João Oliveira e a vida em Angola
 
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João Oliveira e a vida em Angola

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altAngola e o basquetebol angolano são os temas sobre os quais nos vamos debruçar com o nosso próximo entrevistado, o treinador João Oliveira.

Na época passada, o técnico português aceitou o desafio de trabalhar neste exótico país africano, assumindo as funções de treinador principal do INTERCLUBE. O Planeta Basket contactou-o para que ele possa partilhar com os nossos leitores a sua experiência no continente africano.


Quais foram os principais motivos que te levaram a aceitar o desafio angolano do INTERCLUBE?
Por um lado, profissionais pois era o terceiro convite que recebia para treinar no estrangeiro e enquanto apaixonado pela modalidade, entendi ser o momento para avançar para esse tipo de experiência. Depois, porque a minha mulher tinha-se deslocado a Angola, para participar num torneio de veteranos e disse-me que para quem como eu adorava basquetebol e pela forma como as pessoas viviam o jogo Angola era o lugar. Por último, dado o entusiasmo e vontade dos dirigentes do Interclube – 1º o Vice-Presidente Miguel António e depois do Presidente José Martinez - em contar com os meus serviços para iniciar um novo projecto.

Qual foi o cargo e quais as funções que desempenhavas no clube?
Coordenador do basquetebol e treinador principal da equipa de seniores masculinos.

Como eram as condições de trabalho em termos de logística?
Tínhamos aspectos positivos ao nível dos meios humanos, pois contávamos com dois treinadores assistentes, Seccionista e Estatístico, Técnico de Equipamentos, Fisioterapeuta, Médicos e Motorista.

Para o tipo de trabalho que queríamos realizar, em função dos objectivos e do tempo que tínhamos para os concretizar, necessitávamos de: (a) melhorar a formação de quadros (o que fizemos durante a época desportiva), (b) melhorar os meios audio-visuais e informáticos do controle do treino e competição (aspecto que foi resolvido ao longo da época através da aquisição de meios audiovisuais e formação das pessoas de forma a saberem utilizá-los), (c) de um director para a alta competição que acompanha-se a equipa a todo o momento, (d) melhorar os meios de treino / preparação, estágio e recuperação do esforço (fizemos várias propostas).

Que tipo de basquetebol se joga actualmente nos campos angolanos?
Tínhamos a ideia de um basquetebol Angolano assente na defesa, rápidas transições e jogo ofensivo criativo. Observamos defesas concentradas em defender o “pintado”, contacto físico e com muita intensidade. No “momento da bola nas mãos” as equipas mais fortes procuravam fazer poucos erros através de um jogo mais controlado.

Foi fácil a adaptação a esse modelo de jogo?
Foi um processo que foi acontecendo ao longo do tempo e conduziu a muitas aprendizagens que me tornaram num melhor treinador.

Em termos de popularidade, como é visto o basquetebol comparativamente a outros desportos em Angola?
A imagem do basquetebol é espectacular. Os meios de comunicação social fazem um trabalho de acompanhamento de jogos e treinos, de proximidade e quantidade e todos podem através dos jornais, rádio e TV seguir o Basquetebol. Os Angolanos adoram o desporto e consegui aperceber-me de um carinho muito especial pelo Basquetebol, Futebol e Andebol Feminino.

Conhecedor como é das realidades portuguesa e angolana, que prognóstico faz para a Supertaça Compal, que esta época vai contar com a participação de 1º Agosto, Recreativo do Libolo, Benfica e FC Porto?
O primeiro prognóstico é de que será um Torneio com muito público, muito entusiástico e que gosta de basquetebol.

Quanto às equipas, todas passaram por processos de mudança ao nível da construção dos seus planteis e por outro lado ainda estão numa fase inicial da sua formação, pelo que o que disser vale o que vale a esta distância. Contudo, por altura do torneio conto observar jogos intensos, competitivos, de elevada qualidade e muito equilibrados onde por isso qualquer uma das equipas poderá vencer.

Como é o basquetebol feminino em Angola em termos de equipas e qualidade?
O basquetebol feminino era dominado pelo 1º de Agosto. O Interclube fruto da estratégia adoptada e do trabalho desenvolvido ao nível dos múltiplos aspectos que contribuem para o sucesso (destacando-se o trabalho dos Treinadores) teve uma época excelente vencendo todas as competições. Esta alteração sacudiu o basquetebol feminino ao nível da qualidade alavancando-o na medida em que pode levar outros projectos a acreditarem que com o investimento correcto podem lá chegar e com isso ganhará o Basquetebol Feminino Angolano. Quanto à quantidade existe uma grande concentração de equipas em Luanda. A quantidade de equipas as disputarem provas de seniores é inferior ao que se verifica em Portugal.

