Deteção de talentos - O método FEB
 
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Deteção de talentos - O método FEB

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Josep Bordas“O princípio fundamental do método FEB nas suas primeiras etapas (formação e deteção de talentos), é que os jogadores jovens joguem, por quanto mais se joga, mais se aprende.

O jogador é o mais importante, o jogo o fará Jogador.”
Josep Bordas
Director do Programa de formação e detecção de talentos da Federação Espanhola de Basquetebol (FEB 1989-2009).

Santa Maria de Collell é um mosteiro, que fica na Catalunha perto de Girona para o interior, completamente isolado no meio duma verdejante paisagem de serra ao sul dos Pirenéus. A aldeia mais próxima do mosteiro, fica a três ou quatro quilómetros, e tem apenas cinco ou seis casas e nem um café tem.

É aqui, neste lugar isolado, no meio de nenhures, que durante uma semana são acolhidos em Julho no final da época 72 jovens, (36 rapazes e 36 raparigas), Sub-12 que irão na época seguinte constituir as primeiras seleções nacionais, masculina e feminina Sub-13 de Espanha.

Curiosamente, ou não, o Sérgio Rosmaninho e eu pudemos observar, que o programa deste evento não diferenciava, na sua essência grandemente dos programas dos jamborees realizados em Portugal, o que diferia fundamentalmente eram os objetivos.

Como nos jamborees, os jovens e os treinadores dormem em camaratas em sacos camas, sem grandes confortos e as rotinas do programa diário são muito semelhantes. Levantar cedo, pequeno-almoço, deslocação para os campos, neste caso ao ar livre. A sessão começa pelo aquecimento que é composto por exercícios e atividades lúdicas ligadas ao basquetebol e terminam o aquecimento sempre com uma sessão de estiramentos. A seguir jogam basquete, com uma lógica de progressão que nos próximos artigos falarei. No final do jogo fazem novamente estiramentos, e vão para a piscina. Segue-se o almoço, uma pausa para a “siesta” ou para se realizarem faseadamente medições antropométricas e algumas avaliações médicas. Depois, até à hora do jantar, deslocam-se novamente para os campos, onde repetem as rotinas da manhã, exceto a ida à piscina. A seguir ao jantar há atividades lúdicas antes de se irem deitar. Se estas rotinas não diferem no essencial muito das rotinas dos jamborees, já os objetivos são completamente diferentes, mas em ambos os casos, o mais importante é a criança. Como os objetivos são distintos, nos jamborees estamos a promover a modalidade e o gosto pela mesma, em Collell, também se respeita a necessidade de diversão das crianças, mas a tarefa principal dos treinadores é detetar o talento dos jovens. Como vem expresso nos princípios metodológicos para os treinadores presentes em Collell. “Não devemos encarar esta concentração, como se tratasse de um Campus ou de um Clinic. As sessões e os jogos têm de servir como um campo de observação.”

Para os treinadores melhor poderem desempenhar esta tarefa, os rapazes e as raparigas treinam separadamente. Enquanto eu segui a par e passo o trabalho dos rapazes, o Sérgio seguiu o trabalho realizado com as raparigas. No final do dia trocávamos impressões e percebíamos que o trabalho era muito idêntico.

Para esta tarefa, Federação Espanhola paga e mobiliza os seguintes recursos humanos: Trinta treinadores, 2 professores de educação física que também são treinadores de basquete e que conduzem os aquecimentos, 2 médicos, 4 fisioterapeutas, 4 elementos com tarefas administrativas e animadores, para dirigirem as atividades lúdicas à noite. Os treinadores são divididos em dois grupos de 15. Em cada grupo de 15 há 3 treinadores que coordenam os 12 treinadores que enquadram os jovens. Nos rapazes, que eu acompanhei mais de perto, os coordenadores eram o José Silva, atual diretor do programa, o Rafael Gallinato treinador que há mais anos vai a Collell e o Paco Torres, diretor da revista Gigantes, que ainda em Collell tive o privilégio de entrevistar. “Fazer parte da história 29 Julho de 2011.

Caso este artigo vá despertando a curiosidade dos leitores, coloquem-me as vossas perguntas ou por email ou mesmo nos comentários dos artigos. No final desta série de artigos, que tentarei a ilustrar com entrevistas dos treinadores intervenientes em Collell, responderei sempre que souber à vossa curiosidade.
 

Comentários 

 
+5 #9 San Payo Araújo 23-03-2012 01:18
Parte 4

No entanto como são crianças eles tem e podem ter cantigas e outras actividades lúdicas realizadas por animadores especializados, à noite quando os treinadores se juntam para analisarem e avaliarem os jogadores que estiveram a observar durante o dia. Collell é uma estrutura altamente profissionaliza da, com médicos, fisioterapeutas , prefessores de educação, fisica, treinadores e administrativos . Nos jamborees o grupo de treinadores é um pouco de tudo mas em ambos os casos, com objectivos diferentes, o mais importante é a criança, E talvez seja esse o segredo do sucesso dos dois eventos, tão diferenciados e semelhantes.
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+5 #8 San Payo Araújo 23-03-2012 01:11
Parte 3

Mas para responder concretamente à sua pergunta informo, que não, na fase do treino de basquete não há cantigas.Na parte dos treinos de basquete eles tem como nos jamborees exercícios de cariz lúdico, relacionados com basquete, no aquecimento e tem como nos jamborees o grito, mas que neste caso já visa unificar o basquetebol espanhol, e fazer desaparecer as rivalidades autonómicas bem mais evidentes no país vizinho. Este aspecto será também referenciado em artigos posteriores.

