Bem sei que vivemos tempos, como ouvi dizer recentemente a um sociólogo, de retrocesso moral, bem sei que ficou célebre a afirmação de um dirigente do futebol do que “hoje é verdade amanhã é mentira”.

Também foi na mesma linha da citação anterior, que aprendi com um dirigente de um clube, que “o papel é manso aceita qualquer coisa.” Apesar de tudo isso sinto-me muito feliz, pois nas minhas andanças pelo universo do minibásquete tenho conhecido jovens, para quem a palavra, mesmo a que não é escrita, tem valor.

Vem esta introdução a propósito dum tema recorrente na humanidade, que se chama conflito de gerações. Recentemente recebi um email no qual, falando sobre o conflito das gerações, o médico inglês Ronald Gibson, começou uma conferência citando quatro frases:

1ª “A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, põe em causa a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos, não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."

2ª “Não tenho esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."

3ª "O nosso mundo atingiu seu ponto crítico... Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."

4ª "Esta juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."

Após ter lido as quatro citações o referido conferencista ficou satisfeito com a aprovação, que a audiência deu às citações e revelou, então, a sua origem. 

A primeira é de Sócrates (470-399 a.C.);

A segunda é de Hesíodo (720 a.C.);

A terceira é de um sacerdote do ano 2000 a.C.;

A quarta estava escrita num vaso de argila descoberto nas ruínas da Babilónia, e tem mais de 4000 anos de existência.

Estas citações e a forma como estão espaçadas no tempo merecem seguramente a nossa reflexão crítica. A importância do minibásquete também está decididamente na transmissão de valores e esta é a minha singela homenagem às pessoas, que gostam de ensinar e para quem, independentemente da época em que vivem ou da geração a que pertencem, a palavra ainda tem valor.