Começamos esta apresentação das equipas participantes nos Jogos Olímpicos pela última a garantir o bilhete para Londres, a selecção da Nigéria.
As super-águias garantiram o apuramento há apenas algumas semanas ao terminarem em 3º lugar no derradeiro torneio de qualificação olímpico, que decorreu na Venezuela. E pode-se dizer que foi com alguma surpresa que o fizeram, eliminando ao longo da prova conjuntos como a Grécia ou a Republica Dominicana e conseguindo uma extraordinária vitória sobre a Lituânia, que também se viria a qualificar. O nível de entrega, intensidade e empenho colocado em campo pelos nigerianos ao longo do torneio, e sobretudo após a derrota na jornada inaugural diante da equipa da casa, a Venezuela, foi notável e a grande razão para o seu sucesso. Era uma oportunidade de uma vida e os nigerianos não a deixaram escapar.
Para chegar a este torneio de qualificação, a Nigéria conseguiu-o através do 3º lugar no Afrobasket 2011, obtido com uma selecção bem diferente da que se apresentou na Venezuela. Do conjunto que no ano passado conquistou a posição mais baixa do pódio em Madagáscar, restam apenas três elementos: Derrick Obasohan, Ejike Ugboaja e Olumide Oyedeji. