Os atalhos e os trabalhos
 
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Os atalhos e os trabalhos

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San Payo Araujo Se continuarmos a não olhar para as questões de fundo, que estão nas nossas mãos tentar resolver, dificilmente alteraremos a realidade do nosso basquetebol.

Não me canso de repetir que um dos erros estratégicos, não apenas do basquetebol, mas de todo o desporto nacional é a incapacidade transversal de olhar com seriedade e profundidade para as etapas iniciais da actividade desportiva. Se não conseguirmos alargar a base andaremos sempre à procura de atalhos, e como diz o ditado popular, quem se mete em atalhos mete-se em trabalhos. Temos de conseguir aumentar o número e praticantes. Com a Espanha aqui tão perto, como poderemos estar tão longe no nº de praticantes por cada mil habitantes, nomeadamente, numa janela de oportunidade tão crucial do desenvolvimento como é a fase pré-pubertária. Como não vivemos nem nos Estados Unidos, nem na Lituânia, temos de encontrar formas e estratégias de trazer jovens praticantes e conseguir que  gostem  da nossa modalidade.

Na minha experiência raramente encontrei uma criança, cuja motivação prioritária para a prática desportiva fosse a necessidade exacerbada de ser campeão. É do conhecimento, se não generalizado, pelo menos comum, que as motivações que levam uma criança ou um jovem à prática desportiva são entre outras as necessidades de:

  • Se exercitarem, correrem saltarem e suarem;
  • Estarem com os amigos ou conhecerem novos amigos;
  • Serem reconhecidos seja pelos amigos, treinador ou pais.

Estas são, de um modo geral e por prioridade, diferente de criança para criança, as motivações que levam um jovem à pratica desportiva. Contudo, dêem-lhe as voltas que derem o que prende, um jovem a uma modalidade colectiva, é a participação nos jogos, a possibilidade de poderem jogar. Por outro lado, o que normalmente motiva e prende um adulto à modalidade é a possibilidade de ver ou mostrar resultados. Estes não são medidos na progressão dos jovens, são habitualmente expressos em títulos ou numa classificação. Os doutrinadores do MB, respeitando as necessidades das crianças e não preocupados com as necessidades dos adultos, decidiram praticamente desde a génese desta actividade direccionada aos mais jovens, que no MB todos os participantes num jogo tinham que jogar rigorosamente o mesmo tempo. Na sua origem, o MB era jogado por dez jogadores na modalidade de 5x5, em 4 períodos, e todos os praticantes tinham que jogar obrigatoriamente o mesmo tempo. Se o objectivo fundamental fosse vencer então para quê fazer regras diferentes? O MB seria como nos Seniores e jogavam apenas os melhores e os que dessem mais garantias de ganhar e serem campeões.

Como já mencionei em artigos anteriores, entre 1998 e 2000 exerci as funções de Director Técnico da Associação de Basquetebol de Lisboa. Nesse período introduzi, com sucesso, um escalão que após a minha saída foi abandonado, mas que de há uns anos a esta parte recomeçou a existir em várias Associações: o escalão de Sub-13. A forma como estava organizado nessa altura, esse escalão rompeu com uma série de normas e convenções estabelecidas que relatarei no próximo artigo. Pensar o futuro, compreender as dificuldades e necessidades dos jovens e ter a capacidade de reflectir fora do convencional é um desafio que gosto sempre de lançar.

 

Comentários 

 
+7 #2 João Ribeiro 14-06-2011 22:31
A questão surge: poderão estes dois investimentos contribuir a médio, longo prazo para a expansão da modalidade, para o tão desejado objectivo de tornar a nossa modalidade visível a todos? Terão a curto prazo os nossos minis e iniciados atletas de referência para imitar? Em que circunstâncias irão esse principiantes assistir a jogos? Nos canais públicos? Pagando para jogar e pagado para assistir aos jogos da nossa liga.
Receio que hoje se semeie para amanhã colher o fruto já seco e farto de não ter referências que o mantenham apaixonado pelo jogo. Eu cresci na modalidade com referências e através da TV e os actuais praticantes? Provavelmente só aqueles que pratiquem em clubes grandes ou aqueles que tenham posses para assinar canais privados de TV que dão jogos de madrugada possam desfrutar disso mesmo. Os outros...
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+7 #1 João Ribeiro 14-06-2011 22:29
Este tema leva ao paradoxo de assistir às iniciativas das Associações em promoverem mais actividades para o Minibasquete, fomentarem actividade competitiva nos sub-13, procurarem soluções económicas para aumentarem o número de praticantes; e no topo da pirâmide, num momento de crise financeira em todos os sectores, os clubes aprovam a inclusão de mais um 4º estrangeiro.
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