Conexões entre formação e competição (Parte I)
 
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Conexões entre formação e competição (Parte I)

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altSerá que o basquetebol de formação e o basquetebol de competição são assim tão diferentes?

Veja o que pensa Xavi Garcia, autor de um artigo publicado no site espanhol Solobasket e traduzido pelo prof. Mário Barros. Este é o primeiro de três textos escritos pelo treinador espanhol, que nos próximos tempos, serão publicados em português no Planeta Basket.
 
O cúmulo da estupidez é aprender aquilo que logo a seguir se tem que esquecer.

Erasmo de Rotterdam

Neste artigo vou aprofundar a ideia de que, na realidade, a diferenciação entre o basquetebol de formação e de competição é um conceito discutível. Creio que só há um basquetebol e que embora este apresente evidentes diferenças entre as distintas etapas tem também muitos pontos em comum e muitas afinidades. As diferenças fundamentais provêem de aspectos mentais associados a maturação do atleta, da pressão com que há-de conviver em função do nível a que joga, da complexidade táctica - estratégica e da própria experiência que se vai criando.

Às vezes o facto de se fazer excessivas diferenças entre as distintas etapas teóricas, limita o próprio crescimento do jogador. Subir uma escala é mais difícil do que subir uma rampa; vamos então tentar que o caminho não tenha escadas e que o desnível seja vencido de forma linear.

Vamos explorar essas afinidades:

- Hábitos -

Adquirir desde jovem bons hábitos não tem pouca importância; tem uma importância absoluta. 

Aristóteles

Comecemos por aqui. À medida que vamos avançando aparecem novos hábitos, mas alguns devem ser adquiridos desde que começamos a jogar até ao último dia: pontualidade, importância dos estiramentos na prevenção de lesões, concentração, respeito e atenção ao que diz o treinador, esforço e exigência nos treinos, boa gestão das emoções nas relações com os árbitros, educação nas vitórias e nas derrotas… E não esquecer tudo quanto se relaciona com os valores e o conceito de EQUIPA. Nesta fase inicial tudo isto se pode solidificar e formar uma base muito sólida. Por outro lado a manutenção de estes hábitos será de grande ajuda em futuras etapas. No início da temporada estes hábitos têm o efeito de contágio e se forem dominantes no grupo, este transforma-se em EQUIPA; se pelo contrário, uma equipa se forma com demasiados jogadores com maus hábitos, estes hábitos expandem-se e transformam a equipa num grupo.

- Competir e aprender -

Aprender é como remar contra a maré; quando se deixa, logo se retrocede.

Edward Benjamin Britten

Competir é parte fundamental da aprendizagem; é tão necessário como a água para o barco navegar. Ninguém aprende a nadar sem se meter na água. A questão é a seguinte, em cada momento vou dar o máximo e aprender a competir mais e melhor. Este princípio básico é válido em qualquer situação. È tão importante uma criança ter espírito competitivo como um atleta de 30 anos querer continuar a aprender, porque se deixar de aprender deixa de poder competir melhor.

O problema surge quando competir se confunde com o “fazer o necessário para ganhar”. Temos visto, por exemplo em Campeonatos de Espanha de selecções minis, ou em simples jogos “importantes” inventar lesões para que os “bons” possam jogar mais minutos e os “maus” não joguem. Isto não é competir, isto é desaprender, deveria ser inaceitável e motivo de eliminação.

Assim, o importante deveria ser perguntarmos PORQUÊ em lugar de o QUÊ ou COMO fazemos. Por exemplo, posso utilizar defesa à zona em cadetes, porém, por que o faço? Para que os adversários falhem lançamentos ou para que a minha equipa aprenda a atacar e defender zona. Ou… posso utilizar bloqueios directos em infantis… para que o “bom” ganhe muitas vantagens e possa ganhar o jogo ou para que aprendam a jogar o bloqueio directo. Mais adiante iremos aprofundar estes aspectos.

Saber agir como treinador e saber transmitir a maneira correcta de competir é tão difícil como fácil; é uma questão de entendimento.

Os seguintes aspectos técnico-tácticos geram eternas polémicas mas só pretendo expor os meus argumentos numa perspectiva transversal e integradora de todas as etapas do jogador. Não acrescento argumentos científicos nem quero entrar nesses terrenos, somente opino com base na minha percepção (pode estar errada) e na minha experiência.

- Definição dos espaços do jogo -

As posições anteriores fazem parte do jogo desde o início. Analisando bem parece não fazer muito sentido jogarem todos abertos até dado momento e logo a seguir ter de mudar todos os parâmetros para se acomodar a uma nova realidade. O jogador deve explorar no seu início, quanto antes, todas as posições do campo e saber identificar, ocupar e relacionar essas posições (drible, passe e jogo sem bola). Neste processo o jogador descobre aonde se encontra mais cómodo, o que tem de fazer chegar a bola a outra posição assim como o que fazer quando a bola está noutra posição.

- Especialização de jogadores -

Há que compatibilizar o facto de passar por todas as posições para adquirir capacidades com a posição aonde o jogador se sente melhor, aonde rende mais. Nosso trabalho como treinador não pode consistir em tentar conseguir que ele seja aquilo que nós queremos mas antes aquilo que ele realmente é, sem deixar de melhorar as suas capacidades noutras posições. Poucos “5” serão “4” porque o treinador deseja e poucos “2” serão “1” pela mesma razão. Todos temos caído nestes erros e, provavelmente, vamos continuar a cair, é normal, mas, podemos tentar enganar-nos menos.

Exemplo-tipo: Sucede às vezes que um jogador jovem se sente muito cómodo a jogar a 4 mas ao ver que não vai chegar aos 2 metros tentamos fazer dele um “3”. A grande pergunta é: Que necessita o jogador para poder jogar a 3?, o simples facto de o colocar a “3”…ou antes melhorar o lançamento, o drible, a defesa contra atletas pequenos,etc.? A resposta correcta á a segunda; então nossa actuação deve ser encaminhada no sentido de melhorar esses aspectos do jogo sem que perca a sua naturalidade e rentabilidade como “4”. Com o tempo poderá ser um jogador polivalente, um 3-4, ou então será um “4” melhor do que seria senão tivesse trabalhado naquele sentido.

Se pelo contrário, o fazemos esquecer aquilo que sabe e centrar-se na nova posição, isto gera aversão à posição anterior e muita pressão no novo papel e acaba por não ser nem “3” nem “4”.

Para o próximo artigo deixamos situações tácticas básicas (poste, bloqueios directos e indirectos), ataque e defesa à zona e scouting além de outros aspectos.

 

 


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