram ter treinadores para os escalões de minibasquete e de ano para ano sinto que a vontade de participar nos convívios e nos próprios eventos do CNMB é maior.

A entrevista já vai longa pelo que terminamos com a nossa questão usual. Quer pergunta gostarias que te fizessem e que resposta darias?
A pergunta que gostaria de responder, seria qualquer uma das anteriores, mas daqui a 4 ou 5 épocas desportivas, e com cerca de 40% de minis em relação ao total de atletas. Seria sinal que a vitalidade do minibasquete se mantinha, e que particularmente os clubes de Leiria continuavam a ver no minibasquete um setor onde devem investir os seus esforços.

 

Comentários 

 
+4 #6 mario batista 08-12-2012 23:31
Parabens ,ao Raul pelo excelente trabalho que esta a desenvolver no Minibasquete da ABLeiria,felizm ente conheço o Raul já algum tempo e uma das qualidades que me apercebi é que o Raul tem de muitas qualidades que é preciso ,para ser um excelente Treinador de Minibasquete ,tem a mais importante de todas e que não vem no manual de treinadores que é gostar de treinar crianças e fazer-las gostar da modalidade,Obri gado pelo Teu Contributo para o desenvolvimento do Minibasquete no País
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+3 #5 San Payo Araújo 07-12-2012 12:49
Parabens Raul

Na Terça feira lá estarei para continuar a apoiar o teu trabalho e do João Ribeiro e dos clubes da AB Leiria.

Um abraço
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+4 #4 Ana Pinto 06-12-2012 10:21
Parabéns Raul.

Muito sucesso e bom trabalho!

Beijinhos
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+4 #3 César Antunes 06-12-2012 08:46
Este é um grande contributo para o desenvolvimento da modalidade na região. E é a prova que com esforço e dedicaçao se consegue trabalhar, apesar das imensas dificuldades que maioria dos clubes atravessam. Parabens pelo seu valoroso trabalho.
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+4 #2 Mara Simões 05-12-2012 11:30
Parabéns Raul....
Desejo que dês continuidade ao teu excelente trabalho em prol do Basquetebol em Leiria....Grande exemplo!
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+5 #1 João Ribeiro 04-12-2012 20:12
A AB Leiria expressa neste comentário o reconhecimento pelo valioso contributo que o Raul Antunes nos tem dado. A vitalidade da AB Leiria e o contributo que tem dado ao Basquetebol nacional deve-se a muitos factores, mas um deles e significativo é, sem dúvida, o teu contributo. Obrigado
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