Vieram-me as lágrimas aos olhos, (que a idade já me permite passar por cima do preconceito que um homem não chora), quando li os sms enviados pelos amigos João Ribeiro e Rui Santos a informar a morte súbita do Dr. Mário Brites.

A alma do Soutocico

Mário Brites era a alma do ressurgimento da secção de basquetebol do Soutocico. A forma intensa e empenhada como vivia a vida do seu clube, nomeadamente o carinho que revelava por todos os praticantes do seu clube e dos adversários, é um exemplo humano, de profunda dimensão social, que vai muito para além do mero valor desportivo do basquetebol.

A entrevista que ficou por ser feita

Por ser um acto da mais elementar justiça sempre lutei por reconhecer, quem longe das luzes da ribalta, luta pelos alicerces da nossa modalidade. Tive o privilégio, de no início desta época, conhecer melhor a personalidade e o pensamento do Mário Brites. Fascinado pelo seu entusiasmo, pelo basquetebol, nomeadamente pelo minibásquete, logo nessa altura ficou combinada uma entrevista para o Planetabasket , para que pudesse divulgar os projectos do Soutocico, nos quais estava incluído o primeiro jamboree organizado numa aldeia.

O amor pela modalidade

Pelo que fui sabendo nas nossas conversas, desde muito cedo que Mário Brites sempre revelou uma enorme dimensão associativa e social. Numa fase inicial, este seu pendor manifestava-se como músico na filarmónica da sua terra. Tanto quanto me fui apercebendo, foi com alguma tristeza que o seu pai, também ele músico, aceitou o “abandono” da música por se ter enamorado pelo basquetebol, A esta alteração não deve ser alheia a paixão pela sua esposa Isabel, ex jogadora de basquete e actual treinadora do Soutocico e mãe da Maria João de 13 anos e do Filipe de 5 anos.

Nesta hora de dor e luto a maior homenagem que podemos fazer ao amigo Mário Brites é dar continuidade ao seu sonho e à sua obra É proporcionar a rica vivência de basquetebol a todas as crianças de Soutocico.