Cinco semanas depois da conquista da Taça Hugo Santos, prova que veio suceder à Taça da Liga no calendário nacional, o FC Porto somou mais uma vitória, desta feita, na Final a 8 da Taça de Portugal, realizada no Entroncamento.
Numa prova onde não eram apontados como favoritos, os homens de Moncho Lopez fizeram uma campanha exemplar, deixando pelo caminho, primeiro, a Académica e, depois, um Vitória de Guimarães, supermotivado por deixar o campeão nacional Benfica para trás. Isto, claro, antes de colocar um ponto final nas ambições da Ovarense em repetir o bis alcançado há precisamente 20 anos.
Na hora de mais uma vitória, Nuno Marçal não se esqueceu de tecer rasgados elogios aos seus companheiros, não escondendo igualmente o "orgulho" de capitanear este grupo de trabalho! "É um orgulho ser capitão de uma equipa como o FC Porto. A qualidade deste grupo é grande, tal como a vontade de trabalhar e de vencer. E isso, com o espírito de sacrifício, tornam muito simples essa tarefa. Sinto um enorme privilégio por fazer parte desta equipa", sublinhou o extremo portista, de 34 anos.
Nuno Marçal considera que os dragões voltaram a passar uma imagem bastante positiva, como já o tinham feito há pouco mais de um mês, em Lagoa, e não teve dúvidas quanto à justiça da vitória. "O balanço que fazemos é excelente. Acho que, tanto na Taça Hugo Santos, como nesta Taça de Portugal, fomos uns justíssimos vencedores. Tivemos novamente o calendário mais difícil e ultrapassámos todos os obstáculos. A vitória foi incontestável", referiu, porém, elogiando ao adversário do jogo decisivo. "A Ovarense foi um digno vencido. Chegou à final com inteira justiça e valorizou a nossa vitória", disse. "Já tínhamos ganho a Taça Hugo Santos à Ovarense com uma margem bem mais confortável, mas nem sempre os resultados são assim. Sabíamos que ia ser complicado, era uma final, e as finais são para ganhar. Não só para jogar, mas para vencer", frisou. "Demos mais uma boa demonstração de sacríficio, porque uma equipa que está a ganhar, por uma margem confortável, e depois vê uma recuperação da outra equipa, normalmente a sua parte anímica pode baixar, e nós demos uma boa resposta", explicou, referindo-se à vantagem de dez pontos que o FC Porto detinha ao intervalo, acabando por vencer apenas por um.
Apesar da conquista da 12ª Taça de Portugal do FC Porto, Marçal garante que a equipa não vai adormecer e aponta baterias à Liga. "Obviamente que vamos festejar", disse no final do jogo, embora acrescentando que "a partir de segunda-feira (ontem) começaremos a pensar no próximo objectivo que é o campeonato".
"Conquistar a Liga é o próximo objectivo"
Obviamente que Nuno Marçal não pretende desvalorizar a vitória na Taça de Portugal, mas sublinha que, a partir deste momento, os objectivos da equipa passaram a ser outros. "Tal como na Taça Hugo Santos, voltamos a carregar uma imagem positiva e provamos ser a melhor equipa, mas o importante agora é pensar no futuro e o futuro é o campeonato", ressalvou.
Contudo, a qualidade exibicional do FC Porto, em competições a eliminar e campeonato, têm sido bastante díspares. Se na Taça Hugo Santos e na Final a 8 da Taça de Portugal o domínio azul e branco foi inequívoco, já no campeonato a irregularidade tem sido o diapasão dos homens de Moncho Lopez. Nuno Marçal só encontra uma explicação. "Cada jogo que se perde numa prova como esta, faz com que se seja eliminado. Os jogos são sempre finais", frisou. "De qualquer das maneiras, temos trabalhado bem no campeonato, só que as coisas não nos têm corrido bem", afirmou, acrescentando que o objectivo de ser campeão continua inabalável. "Sabemos que a Liga é uma prova que tem o segundo "round", ou seja, acabando a fase regular entram os play-off. Como em todas as outras provas, "conquistar a Liga é o próximo objectivo".
Adeptos fiéis merecem lugar no coração de Nuno Marçal
No jogo de todas as decisões, o FC Porto contou com uma falange de apoio dedicada e Nuno Marçal não se esqueceu de todo o carinho que a equipa recebeu. "O apoio do público é muito importante para nós. Queria deixar uma palavra de apreço às pessoas que nos têm acompanhado, em especial aos que têm vindo apoiar, sempre que podem, nas deslocações da equipa. Na final, foi muito importante porque nos manteve acordados até ao último segundo, o que foi mesmo necessário", enalteceu o capitão.
