Muitos lançamentos falhados são sinónimo de maior número de ressaltos disputados e na luta das tabelas, a formação de Los Angeles foi claramente mais forte. Os Lakers conquistaram mais 13 ressaltos que os Celtics (53 vs 40) e dispuseram de muitas segundas oportunidades de lançamento, fruto de 23 ressaltos ofensivos. A eficácia ofensiva dos Celtics até foi bem superior à dos Lakers, no entanto o número de posses de bola e tentativas de lançamento dos campeões foi claramente superior.
Os verdes de Boston lideraram praticamente toda a partida e apenas baquearam no último período. Já os Lakers que demoraram a voltar ao jogo, sobretudo devido ao desacerto da linha de lance livre, acabaram por se encontrar no derradeiro parcial, quando a bola deixou de estar apenas nas mãos de Kobe Bryant e passou pelos seus companheiros que responderam à altura do desafio. Lamar Odom, com mais uma boa contribuição vinda do banco, Derek Fisher, com um triplo importantíssimo a empatar finalmente a partida, Pau Gasol com 10 pontos decisivos no último período e Ron Artest impressionante não só na defesa e na luta, mas também no ataque.
De facto e do ponto de vista individual, Kobe Bryant acabou o jogo com miseráveis 6/24 em lançamentos de campo, mas ainda assim com 23 pontos, 15 ressaltos e com mais um trofeu de MVP das Finais nas mãos. Na verdade, Kobe que merece inteiramente o prémio de MVP pelo que fez nos restantes jogos, foi nesta partida de decisão, o menos inspirado dos Lakers. Felizmente para ele, os seus companheiros apareceram quando ele mais precisou.
Ron Artest, o único atleta dos Lakers que não tinha ainda ganho qualquer anel de campeão, esteve soberbo e terminou a partida com 20 pontos, 5 ressaltos e 5 roubos de bola. Mas mais do que os números, foi a sua entrega, a sua capacidade de luta e a sua capacidade defensiva que mantiveram a equipa de Los Angeles na luta pela partida. Pau Gasol acabou por ser a peça chave na decisão do encontro ao concretizar lançamentos importantes, incluindo os últimos 5 lances livres de que dispôs e ao dominar as zonas próximas do cesto. O espanhol acabou o jogo com 19 pontos, 18 ressaltos, 5 desarmes e 4 assistências em mais uma exibição de luxo.
Do lado dos vencidos, a enorme capacidade defensiva não chegou para valer o triunfo num dia em que o pistoleiro Ray Allen (13 pontos) voltou a estar desastrado no capítulo dos lançamentos. Limitados pela ausência do lesionado Kendrick Perkins, os Celtics perderam capacidade de luta nas tabelas e com o tiro exterior a não funcionar as possibilidades de êxito diminuíram ainda mais.
Paul Pierce fez o que pôde perante o carraça Artest e somou 18 pontos e 10 ressaltos. Rondo voltou a estar perto do triplo-duplo, obtendo 14 pontos, 10 assistências e 8 ressaltos e Garnett acabou com 17 pontos e 5 desarmes. Rasheed Wallace que substituiu o lesionado Perkins no cinco somou 11 pontos e 8 ressaltos, no entanto do banco pouca ajuda veio mais.
No final os Celtics acabaram por cair, mas caíram de pé.
Com o título conquistado, os Lakers conquistam o 16º título da sua história e reaproximam-se ainda mais dos 17 campeonatos ganhos pelos Celtics.
Outro dado de relevo desta final é o 11º campeonato conquistado por Phil Jackson que desta forma ultrapassou Red Auerbach e é desde hoje o treinador mais titulado de sempre da história da NBA.