"Como é que é possível valorizar qualquer vitória independentemente dos meios que são utilizados para a alcançar"
Carlos Gonçalves
O projecto de se organizar a 1ª Festa Nacional do Minibásquete nasceu na sequência do 1º Fórum do Minibásquete realizado a 07 de Novembro de 2009 em Paços de Ferreira. Foi deste modo que, com alguma naturalidade esta cidade acolheu a 1ª edição deste evento. No programa desse fórum foram abordados no Sábado os seguintes temas:
A importância do treinador na formação do jovem praticante de minibásquete
Prof. Dr. Carlos Gonçalves, Presidente do Comité Europeu de Fair-Play
O impacto do Jamboree no universo do minibásquete
Testemunhos de praticantes, autarcas, dirigentes, treinadores, pais, clubes, jornalistas – Painel de testemunhos do evento com coordenação de Sérgio Rosmaninho – Director Técnico de Jamborees
Do minibásquete ao basquetebol - Que transição?
San Payo Araújo – Director Técnico do Comité Nacional de Minibásquete.
No Domingo dia 8 de Novembro de 2009 estes temas foram alvo de uma discussão e reflexão por parte dum conjunto de treinadores de minibásquete, que quiseram estar presentes nesse fórum e decidiu-se nesse momento avançar para a 1ª Festa Nacional do Minibásquete.
A perfeição não existe. A perfeição é tentarmos fazer sempre melhor. Existem evidentemente aspectos prático que terão de ser melhorados, mas acreditamos pelos múltiplos “feed-backs” que tivemos, que valeu a pena, e que este é um evento, mesmo em tempo de crise, para continuar e melhorar
Será muito difícil distinguir o que de mais importante se passou de 7 a 10 de Julho de 2011 em Paços de Ferreira, mas em termos gerais tudo o que foi abordado no Fórum esteve presente no evento. O fair-play nos jogos, por parte da quase totalidade dos treinadores; o ambiente de interacção dos jamborees, (com a presença dos internacionais Nuno Marçal e Sofia Coelho, com os “All-Star Games”, mas principalmente o “Arraial Minhoto” em que atletas e pais das crianças das diversas delegações conviveram entre si trocando opiniões sobre o evento), e evidentemente a aprendizagem do jogo que possibilite o crescimento e desenvolvimento dos praticantes e dos jovens árbitros.
Voltando ao Fórum de Paços de Ferreira, e voltando a uma das pessoas pela qual mais admiração tenho: o Prof. Dr. Carlos Gonçalves, relembro aquela metáfora engraçadíssima da faca. Nessa intervenção explicou que a competição era como uma faca. Não é boa nem má de per si. A competição, como a faca: pode ser boa ou má, conforme o uso que lhes dermos.
No final do recente evento de Paços de Ferreira afirmei publicamente, que seria profundamente redutor olhar para todo o esforço, levado a cabo pelo Comité Nacional do Minibásquete, Associação de Basquetebol do Porto e pela Câmara Municipal de Paços de Ferreira, em função exclusiva dos resultados. Acredito convictamente, principalmente em função das idades dos praticantes, que no minibásquete muito mais do que nos esforçarmos por um basquetebol melhor, devemo-nos esforçar por uma sociedade melhor.
Para finalizar nunca poderia terminar este texto sem referir que as boas práticas têm de ser realçadas e louvadas. Caro amigo Paulo Neta, o êxito desportivo deste evento, numa área tão sensível como o da arbitragem passou pelo teu trabalho impecável. Quantos adultos se disponibilizariam a dar o teu exemplo e sair do conforto da casa, dormir vários dias num colchão em salas de aula, para poderes acompanhar a tarefa de coordenação dos jovens árbitros e na final do evento, quando um destes jovens começou a ceder às pressões do jogo, para que o jogo não descambasse teres a coragem de pegar no apito e com enorme imparcialidade arbitrares o jogo da final, onde estava envolvida a tua própria Associação. Um exemplo de fair-play um exemplo de se tirar o chapéu!
Comentários
A toda a organização o meu muito obrigada pela oportunidade que proporcionaram, não só aos miúdos, mas também aos graúdos. E que venha a próxima :)
Antes de mais obrigado pelo seu comentário e elogio à organização do evento.Nunca me custou dar a mão à palmatória quando reconheço um reparo oportuno pelo que aproveito para dizer publicamente o que disse pessoalmente em Paços de Ferreira aos jovens árbitros presentes. Mais do que a qualidade, elogiei o seu enorme esforço e empenho, Se continuarem com este empenho certamente crescerão como árbitros, pois este evento foi e deve continuar a ser um espaço de aprendizagem para todos, como eu disse na Cerimónia final até para o publico, pois não é certamente com insultos, que se educam crianças.
Finalmente deixe-me cometer uma pequena confidência, reconheço que não elogiei no meu artigo os árbitros, mas também lhe digo que não foi por acaso que escolhi a fotografia com o Paulo Neta e o grupo dos árbitros para ilustrar o evento. Às vezes uma imagem vale mais que as palavras.
Fico satisfeito de trazer à baila esta questão que é de enorme pertinência.
Estar atento aos sinais daquilo que podemos observar é fundamental, mas como não gosto de trabalhar apenas a partir da observação e intuição, pedi a um dos membros da organização que fizesse um levantamento de quantos dos 192 praticantes ali presentes já tinham jogado ou jogavam nos cestos mais altos.
Feito o levantamento a resposta foi elucidativa, apenas 7 não tinham jogado ou jogavam nos cestos mais altos.
A partir desta informação concreta, e dum inquérito que vou fazer a todos os treinadores presentes há que tirar conclusões em função dos objectivos pretendidos para reflectirmos como diz, qual das formas serve melhor o basquetebol português?
Fica desde já a promessa que em breve darei mais informação sobre este tema aqui neste fórum que é o site do Planetabasket.
Obrigado pelo seu comentário
Completamente de acordo com a sua ideia. Para algumas associações, o evento não é Festa, é competição pura. Dai o desnível ser grande para com a maioria das outras Associações Distritais, já que á vantagem da quantidade e competitividade , competem com atletas que fazem 90% da época, no escalão de sub 14, isto apesar dos atletas terem idade legal. No entanto isto limita a participação de outros jovens, que pelos motivos acima descritos, não tem lugar nas Selecções Distritais com maior campo de recrutamento de atletas.
Um aspecto que no meu entender, deveria merecer um profunda reflexão, no seio do Comité Nacional de Minibásquete.
Do universo de atletas presentes em Paços de Ferreira, quantos foram na época que agora acabou atletas minis e quantos foram atletas iniciados/as?
Será que esta é uma festa do mini-basket? Ou uma competição de sub-12? e qual das 2 formas serve melhor o basquetebol português?