Collell é uma peça de grande importância dum enorme puzzle com uma lógica interna, do muito bem estruturado e definido método FEB.
No essencial vou, durante estes artigos sobre a deteção de talentos, continuar a centrar-me fundamentalmente, naquilo que conheço melhor e pude observar. No entanto, Collell, como peça de um puzzle, depende de outas peças que também irei abordar, não de uma forma tão aprofundada.
Para compreendermos melhor o que se passa em Collell é também necessário saber o que no método FEB está a montante e a jusante de Collell. Uma das coisas que mais me impressionou na semana que estive em Espanha, foi perceber que a FEB sabe exatamente o que quer, qual o rumo que deve seguir e como relatarei em artigos posteriores, vai conseguindo em função disso fazer ajustamentos no seu método.
Em termos de brincadeira, costumo dizer que a teoria é quando tudo sabemos, mas nada funciona; e a prática é quando tudo funciona mas ninguém sabe porquê. Quando juntamos a teoria à prática, duas coisas podem acontecer, nada funciona e ninguém sabe porquê, ou tudo funciona e todos sabemos porquê. O método FEB é um claro caso de sucesso, e Collell é uma fase desse método muito importante, pois é aqui, que são detetadas muitas estrelas do basquetebol espanhol, e cerca de 80% dos jogadores, que vão durante anos permanecer nas seleções jovens de Espanha, até aos Sub-20. A título de exemplo, no ano passado, nas seleções de Sub-20 masculina e feminina, campeãs da Europa, 8 e 9 entre os 12 jogadores e jogadoras, que constituíram as seleções espanholas, respetivamente da seleção masculina e feminina, tinham sido detetados em Collell, onde também nasceram, entre muitas outras, estrelas como, Ricky Rubio, Rudy Fernandez, Juan Carlos Navarro, Marc Gasol, Alba Torrens, Marta Fernandez e Silvia Dominguez.
Em Collell fui um privilegiado, não apenas pela forma acolhedora e fraterna como fui recebido e integrado nos trabalhos que estavam a decorrer, o que me permitiu mais do que observar a prática, participar ativamente em todo o processo, mas principalmente porque tive a oportunidade de numa longa conversa com Josep Bordas, que como referi já não é o responsável por este programa, compreender na íntegra a filosofia e teoria subjacente ao trabalho de deteção de talentos aqui realizado, por outras palavras pude conhecer a teoria e a prática,
Nos próximos artigos irei descrever a parte prática, depois relatarei a minha longa e fascinante conversa com Josep Bordas e finalizarei todo esta sequência de artigos, com uma breve informação do que está a montante e a jusante de Collell: esta importante peça do puzzle do método FEB.
