Aprendi com os melhores
 
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Aprendi com os melhores

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altContinuamos a semana dedicada ao Basquetebol Canadiano com Maurizio Gherardini, o primeiro europeu a trabalhar como administrador de topo numa equipa da NBA.

Curiosamente, essa equipa, os Toronto Raptors, é canadiana.

Gherardini é um nome conhecido por todos os amantes do Basquetebol Europeu, já que foi responsável por uma das equipas que está na memória de todos os amantes deste desporto: o Benetton Treviso. A sua ligação ao basquetebol começou em Forli, a sua cidade natal, onde foi jogador, treinador adjunto e director da equipa. Em 1992, mudou-se para Treviso e coleccionou títulos: 4 campeonatos de Itália, 3 Supertaças, 7 Taças de Itália, 1 Eurocup e 4 presenças na Final Four da Euroliga. Depois de ter sido entrevistado para um lugar na Administração do Charlotte Bobcats, Maurizio Gherardini chegou à NBA em 2006, para ser Vice-Presidente e Director Geral dos Toronto Raptors. Para além disso, acumula funções na Federação Canadiana, entidade apostada em desenvolver o basquetebol no seu território.

Aproveitámos um momento de descanso para chegar à falar com o dirigente italiano, ficando a saber mais sobre o seu percurso e o seu trabalho do outro lado do Oceano.


Olá Maurizio, tens uma larga experiência no basquetebol europeu, o que conheces deste desporto em Portugal?
Tive a oportunidade de ir até ao vosso país disputar jogos das competições europeias com a minha antiga equipa, o Benetton, tal como ver alguns jogos da vossa selecção. Para além disso, tenho alguns amigos que me vão mantendo actualizado do que se passa por aí, um deles é o Mark Crow[olheiro dos Atlanta Hawks], que jogou uma temporada em Lisboa.

Foste jogador, treinador adjunto e director-geral na equipa da tua cidade, Forli. Nesses tempos, alguma vez imaginaste que podias chegar onde estás agora?
Sonhar chegar à NBA era, na altura, mesmo apenas um sonho, tal era a distância a que eu estava de perceber que uma oportunidade assim acabaria por aparecer durante a minha carreira no basquetebol.

Quais foram as aprendizagens fundamentais que recolheste em Forli, que te vieram a ajudar a ser um director de topo na NBA?
Eu acho que aquilo a que se chamam “fundamentos” são sempre importantes, onde quer que estejas no basquetebol: perceber o sistema e as suas regras, criar uma boa rede de contactos, trabalhar na observação, aprender a lidar com as pessoas.

Fazes parte da história do Benetton Treviso. Enquanto foste director, a equipa ganhou a Liga Italiana, a Taça de Itália, a Eurocup, tendo também atingido a Final Four da Euroliga. Qual era a filosofia de base desta equipa vencedora?
Tentei sempre ter o melhor equilíbrio entre jogadores veteranos, jogadores no seu melhor momento e jovens prometedores. Ter espaço para jovens em início de carreira foi sempre uma prioridade minha, tanto como conseguir manter alguns veteranos que tivessem experiência e soubessem “como ganhar campeonatos”.

Trabalhaste com treinadores como o Ettore Messina, o Mike D’Antonio, o Zeljko Obradovic… Qual deles é o melhor treinador?
Todos são grandes treinadores e grandes homens. Sempre me senti um privilegiado por trabalhar com eles e não vejo uma maneira possível de os listar.

Conta-nos o que aprendeste com cada um deles?
É impossível não aprender quando se trabalha com os melhores. Era uma partilha quotidiana, uma oportunidade diária de falar com eles sobre basquetebol. Confesso que tenho algumas saudades dessa “partilha de basquetebol”, já que todos eles eram muito abertos a discutir diferentes pontos de vista.

