“23-11-9-9” e “7-6-13-21” foram as sequências de pontos marcados em cada um dos períodos pela Academia e pelo Micaelense no encontro de domingo passado a contar para a 11ª jornada da Zona Sul do CNB1.
Como os períodos têm todos os mesmos 10 minutos, no mesmo campo com a mesma bola e entre as mesmas equipas, a explicação para o facto de a Academia ter passado de 34 pontos marcados na 1ª parte para apenas 18 na 2ª, e de o Micaelense ter marcado somente 13 na 1ª metade e 34 na 2ª tem de encontrar-se em variações do nível de concentração com que as equipas se entregaram ao jogo. Facilmente se conclui que cada um dos conjuntos jogou 1 período verdadeiramente concentrado, outro assim-assim, e nos 2 restantes não esteve lá. Os 5 pontos de diferença no final não resultaram assim de um jogo equilibrado, mas antes de um somatório de períodos de desequilíbrio, com a Academia a dominar de início e o Micaelense a acordar na 2ª parte para uma recuperação que não foi suficiente para chegar à vitória.
A jogar em casa e ocupando um lugar superior na classificação a Academia justificou o favoritismo entrando a defender de forma tão eficaz que a % de lançamentos de campo do Micaelense se ficou no 1º período por uns baixíssimos 19%. Também no ataque os da casa se movimentaram de uma forma organizada e aproveitando bem os erros da defesa adversária. O Micaelense por seu lado procurou mas não encontrou os pontos fracos da zona academista, e acabou a maioria das suas posses de bola com lançamentos de fracas probabilidades de êxito. O 2º período não trouxe melhorias do lado dos visitantes e mostrou os primeiros sinais de adormecimento dos visitados. Ainda assim a diferença aumentou para 21 pontos (34-13), não deixando adivinhar o que se ia passar na 2ª parte. No início do 3º período ainda foi a Academia que começou melhor, elevando a sua vantagem até aos 25, mas a partir daí foram os de S. Miguel que ganharam ascendente, reduzindo para 17 a diferença (43-26). O Micaelense já demonstrou noutras ocasiões que enquanto houver tempo para jogar não aceita um jogo como perdido, e no último período evidenciou uma vez mais essa atitude. Com um parcial de (0-9) a diferença baixou dos 10 pontos voltando a colocar o resultado em aberto, mas a Academia retomou o controlo e parou a recuperação visitante. No último minuto do encontro e com a diferença em 7 pontos o Micaelense passou a parar o cronómetro com recurso a faltas, mas a Academia conseguiu impedir as tentativas de lançamentos triplos e mesmo sem ter estado bem da linha de lance livre, não permitiu maior aproximação do que os 5 pontos de diferença registados no final (52-47). Procurando na estatística as razões da baixa marcação, elas começam para ambos os lados pelo relativamente baixo número de posses de bola, 80 da Academia e 81 do Micaelense, mas a partir daqui divergem. A Academia teve mais perdas de bola, 24 contra 15 do Micaelense, mas nas percentagens de lançamento de campo aconteceu o inverso. A Academia converteu 20 das suas 46 tentativas (43%) enquanto o Micaelense acertou apenas em 18 das suas 61 tentativas (30%). Nos lances livres, 10 convertidos em 20 tentativas para os da casa e 9 em 15 para os visitantes. Número superior de ressaltos captado pela Academia, 33 defensivos e 9 ofensivos, contra 21 defensivos e 10 ofensivos do Micaelense, mas há que ter em conta que houve muito mais ressaltos disputados na tabela dos visitados. Em resumo, no conjunto do encontro o Micaelense levou vantagem na luta pela posse da bola, mas esteve desastrado a atirar ao cesto, o que lhe valeu a derrota.
A Academia fez um jogo económico mas suficiente para vencer, e em que os seus pontos fortes ficaram visíveis. Mas é claro que quando a competição se tornar mais exigente, vai precisar de manter a concentração todo o tempo do jogo e não apenas em “part-time”. Do Micaelense não se esperava uma entrada no encontro tão falha de confiança, principalmente depois da vitória na jornada anterior. Teremos de esperar para ver se a equipa de Ponta Delgada volta a superar-se quando chegar o Play-off, tal como aconteceu no ano passado.
Em todos os encontros desta jornada a vitória sorriu à equipa melhor classificada. Em Albufeira o Imortal recebeu o Gaeirense e manteve a sua invencibilidade acumulando mais uma vitória (82-70). Mais equilíbrio era esperado em Moscavide com a visita do Atlético, mas a equipa da casa mostrou estar recuperada da derrota em S. Miguel e venceu com clareza (91-69) num dos raros jogos do campeonato com marcação elevada e boa percentagem de lançamentos. O Benfica reagiu pela positiva à derrota da semana passada frente ao Imortal e foi ao Montijo bater a equipa local (40-54). O Basket Queluz, vindo também de um desaire face ao Atlético, aproveitou a visita do Gin. Olhanense para elevar o moral e ganhou de forma concludente (93-64).
Na classificação os 5 primeiros mantiveram as posições, Imortal em 1º (10v/0d), Benfica e Academia em 2º (8v/2d), Moscavide em 4º (6v/4d) e Gaeirense em 5º a partilhar o lugar com o Basket Queluz (5v/5d), que ultrapassou o Atlético, agora 7º com os mesmos pontos do Micaelense (4v/6d). Os 3 últimos lugares mantêm-se, com o Montijo em 9º (3v/7d), o Ginásio Olhanense em 10º (2v/8d) e o CA Queluz em 11º (0v/10d).
A 12ª jornada, 1ª da segunda volta, disputa-se no próximo fim-de-semana
22 de Janeiro
CA Queluz-Benfica às 16.00h no Pav. Henrique Miranda
Olhanense-Atlético às 17.00h no Ginásio C. Olhanense
Imortal-Micaelense às 18.45h no Pav. Desportivo de Albufeira
Montijo-Gaeirense às 20.15h no Pav.Mun. nº1 do Montijo
23 de Janeiro
Academia-Moscavide às 15.30h na Escola Sec. Lumiar