Mas não no treino não tem cantorias, que dêem a informação e ajudem a compreensão do que é por exemplo a tripla-ameaça. Ao contrário dos jamborees, não há crianças, a não ser num caso muito excepcional que chegue a Collell sem saber o que é a tripla ameaça.
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+5 #7 San Payo Araújo 23-03-2012 00:58
Parte 2

Nos jamborees os objectivos ainda passam muito por criar o gosto pela modalidade, nomeadamente em terras onde esta é pouco divulgada, pelo que as estratégias são forçosamente diferentes, Se eu vivesse na Lituânia, onde as crianças antes de quererem ser jogadores de futebol, querem ser jogadores de basquete, não utilizava as mesmas estratégias.
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+5 #6 San Payo Araújo 23-03-2012 00:52
Parte 1

Caro João Medeiro

Obrigado pelo seu comentário. Como referi os objectivos do trabalho em Collell e nos jamborees são completamente distintos,

Em Collell eles já estão numa fase, em que estão à procura de jovens com potencial para formarem a selecção de Espanha de Sub-13, que será a base, como explicarei nos próximos artigos, da primeira selecção Espanhola para ir no futuro, aos campeonatos da Europa de Sub-16, A selecção que sai de Collell não é um grupo estanque, mas será dependendo da capacidade de observação dos treinadores de Collell, sempre a base da selecção, com todas as vantagens que daí advém como mais tarde explicarei.
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+6 #5 João Medeiro 22-03-2012 23:48
Excelente artigo sobre a sua experiência junto da Federação Espanhola de Basquetebol. Acompanho na medida do possivel os artigos que escreve e já o vi algumas vezes a falar sobre basquetebol.
Sei que gosta muito de mesclar basquetebol com momentos mais lúdicos como a musica.
A minha pergunta é, que tipo de musicas é que eles cantam lá com os miudos mais novos? Eles também trabalham muito com musica ou é apenas basquetebol.
Um admirador seu,

João Medeiro
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+5 #4 João Ribeiro 21-03-2012 00:28
Se há relatos que me fascinaram até hoje, o de Collel foi um deles. Para quando uma ideia destas em Portugal? Não seria interessante reconhecer uma das associações do interior (Bragança, Vila Real, Castelo Branco ou Alentejo) realizando aí um evento desta natureza? Quando será realizado um estudo dos atletas que passaram pelas seleções nacionais e que passaram igualmente pelos Jamborees ou Memoriais?
Não estará talvez na altura de deixarmos de lado o preconceito que um Jamboree é apenas um momento de ensaio de cantigas e joguinhos infantis? O que realmente tem trazido os Jamborees para o nosso Basquetebol? Conseguiremos responder claramente a esta pergunta? Eu felizmente consigo...
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+6 #3 João Ribeiro 21-03-2012 00:16
Se há coisas que me fascinaram até hoje foi poder ouvir o relato apaixonado do San Payo Araújo sobre a sua experiência em Collel. Hoje, ao ler o artigo, mais fascinado fiquei sabendo que muito provavelmente a Federação Portuguesa de basquetebol não gastaria muito dinheiro realizando um evento destes...provavelmente até num Mosteiro! Ou num local onde nunca se tivesse falado de basquetebol. Haveria com certeza muito interesse de Associações como Bragança, Vila real, Castelo Branco ou Alentejo verem o seu nome associado a um evento desta natureza.
mas como ainda não é possível sonhar desta forma, parece-me que está na altura de reconhecer o papel que os Jamborees têm tido na descoberta de crianças que um dia poderão vir a jogar na seleção nacional de sub-16
Este será o desafio para o nosso San Payo. Que atletas estão hoje nos trabalhos de seleção nacional, CAR´s e afins que um dia passaram pelo Memorial Mário Lemos e Jamborees? A Federação tem uma relação destes dados?
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+6 #2 San Payo Araújo 20-03-2012 19:08
Caro Henrique obrigado por aceitares o meu desafio. Por aumentar a interactividade , prefiro que as pessoas façam como fizeste pôr a questão aqui. Já recebi outra pergunta por email.

Certamente não saberei responder a todas as perguntas com exactidão, mas farei uma recolha das perguntas, que me fizerem e tentarei fazer entrevistas com os responsáveis do programa,para assim melhor poder esclarecer todas as questões.

Já tenho um entrevista acordada com o Rafael Gallinato que em princípio sairá depois da Pascoa.
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+6 #1 Henrique Santos 20-03-2012 17:26
Olá San Payo, de facto, vivenciar uma experiência desse género será muito interessante tal como é a dos jamboree's. O relato indirecto do conteúdo, dos princípios, objectivos e clima que se vive nesse programa será de utilidade para todos os que gostam de basquetebol e da formação em particular. Cá estarei a acompanhar os artigos sobre o tema. Para já uma pergunta: e como se enquadram os talentos detetados mais tardiamente?
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