Cetinje (Montenegro) – No terceiro dia nesta cidade montenegrina a temperatura baixou para 18º C, após uma noite de tempestade com muita chuva, trovões e relâmpagos.
Mas atenção porque houve pessoal que não deu por nada… A selecção treinou à mesma hora da véspera (apronto com a duração de uma hora no final da manhã) tendo cumprido a programação estruturada pela equipa técnica. À tarde, antes do 2º jogo de preparação, houve visionamento do vídeo do confronto da véspera para correcção dos erros cometidos e estabelecimento de estratégias, tendo em vista conseguir-se uma melhor prestação ante a forte congénere de Montenegro.
A atitude da selecção portuguesa modificou-se para melhor, a arbitragem embora continuasse a não agradar particularmente na 1ª parte não foi tão desastrada como na véspera e deste modo conseguimos que Montenegro fizesse menos rotação do banco, tendo o seu seleccionador mantido em campo a sua base Jelena Skerovic durante os 40 minutos. Deste conjunto de variáveis resultou uma boa actuação das comandadas de Ricardo Vasconcelos, nomeadamente na 2ª metade, em que vencemos ambos os períodos (25-34).
Nos 10 minutos iniciais (23-11) a classe de Skerovic fez a diferença a marcar, a roubar bolas e a assistir, enquanto Dubljevic também era eficaz no ataque. A reacção lusa após um desconto de tempo ao minuto 5 (10-2) obrigou Miodrag Baletic a colocar em campo a poste Perovanovic, que não entrara no cinco inicial, o que fez mossa às nossas representantes.
Reentrando muito forte no 2º quarto (22-12), as anfitriãs sempre sob a batuta de Skerovic chegaram num instante a 32-13 (minuto 13), o que obrigou o treinador luso a parar o cronómetro, sem grandes resultados de imediato porque a vantagem montenegrina mantinha-se na casa dos 20 pontos (37-17), com a mão quente de Jovanovic (7 pontos consecutivos) a fazer estragos. Dois triplos seguidos de Carla Nascimento reduziram o prejuízo para 16 pontos (39-23), mas as anfitriãs aproveitando alguns erros nossos criaram situações de superioridade numérica para repor a diferença acima da vintena ao intervalo (45-23).
No reatamento as coisas melhoraram tanto do ponto de vista defensivo como ofensivo. Defendendo com grande agressividade e atacando com mais clarividência, Portugal soube escolher as melhores situações de tiro exterior (4 triplos no 3º período, que vencemos por 18-22), a cargo de Carla Freitas (2), Carla Nascimento e Joana Lopes, alternando também com bons movimentos na área pintada, que deram cesto. Aos 50-33 mais um desconto de tempo para Montenegro , mas a mão quente das atiradoras lusas não arrefecia, baixando a fasquia para 12 pontos (53-41), no minuto 26. Aí foi altura de a arbitragem inventar algumas decisões no mínimo discutíveis e a vantagem da equipa da casa a disparar para 18 no final do 3º período (63-45).
No último quarto (7-12) conseguimos voltar a vencer o parcial, com base numa grande atitude defensiva aliada a grande colectivismo em termos ofensivos, com mais 2 triplos da autoria de Ana Oliveira e Carla Freitas e duplos das jogadoras interiores.
Resultado final: Montenegro 70-57 Portugal
Para Ricardo Vasconcelos “ A primeira ilação a tirar é o carácter com que abordámos este jogo e a capacidade de reagir dum dia para o outro. Fomos uma equipa muito melhor que a de ontem, quer tacticamente quer na atitude. Contudo e apesar de estarmos a melhorar do ponto de vista físico, ainda estamos numa fase de crescimento táctico, o que transmite alguma inconsistência ao longo do jogo, de que é exemplo o número elevado de turnovers (24)”. “Houve uma melhoria nítida do ponto de vista defensivo, nomeadamente na 2ª parte”, finalizou o seleccionador nacional.
Destaque nas vencedoras para o desempenho da base Jelena Skerovic, MVP do encontro (24,0 de valorização), ao contabilizar 17 pontos, 4/6 nos duplos, 3/9 nos triplos, 6 ressaltos sendo metade ofensivos, 5 assistências, 4 roubos, 1 desarme de lançamento e 4 faltas provocadas. Foi bem secundada por Iva Perovanovic (9 pontos, 4/5 nos duplos, 4 ressaltos sendo metade ofensivos, duas assistências, 2 roubos e 3 faltas provocadas) e Jelena Dubljevic (12 pontos, 7 ressaltos sendo 2 ofensivos, 4 assistências, 2 roubos e duas faltas provocadas).
No colectivo luso a mais valiosa foi a poste Sofia Carolina (6 pontos, 7 ressaltos sendo 3 ofensivos, duas assistências, 1 roubo e duas faltas provocadas). Foi bem acompanhada por Carla Freitas (11 pontos, 3/6 nos triplos e 2 ressaltos defensivos), Carla Nascimento (11 pontos, 3/6 nos triplos, uma assistência, 2 roubos e 2 ressaltos defensivos), Débora Escórcio (6 pontos, 5 ressaltos sendo 3 ofensivos, uma assistência , 2 roubos e 3 faltas provocadas)e Joana Lopes (5 pontos, 1/1 nos triplos, 3 ressaltos defensivos, duas assistências e duas faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres).Em termos globais a vitória de Montenegro justifica-se basicamente pela maior eficácia nos lançamentos de campo (47%-39%), nomeadamente nos duplos (54%-38%), pelo menor número de erros (19-24 turnovers), pelo maior número de roubos (12-10), por ter sido mais colectiva (16-9 assistências) e por ter provocado mais faltas (19-12), indo à linha de lance livre muito mais vezes que as portuguesas (10/19 contra 2/2).
Portugal esteve mais certeiro nos tiros do perímetro (33%-41%), com 9 triplos em 22 tentativas contra 6 em 18 tentados e equilibrou a luta das tabelas (26-26 ressaltos), capturando 8 ressaltos ofensivos contra 10 das adversárias.
Ficha de jogo
Montenegro (70) – Jelena Skerovic (17), Snezana Alesic (5), Jelena Dubljevic (12), Milica Jovanovic (12) e Natasa Popovic (1); Iva Perovanovic (9), Ana Baletic (5), Ana Turcinovic (7), Jelena Culafic (2), Maja Milutinovic , Milica Milosevic e Sanja Knezevic
Portugal (57) – Carla Nascimento (11 ), Joana Lopes (5), Ana Oliveira (5), Sara Filipe (4) e Sofia Carolina (8); Tamara Milovac (3), Carla Freitas (11), Débora Escórcio (6), Michelle Brandão, Daniela Domingues (2), Mª João Correia (4) e Larisse Lima
Por períodos: 23-11, 22-12, 18-22, 7-12
Árbitros: Karolina Radinovic, Vladan Turcinovic e Marko Lekic
A comitiva portuguesa regressa a Lisboa amanhã (4ª feira). Há que levantar cedinho, pois a saída do autocarro que nos leva até ao Aeroporto de Podgorica está marcada para as 05H30. A partida para Viena é às 08H05 no voo YM500 com chegada à capital austríaca às 09H35. Depois uma longa espera de quase 5 horas até à saída do voo TP691 (14H20), com destino a Lisboa (chegada prevista para as 16H50).