Sistematizar é preciso
 
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Sistematizar é preciso

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altContinuando a olhar o estado do basquetebol feminino, o Planeta Basket falou com o treinador José Leite.

José Leite tem 50 anos e é o actual responsável técnico do Quinta dos Lombos, equipa finalista da Liga Feminina. No comando desta equipa deste 2007, trouxe-a da 2ª Divisão Feminina até ao topo do Basquetebol Feminino nacional. Mas José Leite é uma figura de referência para a modalidade por ser, ainda, o treinador com mais jogos à frente de equipas nacionais portuguesas, mais exactamente 106 no escalão sénior feminino e 145 nos escalões de formação. Tendo isso em conta, procuramos saber quais as suas opiniões sobre a actualidade do basquetebol no feminino.


A análise dos problemas do basquetebol nacional apresenta bastantes diferenças entre a modalidade no masculino e no feminino. Na tua opinião, quais são os grandes obstáculos que o Basquetebol Feminino enfrenta na actualidade?
O Basquetebol feminino não apresenta nem mais nem menos problemas que qualquer outra modalidade colectiva feminina. Veja-se o exemplo do futebol feminino que tem muito menos divulgação que  o basquetebol ! Agora o basquetebol feminino pode fazer mais ? Sim, pode!

Algumas necessidades são :

  1. Treinadores que compreendam as necessidades das jovens atletas de exigência permanente e de procura de evolução constante. Atenção especial à técnica individual defensiva, que é muito descurada;
  2. Fusão de associações regionais para termos provas mais competitivas e maior racionalidade de despesas;
  3. Criação de uma lei de igualdade de oportunidades e apoios para o desporto feminino, tal como nos EUA, o Title IX;
  4. Mais trabalho de todos os que gostam do basquetebol feminino, para nos superarmos permanentemente.  

Ao nível das selecções, temos conseguido obter bons resultados nos escalões de formação, algo que ainda não teve reflexos no escalão sénior. A que se deve essa diferença?
A selecção sénior feminina tem estado às portas de entrar no grupo A, que  só classifica 16 equipas para o europeu, ao contrário das 24 no masculino. Esta diferença de 8 equipas dificulta muito o acesso à elite europeia, quando comparamos com o masculino. Também temos tido alguns problemas para ter as melhores jogadoras disponíveis(WNBA, lesões), e este ano parece que volta a não ser fácil. No entanto, com a força dos responsáveis técnicos e das atletas portuguesas, tudo é possível. Estão a surgir novos talentos, como a Sofia Carolina, a Michelle Brandão, a Luiana Livulo e outras mais, que vão fazer Portugal entrar no grupo de elite a qualquer altura.

É no entanto necessário que os responsáveis federativos invistam no apoio às atletas de selecção e na respectiva motivação, da mesma forma que o fazem para o masculino.
 
E quais são os desafios que se colocam ao basquetebol português para se afirmar no contexto europeu?   
Todos devemos estar unidos para que a selecção nacional sénior tenha condições de subir ao grupo e classificar-se para os europeus. Todo o trabalho dos clubes e das selecções jovens tem que ter isto em atenção. Uma selecção mais forte, faz uma modalidade mais forte!   É importantíssimo destacar o novo fenómeno do Basquetebol feminino, a Sónia Reis, que está a ter um destaque fabuloso, numa das melhores equipas do basquetebol europeu, o Ros Casares de Espanha, com a sua treinadora a justificar a baixa de rendimento actual da equipa, devido à ausência da Sónia por lesão. Penso que no Verão de 2012 , se tudo correr bem, a Sónia entrará na WNBA.
 
Quais foram os ganhos de termos uma maior atenção mediática na Liga Feminina esta época?
A exposição é benéfica para todos, aumenta os níveis de motivação e logo a vontade de trabalhar, de ser melhor. A presença da Ticha na prova deste ano, foi o melhor que podia ter acontecido. É imprescindível que os responsáveis nacionais potencializem estas oportunidades. No entanto, os maiores ganhos, penso que são a dinamização da juventude, vimos pavilhões cheios, as nossas jovens atletas puderam admirar com maior entusiasmo a Liga feminina e além da Ticha, surgiram novos ídolos. Por exemplo a Paula Muxiri é hoje uma atleta reconhecida, graças à maior mediatização da Liga.

