Para se construir um projecto de desenvolvimento no minibásquete há necessidade de identificar a população alvo e a sua localização.

Qualquer projecto de desenvolvimento passa por fazer uma avaliação dos recursos logísticos (instalações, material, transportes, etc), recursos humanos (treinadores, dirigentes, seccionistas, etc), pela comunicação e transmissão das finalidades, dos objectivos, duma vontade, duma e pela elaboração de um orçamento, como peça de gestão integradora do plano de actividades necessário à implementação desse projecto.

Sem investimento não há desenvolvimento e para desenvolver um projecto de uma forma equilibrada torna-se necessário apostar nas três vertentes mencionadas: recursos logísticos, recursos humanos e transmissão de um projecto. Quando os recursos financeiros são muito reduzidos, por outras palavras não há verbas para pagar recursos humanos, para fazer grandes aquisições logísticas ou custear campanhas de promoção dum projecto, então temos que usar a imaginação e acima de tudo apostar no reconhecimento e satisfação das pessoas que anonimamente trabalham nas primeiras etapas da formação.

Esta estratégia, mesmo em fase de crise do associativismo e grandes dificuldades económicas e sociais, tem conduzido paulatinamente ao crescimento do minibásquete como revelam os seguintes dados. Em 2000 estavam inscritos na FPB 6000 minis, mas uma percentagem muito elevada destes praticantes não tinha actividades ou prática regular. Actualmente o número de minis caminha para os 10.000, e as actividades, nº de eventos e prática regular cresceu exponencialmente. No início da década as actividades e eventos para o minibásquete só se desenrolavam na parte final de cada época desportiva. Actualmente as actividades, jogos torneios, convívios e concentrações começam logo a partir do mês de Outubro, praticamente em todas as Associações.

Em 2000 existiam dois escalões de minibásquete e hoje em dia existem três escalões. Fruto deste crescimento a competição federativa do escalão de Sub-14 também aumentou exponencialmente. Em 2000 havia apenas o Torneio Nacional de Iniciados Masculinos com 8 equipas no norte e 8 equipas no sul. Ou seja a nível de provas federativas apenas estavam envolvidas neste escalão 16 equipas. Actualmente os Sub-14 masculinos e femininos envolvem nas provas nacionais 88 clubes. As acções de formação, fóruns, clinics e outras actividades formativas também aumentaram e colocaram o minibásquete na agenda de dia. Outro fenómeno que se pode observar resultante do movimento do mini é a adesão dos grandes clubes como o Benfica e Porto, e de clubes que tradicionalmente só tinham feminino como o Seixal e Queluz, ao basquetebol feminino.

Se pensarmos no que se passou nos seniores, no mesmo período de tempo assistimos ao passar da LCB de 12 para 16 clubes, e com o surgimento da crise, num ápice à sua extinção e integração da competição mais elevada, de novo  na Federação. Também assistimos igualmente a uma diminuição significativa de equipas de seniores como se pode verificar no número de clubes que participam no CNB2 o quarto e mais baixo nível da competição sénior.

Conclusão, fruto de muita dedicação e empenho de muitos treinadores, dirigentes e pais, apesar dos reduzidos investimentos o movimento do minibásquete tem conseguido, dentro de uma conjuntura económica desfavorável, uma surpreendente dinâmica de crescimento.

O capital mais importante de qualquer projecto são sempre as pessoas e os resultados estão à vista. Se conseguirmos juntar investimento à dedicação e entrega anónima de muitos treinadores e animadores, tenho a certeza, que de um quadro de crescimento, transitaremos para o desenvolvimento do minibásquete.

Como é evidente não conheci o Monsieur de La Palice mas certamente que ele não conseguia ser mais óbvio: Sem investimento não há desenvolvimento.