O basquetebol e os outros
 
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O basquetebol e os outros

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HistóriaNeste artigo vamos respigar algumas interações do basquetebol com outros jogos colectivos ocorridas ao longo da história.

Em primeiro lugar, sobre este tema e como já é conhecido, devemos reafirmar que o basquetebol foi inventado como um jogo de interior de ginásio para substituir outros jogos quando estes não se podiam praticar ao ar livre, devido à inclemência meteorológica, nem se podiam praticar no interior dos ginásios da altura, por inadaptação óbvia ao tipo de solo e espaço.

Recorrendo a um ponto de vista táctico, verificamos que a divisão de funções dos jogadores, em defesas, médios e avançados, típica do futebol europeu e, de outro modo, do rugby e do futebol americano, foram transpostas para o basquetebol nas primeiras décadas da sua existência. Até um goleiro (guarda-redes) existia no basquetebol dos primeiros tempos.

A transferência das competências dos jogadores dessas outras modalidades quando experimentavam o novo jogo, dava-se de forma que poderíamos qualificar de complicada. No primeiro jogo oficial, em Janeiro de 1892, Amos Alonzo Stagg, famoso jogador e futuro famoso treinador de futebol americano, distribuiu rudes carícias pelos seus adversários. Contam os relatos do tempo que teve em retribuição, por parte destes, um vistoso olho negro. Até Naismith, que apenas jogou na sua vida duas vezes o jogo que inventou, na primeira vez que o fez, praticava algo mais parecido ao rugby do que ao seu querido e amado jogo. E tinha sido ele a verter no papel as condições para um jogo presumivelmente “sem” contacto e cheio de “fair-play”…  Eram os seus hábitos de jogador de futebol americano e de lutador e professor de luta a vir ao de cima.

Mais perto de nós cronologicamente e continuando num registo de natureza técnico-táctica, o sueco Sven Erickson, famoso treinador de futebol, quando esteve a treinar o nosso Benfica, chegou a confessar que tinha aprendido muito do basquetebol, para aplicar no futebol. Uma das suas aplicações foi a defesa homem a homem com ajudas. E já que falámos de futebol, o famoso “futebol total”, badalada descoberta dos holandeses na década de setenta, foi “inventado”, como conceito, muitas décadas. Referimo-nos à “invenção” do “basquetebol total”. Relembre-se que o jogo 5 contra 5, com todos a defender e todos a atacar, foi uma conquista histórica no nosso desporto. Ainda nas primeiras décadas da prática do jogo, nem todos defendiam e nem todos atacavam. Foi só com a incorporação sucessiva de mais um atacante, com o que ela trazia de benefício ao ataque, que a defesa aprendeu a fazer recuar os seus jogadores e a igualizar forças. O “basquetebol total” nasceu aí e desde então só se aperfeiçoou.

Quanto a influência de regras entre o basquetebol e outros jogos, para darmos um exemplo das regras fundadoras, Naismith refere a forma como chegou à idealização do lançamento da bola ao ar, que se realizava, como sabemos, no início do jogo e sempre que havia a conversão de um cesto. A inspiração de Naismith, proveio, como ele conta, do jogo do polo aquático. Mais recentemente, pode dizer-se que, numa perspectiva inversa, o basquetebol tem influenciado muito outros desportos colectivos. A um nível geral, podemos dizer que um primeiro tipo de influência é a do exemplo de um jogo que regularmente e sistematicamente modifica as suas regras para melhorar o jogo. Assume assim uma idiossincrasia não conservadora, principalmente se o compararmos com outros desportos com grande relutância em mudar as suas regras, como é o caso do futebol. Há que referir, no entanto, que desde há uns anos a esta parte, também o futebol e outros desportos colectivos, começam a inserir nos seus procedimentos regulares, a alteração das suas regras. Quanto a exemplos de influência mais directa e específica, vemos o caso do futsal, onde a questão do controlo das faltas é claramente influênciada pelo basquetebol. No caso do hoquei em patins e do andebol, a existência de linhas de não retorno, no primeiro caso, ou da lei do antijogo, no segundo, foram também, provavelmente, fortemente influenciadas pelas soluções que o basquetebol encontrou perante idênticos problemas. Problemas esses, recorde-se, que apareceram nesses jogos e que os tornavam aborrecido de praticar e de ver.

Passemos agora a uma visão conceptual e da pedagogia dos jogos. O basquetebol, no entender sabedor de alguns dos teóricos, que classificaram os jogos, pertence à classe dos jogos de invasão, tendo como companhia o futebol, o raguebi e o andebol, entre outros jogos menos conhecidos. Tal como o nome indicia, as equipas, quando em posse da bola, invadem o terreno do adversário de modo a ficarem perto do “alvo” a atacar, e quando o têm ao alcance de uma finalização com probabilidade de sucesso razoável desferem o “tiro”. Daquilo que conheço, quem pela primeira vez teorizou esses jogos desse modo foi Knut Dietrich, a propósito do futebol, embora não os chamasse desse modo. A sua trama teórica explicativa do seu jogo específico que era, repetimos, o futebol, aplica-se perfeitamente a jogos que do ponto de vista táctico têm bastantes semelhanças, apenas se distanciando claramente pelas suas especificidades técnicas e físicas. Quem, mais recentemente, teorizou de forma mais pormenorizada, uma classificação dos jogos em função das suas características tácticas foi a corrente do Teaching Games for Understanding.

Talvez sejam os professores de Educação Física, pela sua necessidade de conhecimento de vários desportos para os poderem ensinar nas escolas, quando assumem a função de treinadores de uma modalidade, no caso a do basquetebol, a verem com mais facilidade os benefícios que tem o pescar dados e conhecimentos de outros desportos (não só de jogos colectivos) para os trazerem para a prática do jogo e do treino. Vários teóricos/práticos, no âmbito da chamada metodologia dos desportos colectivos, elaboraram concepções aplicáveis a estes desportos que têm, indesmentivelmente, traços comuns. A três grandes nomes quero fazer referência, esperando que os meus amigos leitores que eventualmente os não conheçam, vão ao seu encontro: Leon Teodorescu, Friedrich Mahlo e Knut Dietrich. Estes grandes estudiosos começaram a sua carreira nos anos 60 e muito do que escreveram permanece com imenso interesse mesmo agora, 50 anos passados. Quando os “encontrarem” verão que não se arrependerão do trabalho que fizerem. Num posterior artigo farei questão de percorrer alguns marcos da obra destes grandes nomes e da repercussão positiva que eles trouxeram para o mundo do treino do basquetebol e dos restantes jogos desportivos colectivos.

 

 


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