Existe trabalho no minibasquete em Angola? Se sim, como está organizado?
Não observei um trabalho organizado direccionado para essa área tão importante.

Angola tem sido nos últimos anos o país mais dominador do basquetebol africano. Fala-nos um pouco da formação em Angola? Pontos positivos e negativos, na tua opinião?
A formação não está ao nível dos seniores, nem me parece que a manter-se a situação que conheci estará à altura de no futuro responder, com o mesmo tipo de resultados nas competições internacionais de seniores. Uns tentam colocar jovens em escolas americanas, outros tentam desenvolver um trabalho mais a nível interno. Parece-me que para os jovens Angolanos poderem dar as alegrias que os actuais seniores têm dado aos Angolanos é necessário fazer um investimento diferente.

Como é a formação de treinadores angolanos? Existem níveis, cursos e clinics?
Existem treinadores com diferentes níveis. Foi criada a Associação Nacional de Treinadores de Basquetebol de Angola durante a época passada e sob a sua égide foram realizados dois clinics internacionais. Penso que não foi realizado nenhum curso durante a época, mas alguns treinadores vieram a Portugal realizar cursos e participar em clinics.

O que mais o impressionou positivamente em Angola? E negativamente?
O potencial humano, o entusiasmo e o apoio foram os aspectos que me impressionaram mais positivamente.

Quanto às oportunidades de melhoria ao nível dos seniores destacava as condições de trabalho ao nível das infra-estruturas (treino, recuperação, estágio, competição) e os aspectos organizativos quer dos clubes quer das competições.

Chegam a Portugal rumores de salários altíssimos pagos em Angola a atletas de topo. É esta a realidade? Se sim, pode dar alguns exemplos de vencimentos aproximados de jogadores estrangeiros e angolanos de topo?
Tudo é relativo. Cada país tem o seu custo de vida. Angola tem o seu, assim como Portugal tem o seu. O Basquetebol é uma modalidade muito valorizada pela sociedade Angolana (pavilhões cheios, meios de comunicação,…).

Rumores são rumores. Rumores de salários existem cá como lá, como em qualquer país e como é óbvio não vou dar qualquer exemplo de vencimentos de jogadores até porque só tenho conhecimento dos meus.

Teve problemas de adaptação na sua vida fora do campo?
O maior problema de adaptação resultou de ter a minha família muito longe, senti ausência deles, a palavra saudade foi vivida, faltou-me o “Lar”. O resto, são coisas secundárias que nunca foram percepcionadas como problemas mas antes oportunidades de desenvolvimento.

O que pode o basquetebol português copiar do angolano de forma a melhorar?
Quanto aos Clubes, criar condições de profissionalização de jogadores e treinadores. Relativamente à Selecção Nacional, o “modelo Angolano” de ter muitos jogadores da Selecção do mesmo clube, a trabalhar com o mesmo treinador onde entre clube e selecção treinam e estão em competição durante 11 meses e por vários anos. Entendo que existem 2 caminhos para se alcançarem elevados resultados. O caminho do recrutamento e o caminho do desenvolvimento. Ao nível da selecção parece-me que podemos investir na via do desenvolvimento de jogadores para obter resultados elevados. Acontece porém, que o desenvolvimento de jogadores e equipas leva tempo, horas, mais horas, mais horas de treino, competição, frustração, alegrias, …

Ao nível da formação de treinadores, ajudar os treinadores a melhorarem a sua formação através da criação de incentivos para estagiarem e se formarem noutros países.

Como são vistos os treinadores portugueses em Angola?
Os treinadores portugueses são vistos como profissionais e competentes e dai sempre que os clubes querem alcançar resultados diferentes, para melhor, encontrem nos treinadores portugueses uma solução válida. Penso que o profissionalismo e competência do Mário Palma e do Luís Magalhães abriram a porta ao Aberto Babo e a mim, assim o meu trabalho de todos levasse a que o Interclube procura-se um treinador português para me substituir.

O basquetebol Angolano tem a ganhar a presença dos treinadores portugueses quer pela competência quer pelos laços existentes – somos um povo irmão.

Qual é o próximo projecto do treinador João Oliveira?
Está nas mãos de Deus.

O que acha do site Planeta Basket?
Um site com informação diversificada, globalizante e com um tema central muito importante e que muitos adoramos – O BASQUETEBOL.

Uma mensagem para os leitores do site:
Estou certo que tudo grandioso começa com uma ideia, um sonho, um objectivo. Aos leitores do Planeta Basket gostava de deixar a mensagem de que se cada um encontrar a ideia, o papel que pode desempenhar com paixão para ajudar o Basquetebol a desenvolver-se, então teremos um Basquetebol mais dinâmico, com mais futuro.

 

 


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