Organizaste Campos de Verão e Clinics, tornaste Treviso na cidade que todos os olheiros da NBA queriam visitar, organizando a Liga de Verão de Treviso. Qual é a importância de trabalhar com jovens no futuro do basquetebol?
Ter a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento de talentos é um grande extra: tens ali o palco ideal para medir as qualidades dos jogadores e começar a avaliar as possíveis escolhas que terás que fazer para a tua equipa no futuro. E, de uma forma geral, estás a contribuir para a evolução do jogo.

Manténs uma ligação com a Federação Canadiana onde estão a promover um projecto de basquetebol para jovens com a participação do Steve Nash. Queres nos contar mais sobre isto?
O Steve Nash é um ícone e um nome que poderá realmente ajudar ao desenvolvimento do basquetebol em todo o país. O projecto é destinado a crianças e o sucesso tem sido surpreendente: o basquetebol é o desporto com o crescimento mais rápido no Canadá!

Foste o primeiro europeu a deter uma posição de topo na administração de uma equipa da NBA. Achas que abriste a porta para outros directores e treinadores europeus?
Espero realmente que existam mais a seguir a mim. As barreiras existem para ser ultrapassadas. Não é um processo fácil mas eu acho que existem directores e treinadores com muita qualidade na comunidade internacional do basquetebol.

Virando agora a agulha para os Toronto Raptors. Perderam este ano a vossa estrela, Chris Bosh. É um novo começo para a equipa dos Raptors?
É um grupo novo. Somos uma equipa jovem e as trocas recentes tornaram-nos ainda mais jovens. Sentimos que temos algumas peças de qualidade e queremos construir algo a partir daí.

Quais são os objectivos da equipa, para os próximos cinco anos?
Ser um candidato consistente aos Play-off. Sinto que estamos apenas a um ou dois pequenos passos de chegar lá.

No vosso plantel há uma série de jogadores bem conhecidos em Portugal, como o José Calderón, o Andrea Bargnani, o Linas Kleiza e o brasileiro Leandrinho. Pode dizer-se que os Raptors mantêm uma atenção especial ao que se passa na Europa?
Nós não contratamos jogadores de acordo com o seu passaporte, mas tentamos sempre completar a nossa equipa com a peça que melhor se adequa. Não tenho dúvidas que, sendo Toronto uma cidade multiétnica, os jogadores estrangeiros têm toda a facilidade em adaptar-se e a sentir-se em casa. Isso ajuda. Nós gostamos de observar jogadores no mundo inteiro e, na nossa opinião, o talento pode aparecer em qualquer canto.

No passado, trabalhaste também com excelentes jogadores como Jorge Garbajosa e Anthony Parker. Qual foi o melhor jogador com quem trabalhaste?
Tal como referi em relação aos treinadores, não há maneira de elaborar uma lista. Trabalhar com o Garbajosa e com o Parker foi fácil e muito compensador, porque ambos têm talento, inteligência, conhecimento e eram excelentes no balneário. Mas eu fui suficientemente sortudo para me cruzar com uma série de jogadores de alta qualidade durante todos estes anos.

Nós, no Planeta Basket, promovemos a publicação de artigos técnicos e informação sobre o trabalho com os jovens, para além do basquetebol de topo. Achas que websites como o nosso têm um papel no desenvolvimento do Basquetebol?
Sem dúvida alguma, é uma espécie de missão. É fundamental chegar aos atletas enquanto jovens, tal como permitir o envolvimento de toda a gente, sejam jogadores, treinadores ou directores, de forma a que venham ter acesso ferramentas através do site.

Peço-te que deixes uma mensagem para todos os que estão envolvidos no Basquetebol em Portugal.
Eu gostava de agradecer a cada pessoa a sua colaboração no desenvolvimento do basquetebol no vosso país, bem como desejar a melhor das sortes para esta temporada. Percebam que partilhar ideias e dar uma contributo às novas gerações é muito importante. Tenho esperança que possamos voltar a encontrar-nos. Desejo-vos tudo de bom.

 

 


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