Como adeptos de basquetebol entramos num pavilhão, ouvimos o soar da buzina ou o apito do árbitro e esperamos que seja um jogo masculino. De preferência daqueles duros e equilibrados que nos prendam no pavilhão até ao final do jogo.

Se for feminino pensamos duas vezes se vale a pena ficarmos a ver o jogo até ao final.

Fazemos planos para ir ver jogos masculinos… Já os femininos normalmente apenas queremos ir nos jogos importantes ou com algum significado para nós.

Joguei ao longo de vários anos, fui treinador de masculino e agora estando no feminino sinto que as diferenças já não são assim tão grandes que justifiquem este tipo de “comportamentos”.

A complexidade do jogo é diferente. O masculino mais físico, o feminino mais táctico.

O masculino com muito contacto, o feminino com pouco contacto.

Mas vemos cada vez mais jogadoras que se aproximam do estilo de jogo “masculino” e que se conseguem assim evidenciar na equipa.

Para mim uma das principais diferenças entre o basquetebol masculino e o feminino passa pelo receio que as mulheres têm em arriscar.

Notamos por exemplo numa mudança de direcção que a inversão é muito mais usada no feminino do que no masculino, exactamente por ser a mudança de direcção mais segura, que protege mais a bola.

Podemos até olhar para um grupo de minibasket e observar que os rapazes naturalmente apresentam maior destreza para experimentar situações novas, correr riscos que elas, ainda pequenas, não correm.

Vários estudos apontam o sexo feminino como tendo maior potencial de aprendizagem do que o masculino, contudo em situação de jogo são requeridas mais do que uma capacidade e o sexo masculino está melhor preparado para dar uma resposta positiva quando mais de uma acção é requerida.

A capacidade física é sem dúvida importantíssima para diferenciar o masculino do feminino, a atitude que pode ou não ser influenciada pela capacidade física é outro dos pontos diferenciais, mas na minha opinião e como já referi o “medo de arriscar” é a chave para esta diferença.

Contudo, o nosso desporto está a crescer cada vez mais, e cada vez há menos a distinção que havia entre basket masculino e feminino.

Sinto em que estamos a chegar a um ponto em que tudo é basket.

E todos gostamos de o ver…