O Outro Mário
 
Faixa publicitária
Localização: HOME BASKET CLINIC TREINADORES ENTREVISTAS O Outro Mário

O Outro Mário

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF
Avaliação: / 34
FracoBom 

alt“Sem a sua preciosa ajuda profissional, sem a sua postura séria e leal, provavelmente não teríamos alcançado tantos êxitos.”

Estas palavras pertencem a Mário Palma e são dirigidas ao homem que é um pouco como a sua sombra, Mário Gomes. E mais “As suas qualidades humanas e profissionais foram extremamente importantes para o meu sucesso” continua o ex-treinador da Jordânia em entrevista exclusiva ao Planeta Basket. Depois destas palavras sentimos-nos obrigados a falar com um dos nomes que irá ficar para sempre na historia do basquetebol português moderno, o Outro Mário – Mário Gomes!

alt

O que está a fazer neste momento Mário Gomes?
Depois de ter terminado, após o Campeonato do Mundo, o contrato com a federação jordana, regressei a Portugal para um período de férias, na expectativa de ter algum convite interessante para continuar a treinar. Tive duas ofertas de trabalho, uma para o Líbano e outra para a Arábia Saudita, mas não foi possível chegar a um acordo para aceitar qualquer uma delas. Assim, encontro-me na situação de “férias forçadas”, aguardando por uma boa oportunidade para recomeçar a trabalhar.

Quais são as suas perspectivas para o futuro? Pretende continuar a trabalhar juntamente com Mário Palma ou vão-se separar?
Tudo depende das oportunidades que vierem a surgir e, obviamente, do rumo que cada um de nós decida seguir. É claro que continuar a trabalhar com o Mário Palma é sempre uma possibilidade, mas voltar a ser treinador principal é um desejo que tenho, diria que natural. Por outro lado, também coloco a mim mesmo a opção de poder vir a trabalhar noutras funções, que não como treinador.  

É fácil trabalhar com Mário Palma? Porquê?
Já vos respondi a esta questão numa entrevista anterior e o que posso dizer é que, pelas razões que então apontei, para mim é fácil trabalhar com O Mário Palma, como julgo que, para ele, também é fácil trabalhar comigo. Ou seja, apesar de ser treinador nunca ser um “trabalho fácil”, a nossa relação pessoal e profissional permite que nos entendamos muito bem.

Foi fácil para si a adaptação a um país como a Jordânia?
Foi muito menos difícil do que esperava. Foram quatro anos de trabalho muito bons e uma experiência riquíssima.

Quais foram os principais problemas fora de campo que sentiste por terras árabes?
Os principais problemas que encontrámos têm a ver com factores de ordem cultural, que se reflectem em hábitos de organização e trabalho inadequados às exigências do desporto profissional e cuja alteração tivemos que “forçar”. Um outro obstáculo importante foi o individualismo e a falta de solidariedade de muitas das “pessoas do basquete”, designadamente da maioria dos treinadores.

Como treinador, encontraste novas tendências de jogo durante o Campeonato do Mundo na Turquia?
Por vezes, os treinadores são tentados a (tentar) encontrar “novas tendências” sempre que acontecem Campeonatos do Mundo ou Jogos Olímpicos.
Na minha opinião, tal não aconteceu neste Mundial, apesar de podermos sempre encontrar uma ou outra “novidade” relacionada com um ou outro detalhe do jogo.
Penso que se assistiu, isso sim, ao reforço das que têm sido as tendências dominantes do jogo nos últimos anos e das quais destacaria:

  • O elevadíssimo ritmo de jogo, quer ofensivo, quer defensivo, com as (melhores) equipas a procurarem vantagens em todo o espaço do campo e em todo o tempo do jogo;
  • A polivalência e a criatividade dos melhores jogadores;
  • A pressão e intensidade defensivas;
  • Os jogos equilibrados continuam a ser decididos em “5x5 em meio-campo” e os “ataques de posição” têm que “ter espaço”, predominando o jogo com “quatro fora e um dentro”;
  • E algo que, não sendo qualquer novidade (longe disso), continua (e continuará) a ser determinante no jogo, a capacidade de ressalto, quer defensivo, quer ofensivo.

Que dizer do duelo com Angola na Turquia, em que tivemos três treinadores portugueses em bancos opostos num jogo de uma fase final do Campeonato do Mundo. O que sente um treinador português naquele momento? É especial?
Antes de mais, é muito positivo que duas equipas que se defrontam num Campeonato do Mundo tenham treinadores portugueses no respectivos “bancos”.
Quanto ao resto, é sempre especial, mas antes e depois do jogo. Durante o mesmo não, foi um jogo igual aos outros.

Qual foi a equipa que mais te impressionou? Porquê?
A Sérvia. Porque, colectivamente, foram a equipa que melhor basquetebol jogou e melhor interpretou o que chamaria de “basquete moderno” (sem pretensiosismo…). Por outro lado, porque, atendendo à juventude da maioria dos jogadores, é uma equipa com uma grande margem de progressão e que prevejo venha a conquistar grandes títulos internacionais em breve.

