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San Payo AraújoSão salutares e demonstram preocupação as múltiplas opiniões e discussões a que vou assistindo sobre as formas e os modelos competitivos, sobre as bolas a utilizar, sobre as subidas de escalão e como deve ser regulamentada a utilização desses jovens, etc, etc.

No entanto continuo a dizer que estamos a discutir apenas o cume do iceberg. Muitas das vezes estamos a discutir questões meramente formais, não estamos a abordar questões de fundo. Os excelentes artigos do Nuno Tavares, tem trazido a lume sugestões, ideias e formas competitivas, que nos devem fazer pensar. Para que é que queremos na formação competições? Para encontrar campeões ou para formar jogadores? Devem ou não as competições esforçarem-se por encontrar igualdade de oportunidades em termos de número de jogos realizados para todos os jovens? Quantos jogos fazem por época, os jogadores das associações do interior comparativamente aos jovens dos distritos das maiores associações? Quantos jogos equilibrados fazem por época os jovens dos clubes mais fortes do país? E quantos jogos equilibrados conseguem fazer os jovens dos clubes do interior do país durante uma época?

A resposta à pergunta: O que queremos com uma competição para jovens, essa é uma questão de fundo e que determina como devemos organizar a competição. À forma como organizamos uma competição está no fundo sempre subjacente o que pretendemos com essa competição.

Contudo hoje não vou aprofundar este tema, pois existem para a formação desportiva dificuldades e problemas na organização da nossa sociedade, bem mais preocupantes como por exemplo o horário escolar. O que determina que as crianças estejam das 09.00 da manhã até às 17.00 ou 18.00 horas na escola não são necessidades de aprendizagem. Estar, por dia, sete a oito horas a aprender, e aprendizagem é trabalho, é claramente demasiado para qualquer criança.

São necessidades sociais de libertar os pais para serem força de trabalho, que agora infelizmente escasseia, que determinam o horário escolar. Não são necessidades das crianças. Por sua vez este horário sobrecarrega ainda mais as crianças que a seguir vão para os clubes e dificulta e de que maneira a distribuição dos horários de treino pelos diversos escalões. Para além desta carga de horário, muito também por culpa dos pais, cada vez mais as crianças se podem mexer no espaço escolar, mesmo nos recreios. Se durante um recreio alguma criança a brincar por exemplo à apanhada cai e esfola um joelho, são capazes de aparecer logo os pais ou a comissão de pais a perguntar onde estava a auxiliar de instrução e quais são os cuidados que a escola está a ter na vigilância das crianças. Como tal aumenta a pressão para que as crianças não corram, não saltem não se mexam. Foi por este conjunto de razões, que quando perguntei a um filho de um amigo meu se já andava na escola, este hesitou e me respondeu; - Sim ando sentado!

 

Comentários 

 
+4 #2 Filipe Silva Santo 29-01-2013 15:29
A resposta do filho do seu amigo resumiu a questão bastante bem. Quanto aos horários escolares eu sei de pelo menos uma escola onde os seus alunos têm aulas até às 18:50 em alguns dias para depois ter treino às 19:00, enfim... isto assim não pode continuar!
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+4 #1 Jorge Duarte 29-01-2013 13:14
Dar os parabéns ao San Payo Araujo é normal pela qualidade e oportunidade dos seus artigos. Aqui esta mais um ,onde toca na dificuldade do basquetebol do interior, e na nossa forma de estarmos por tudo e por nada a pedir responsabilidad es aos outros, quando muitos nada fazem em prol de uma juventude melhor.
Um abraço.
JD
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