Controlar a ansiedade dos pais
 
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Controlar a ansiedade dos pais

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FracoBom 

altHá situações curiosas na vida. Planeei escrever este artigo aproveitando a viagem que estou a fazer para Santa Maria nos Açores para estar presente no Torneio Nacional de Minibásquete, e ao embarcar assisti a mais uma situação que veio reforçar as minhas convicções.

No mesmo voo em que estou a viajar vai um grupo de escuteiros que vão, ao que vim a saber acantonar em Ponta Delgado. No aeroporto lá estavam os pais e encarregados de educação, alguns extremamente ansiosos, e uma mãe a chorar, por ver o seu filho partir e muitos a recomendarem para que os filhos telefonassem todos os dias.

Durante o último jamboree em Ponte da Barca prometi aos minis que iria explicar porque é que não deixamos telefonar aos pais na hora do jantar. A seguir ao almoço para qualquer urgência os telefonemas são efectuados através dos monitores. Esta regra não surgiu do acaso, esta regra resulta de uma experiência acumulada, que nos diz que o momento mais sensível de adaptação e integração no jamboree, principalmente nos primeiros dias, é à noite a seguir ao jantar. Nesta fase não devemos potenciar este momento crítico associando às saudades das crianças a ansiedade dos pais. Também não é por acaso que o dia termina sempre com actividades lúdicas sempre muito divertidas.

Com dez anos de trabalho e mais de 18 jamborees realizados é-nos muito fácil percepcionar quando uma criança está realmente em sofrimento e quando é apenas mimo. Quando observamos uma criança que não interage com as outras que se vem “aninhar” junto à “mamã de serviço” e dos monitores, percebemos que esta criança não se está a adaptar à situação que está a viver. Pelo contrário quando observamos uma criança que se ri, que brinca com os outros, que interage com os novos amigos durante o dia, e só à noite é que fica mais susceptível, estamos normalmente numa situação de algumas saudades naturais por quem sai pela primeira vez debaixo das asas dos pais. No entanto, não estamos perante uma situação preocupante.

Nestes casos a nossa solução, desde que viável é fácil. Jamboree não é clausura, jamboree não é prisão. Se a criança quiser sair, sai, mas essa decisão tem de ser tomada pela manhã e nunca na hora de se ir deitar. Queremos que as crianças aprendam a respeitar compromissos e não aceitamos de bom grado que esta ande o dia inteiro bem-disposta e feliz e há noite porque estranha a cama e a ausência dos miminhos dos pais se queira ir embora. Mais injusta se torna a situação, quando sabemos que existem crianças que adorariam poder participar num jamboree e não têm essa possibilidade. Na manhã seguinte informamos a criança das actividades e perguntamos-lhe se que ir embora, na certeza porém que se ficar durante o dia terá de ter como compromisso passar a noite connosco. Regras são regras e existe uma fronteira muito clara, ou os pais acreditam no nosso trabalho e nos confiam as suas crianças ou não e então nos enviam os seus filhos. O que não podem fazer é entregarem-nos os seus filhos e quererem alterar ou impor a sua vontade às nossas regras.

Controlar a a ansiedade dos pais é e as saudades de alguns pais é bem mais difícil do que lidar com crianças, e o problema é que como costumo dizer as crianças tem radares e em muitas situações ficam preocupados com os receios dos encarregados de educação e não usufruem o evento na sua plenitude.

Ps: Não resisto a transcrever um dos comentários mais bonitos sobre situações desta, que alguma vez tivemos Como costumo dizer estas são as medalhas do jamboree do minibásquete, experiência que indubitavelmente marca, minis, monitores e encarregados de educação.

12.º Jamboree- Paredes de Coura
”Um comentário de quem viveu o jamboree indirectamente, mas com muita intensidade. Ouvir a nossa filha pedir-nos desesperadamente para regressar no final do 1.º dia, ouvir o nosso coração ordenar-nos que lhe obedeçamos, ouvir a nossa razão aconselhar-nos a dar-lhe esta oportunidade de crescer. Fazê-la relembrar que não se desiste à primeira adversidade não teria sido possível sem os apoios de quem lá estava, com ela. Quem contribui para o enriquecimento dos nossos filhos merece sempre a nossa gratidão.”

 

Comentários 

 
+6 #4 Sónia Ariana Pais Fe 11-07-2013 22:23
Como mãe concordo plenamente com o artigo. Nós, pais, somos muito protetores ( e não fazemos por mal) mas acho que nos custa ver os nossos filhos a crescerem... O jamboree é uma oportunidade única. Obrigado a todos por proporcionarem estes momentos únicos aos nossos filhos
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+11 #3 San Payo 30-06-2010 08:03
Parte 1

Bom dia Carla e Elcio Lopes

Também foi com muita atenção e satisfação que li o vosso sentido e excelente comentário. Jamboree de Minibásquete é troca de informação partilha de experiências e vivências. É sempre bom para nós que durante uma semana somos responsáveis, e que grande responsabilidad e, pelos vossos filhos termos informação e "feed-backs" dos pais.

Quanto à vossa sugestão esta faz todo o sentido, mas infelizmente nem sempre é viável por um conjunto de circunstâncias, como por exemplo as distâncias. Por exemplo obrigar pais do Algarve a chegar ao Minho na parte da manhã não é fácil.
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+11 #2 San Payo 30-06-2010 08:02
Parte 2
Na realidade a chegada, a primeira noite e o primeiro dia são sempre os mais difíceis e já pensámos em várias soluções para minimizar estas dificuldades, mas como tudo na vida todas as opções tem vantagens e desvantagens. Felizmente que os abandonos são muito reduzidos e estes quando acontecem resultam normalmente da cedência imediata dos pais ao primeiro receio ou mimo dos seus filhos, razão pela qual o comentário da mãe da menina de Paredes de Coura me marcou tanto.

Cumprimentos e felicidades para esta difícil mas sempre aliciante tarefa que se chama educar.
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+11 #1 Carla e Elcio Lopes 29-06-2010 09:29
Foi com muita atenção que lemos as suas palavras experientes e é com muita convicção que lhe damos toda a razão, pois o nosso filho passou por essa situação. Talvez potenciada pelo nosso tremendo atraso, teve certa dificuldade em encarar uma semana longe dos pais - principalmente as noites - e aquela primeira em particular.
O que lhe valeu (e a nós - pais) foi o seu "anjo da guarda" Ricardo, que se mostrou uma pessoa sensível e empenhada e o ajudou a interiorizar que seria uma excelente oportunidade, que ele acabou por agarrar com unhas e dentes..
(Já agora, permita-me uma sugestão: para entrega dos atletas escolham as manhãs, dessa forma têm o dia todo para fazer amigos e para se ambientar.)
Finalizando, queria agradecer a todos por uma semana em cheio, que fez o nosso filho crescer e amadurecer, enquanto fazia o que mais gosta. Acabou por adorar tudo e todos e confessou-nos que a semana passou a "voar".
Parabéns por serem como são.
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