O que acha da nova regra introduzida pela FIBA que definiu que o número de equipas participantes no próximo Campeonato da Europa será 24?
Desconheço os fundamentos dessa decisão, daí que prefira não fazer um juízo de valor sobre a mesma. No entanto, devo dizer que a minha primeira reacção foi de surpresa, por dois motivos: a fase final do “Europeu” passa a ter tantas equipas como o “Mundial” e o dobro das presentes nos Jogos Olímpicos; o “timing” da decisão pareceu-me não ser o mais correcto.

O mais importante é que esta decisão proporciona uma nova oportunidade à nossa selecção par poder estar presente na Lituânia em 2011, vamos aproveitá-la!

Se o próximo treinador for português ele poderá entrar na historia como o primeiro treinador de origem portuguesa a qualificar a selecção nacional para uma prova desta dimensão. Na sua opinião, acha que existem treinadores portugueses com valor e qualidades para assumirem a selecção nacional? Quem são?
Obviamente que há treinadores portugueses competentes e capazes de dirigir a selecção nacional. Enquanto treinador, entendo que não devo referir nomes.

Fala-se muito de Mário Palma como próximo seleccionador. E claro que o seu nome surge logo como seu lógico treinador adjunto. Mas, (sabemos que é uma pergunta provocadora) e se a FPB convidasse Mário Gomes para ser o próximo seleccionador nacional, aceitaria?
Desagrada-me responder a perguntas baseadas em “cenários” e não em situações reais. Sobre (voltar a) trabalhar com o Mário Palma, a resposta está implícita numa das anteriores.

Quanto à “provocação”, direi apenas que, se esse convite surgisse (o que não é o caso…), tenho a certeza que me sentiria preparado para o analisar e, eventualmente, aceitar.

Acha que Portugal tem potencial e poder para conseguir ultrapassar a Finlândia e a Hungria, e garantir assim o apuramento para o Campeonato da Europa?
Pelo que conheço destas equipas e pelo historial dos últimos jogos de Portugal contra ambas as selecções, penso que sim. Para conseguir alcançar esse objectivo é, no entanto, imprescindível que o mesmo seja assumido por toda a “comunidade do basquete”, que todos os jogadores potencialmente convocáveis estejam efectivamente disponíveis para a selecção e que se leve a efeito uma boa e exigente preparação da equipa.

Já observaste o actual plantel do Benfica em acção. Qual é a tua opinião sobre a participação do actual campeão nacional na EuroChallenge e quais são, a teu ver,  as perspectivas do Benfica em passar a fase de grupos?
É muito positivo que o Benfica tenha decidido regressar às competições europeias e faço sinceros votos para que o mesmo aconteça, já na próxima época, com mais equipas, pois o contacto internacional é um dos factores determinantes para que possamos evoluir para um nível superior ao que temos actualmente.

Quanto à segunda parte da pergunta, faltam-me dados para poder responder, pois desconheço os adversários. Mas, dado o potencial da equipa do Benfica, com mais algum tempo de preparação e sem lesões, acredito que irá ganhar jogos e desejo que consiga qualificar-se para a fase seguinte. Seria muito importante, não só para o Benfica, mas também para o basquetebol nacional.

Na tua opinião, quais são as qualidades que um treinador deve ter para ser bem sucedido?
Há um conjunto alargado de qualidades que um bom treinador tem que possuir. Partindo do princípio que muitos treinadores as reúnem, os de maior sucesso distinguem-se, em minha opinião, pelo seu forte carácter e pela paixão que têm pelo jogo.

Pode deixar algum conselho para os jovens treinadores de Portugal?
Respondo exactamente como o fiz na entrevista anterior: “Que vale a pena continuar se, a cada dia, for sentindo que continua a amar o jogo e o que faz, que o “bichinho” continua vivo, que tem gozo em treinar. Que tenha sempre presente que os jogadores que treinamos são a razão de ser da nossa actividade. Que procure os companheiros mais experientes que o possam ajudar, para se ser treinador há que “sair do casulo”.

O que pensa do site Planeta Basket?
Há uns tempos repondi-vos da seguinte forma:
“Penso que pode ser muito útil à modalidade em Portugal, vem responder a uma necessidade premente, pois, nos nossos dias, este é um espaço que tem que estar preenchido.

Espero que os objectivos que guiam este projecto se cumpram, tendo perfeita consciência que isso depende, em grande parte, não dos promotores, mas sim daqueles a quem se dirige, particularmente dos treinadores, do seu interesse em mantê-lo vivo e de boa saúde.

Sabem, melhor que eu, que não será fácil, mas...pode conseguir-se!

Desde já, os meus sinceros parabéns pela coragem de terem posto “mãos à obra”!

E que o Planeta Basket tenha longa vida!”

Hoje em dia, acho que têm cumprido os objectivos a que se propuseram e têm correspondido de forma positiva às expectativas que geraram. Por isso… Parabéns!
Quanto ao futuro… Continuem e boa sorte!

 

 


Facebook Fronte Page

Buscas no Planeta Basket

Wilson Basketball

  • Treinadores

  • Lendas

  • Resultados

Sample image Canto do Treinador Exercicios, comentários, artigos, etc...ver artigos...

Sample image Lendas de Basquetebol Quem foram as personagens marcantes da modalidade. ver artigos...

Sample image Resultadoos e Classificações Todos os resultados na hora... Ler mais...

Facebook Side Panel

 
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária