Cair e levantar
 
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Cair e levantar

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Nádia TavaresA equipa estava finalmente a crescer, estavam mais rápidos, mais focados, mais unidos, e principalmente, começavam a ter esperança de que poderiam ter bons resultados no campeonato.

Alguns dos jogadores começaram inclusivamente a ser sondados por selecionadores nacionais, e outros por olheiros de universidades.

Um deles, o Vitor, que no início era considerado como opção secundária, começou realmente a surpreender. O treinador começou a considerar metê-lo no cinco inicial, pois ele estava a aproveitar todas as oportunidades, até as pequenas, para fazer a diferença.

O último jogo tinha sido notável. Entrou a dois minutos do fim do segundo período, e não saiu mais, ajudando a equipa a ganhar contra os rivais da cidade.

Segunda-feira começando uma nova semana de trabalho, os atletas estão já a fazer treino com oposição, e o Vitor, com a sua energia de sempre, entra para o cesto, e ao saltar para o lançamento, cai com o pé mal apoiado, provocando uma entorse grave.

Os colegas logo o socorreram, e quando perceberam a gravidade da situação, o treino ficou com um ambiente estranho. Logo agora que estava a correr tão bem à equipa e ao Vitor, tinha que acontecer isto não faz sentido nenhum.

Mas um dos colegas de equipa, Rodrigo, o que começava a ficar para trás, e que ia perder o seu lugar no cinco inicial, e já começava a sentir isso, ficou aliviado. Sentiu que podia ficar descansado agora que o Vitor ia ficar umas semanas de fora, e que mesmo voltando depois desse tempo, iria perder o ritmo, ficando novamente como opção secundária.

As coisas decorriam normalmente, o Rodrigo estava confortável, entrava no cinco, e a equipa, apesar de sentir falta do Vitor, continuava a crescer. Até ao dia em que ele recuperou da lesão. O treinador, consciente que depois de 6 semanas a sua integração poderia ser um grande desafio, esperava ser obrigado a ter muita paciência, por sentir que o Vitor poderia ter voltado à estaca zero relativamente a tudo o que evoluiu.

O treino começa e quem corria mais rápido era o Vitor, quem saltava mais era o Vitor, quem ganhava as bolas todas era o Vitor. O que ninguém sabia até aquele dia era que ele tinha feito um trabalho de recuperação além do pedido. Fazia todos os dias cardio, tendo começado com natação, depois com bicicleta, e por fim corrida intervalada. Trabalho grupos musculares específicos, aproveitou para corrigir a sua postura, e para fortalecer pontos importantes. Além disso, nas últimas duas semanas de recuperação, ia sozinho para o pavilhão e só saia depois de meter 500 lançamentos.

No fim do treino, o treinador pediu um aplauso para o Vitor, que numa situação que o poderia ter atrasado, ele aproveitou para passar à frente de muitos que se mantiveram a trabalhar ao mesmo nível, enquanto ele, diariamente se superava.

Foram todos embora e o Rodrigo pediu para falar a sós com o treinador: “Treinador, eu estou aqui todos os dias, faço o meu trabalho, coletivo e individual, estou há anos consigo nesta equipa a entrar no cinco inicial e a fazer bons jogos, ajudando constantemente a equipa… Porque nunca mereci um aplauso? É injusto!”

O treinador depois de uma pausa, meteu a mão no ombro do Rodrigo e respondeu-lhe: “Porque é nos momentos maus que conseguimos ver quem é realmente especial.”

Até para a semana!

Nádia Tavares

Psicóloga - Coach Certificada - Practitioner PNL
Skype: nadia_t33
964407253

 

 


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