Nunca me senti dono da verdade. Quem me conhece, sabe que não sou grande apologista de verdades bombásticas ou absolutas, modas ou chavões, e que acima de tudo tenho alguma dificuldade em lidar com pessoas que tem um discurso e uma prática, que não coincide com o discurso proferido.
Não me canso de repetir que não há apenas um caminho e que todos são legítimos, desde que se saiba o que é que se pretende, esclareça a lógica e coerência das suas opções e se apresentem resultados.
Também não vou, agora e aqui, falar sobre os resultados de 10 anos de trabalho na Federação nem sobre as minhas convicções, que tem ao longo dos anos sido expostas e que nem sempre tem sido correctamente interpretadas. Vou apenas dizer que, felizmente, o minibásquete está na ordem do dia. No arranque desta época a Associação de Basquetebol de Lisboa trouxe a Portugal ao seu Clinic, para falar de minibásquete, António Carrillo, um excelente prelector. A Associação de Basquetebol do Porto vai dedicar o seu Clinic Internacional exclusivamente ao minibásquete, e a Associação de Basquetebol de Leiria vai organizar uma acção de formação suborndinada ao tema “No minibásquete o mais importante é a criança”.
Finalmente também não vou hoje abordar, o que eu penso sobre a competição. Fica desde já a promessa que é um assunto, em que terei todo o gosto em expor as minhas ideias e convicções em próximos textos. Hoje apenas quero abordar aquilo que considero uma falsa questão e que se chama a abordagem lúdica versus abordagem competitiva.
As crianças são naturalmente e felizmente muito competitivas. Como costumo dizer ao fim de mais de 40 anos ligado ao basquetebol nunca vi uma criança entrar para dentro do campo e não querer ganhar o jogo; mas já vi diversas vezes seniores, pelos mais variados motivos, entrarem para dentro de campo e nada se esforçarem para levar de vencida o adversário. Não me canso de dizer, que o problema no minibásquete, não são as crianças. O problema, na maior parte das situações, são os adultos.
A realidade é um todo e tanto pode haver uma competição séria e empenhada numa actividade lúdica, em que as crianças tem de saber ganhar e perder, como não acredito, que haja empenhamento por parte das crianças em actividades em que estas sintam um mínimo de satisfação e prazer. No minibásquete a verdadeira questão está, na definição dos objectivos pretendidos e na capacidade de ensinar, ou seja na qualidade de intervenção e enquadramento do adulto.
Comentários
Beijinhos,
Andreia Pereira
algum dia vão dar valor ao desempenho e empenho que tanta gente dedicada ao mini. Muitos atletas e treinadores precisavam lá ter passado.
Se calhar também vamos ter que começar a fazer JAmborees para pais.... :)
Mais um excelente artigo do nosso director tecnico.
Abraço
"O problema, na maior parte das situações, são os adultos."
Caros amigos, e não apenas acerca deste assunto mas de quase todos, os que envolvem o minibasquete e não só... normalmente o que "estraga" tudo são, quase sempre, os adultos!
Beijinhos!
Beta
Quanto á competividade ,continuo a preferir primeiro criar o gosto pela modalidade e depois só depois estas crianças estarão mais preparadas para a competição
um abraço
Mais Um Excelente Artigo