Espero que a Ticha esteja presente nas Festas do Basquetebol juvenil, para continuarmos a aproveitar a sua disponibilidade para a nossa juventude.

Qual tem sido o sentido da evolução da Liga Feminina?
Este ano o nível competitivo esteve muito bom, o que vem do maior investimento de clubes, atletas e técnicos em termos de qualidade e quantidade de trabalho. Gostaríamos de continuar a ter este apoio e é imprescindível que federação e clubes invistam na exposição da modalidade, nomeadamente na televisão.

Consideras que as atletas portuguesas estão a beneficiar de tempo e nível de competição aceitável para evoluir?
Sim, considero, porque  o nível competitivo foi bom e estão muitas atletas nacionais, de bom nível, em Portugal.

Como é que a participação de equipas nas competições europeias contribuem para a evolução das jogadoras portuguesas?
Qualquer competição com exigências superiores provoca a evolução desportiva e, se Portugal é Europa a sério, os seus clubes devem ter as condições necessárias para participar nas respectivas competições. Estamos fartos de só se apostar nos resultados e não no percurso para a sua obtenção. Só pode exigir mais quem dá mais.

Como funciona a estrutura do Quinta dos Lombos e qual é o percurso que uma jovem aí formada faz até chegar à equipa de seniores?
A Quinta dos Lombos é um clube normal, que vive do empenho dos seus dirigentes e técnicos. No basquetebol feminino, temos todos os escalões e temos boas condições de trabalho, apesar de nos fazer falta um outro espaço de treino. Somos um clube jovem no panorama do basquetebol feminino nacional, mas estamos a crescer a uma velocidade muito elevada. O nosso pavilhão é um dos melhores da região, está muito bem cuidado e procuramos que todas as nossas atletas trabalhem a níveis de exigência altos. Sabemos que ainda nos falta muito caminho para a consolidação do projecto, mas temos paciência e, passo a passo, com o apoio de todos, mas principalmente com o dos pais das atletas, vamos reunindo cada vez mais condições para o sucesso das nossas jovens. Para chegar às seniores o percurso é o normal, trabalhar muito e estar preparada quando a oportunidade surgir.

Acha que a participação das jovens atletas com 16 e 17 anos nas equipas da Liga Feminina é benéfica para elas? Porquê?
Se elas tiverem capacidade para isso, sim. Na nossa equipa temos a Helga Alves, que tem 17 anos e faz parte do plantel sénior, apesar de também trabalhar com o seu escalão. A idade nas equipas de topo não interessa, o que interessa é o nível de compromisso que se atinge, dentro de patamares de qualidade semelhantes.

Quais consideras serem as áreas de intervenção no basquetebol feminino onde estamos mais avançados (os factores mais positivos do sector)?    
Temos bons técnicos, temos excelentes jogadoras, a Ticha Penicheiro, temos a Mery Andrade, a basquetebolista portuguesa de maior capacidade defensiva e com uma enorme atitude, temos a Sónia Reis, temos clubes a investir e trabalhar bem, como  o Olivais, Vagos, CAB e outros que estão a surgir(Montijo, Alberta Menéres), temos boas associações na dinamização técnica regional. Precisamos que estes aspectos, sejam agarrados como um todo, porque neste momento eles estão isolados uns dos outros, não tendo a força que poderiam ter.

Quais devem ser as principais medidas a tomar no futuro próximo?
Precisamos de nos unir e ter alguém com poder, dentro das estruturas de comando, que sistematize tudo o que há de bom no basquetebol feminino e desenvolve todas estas capacidades. Precisamos de continuar a investir no desenvolvimento das jovens atletas, principalmente através dos CNT, que devem continuar a ser apoiados e efectuar um grande esforço no recrutamento de jovens de elevado potencial para a modalidade, área onde ainda há muito para fazer. Também penso, que um curto programa de formação específica para os nossos treinadores jovens é determinante.

Consideras que o trabalho de um site como o Planeta Basket tem um papel importante dentro dos objectivos de promoção da modalidade?
Ao interessar-se por problemáticas com maior profundidade, o Planeta Basket consegue promover o aparecimento de diferentes opiniões e contribuir de forma decisiva, para o enriquecimento da modalidade. Muito obrigado!

 

 


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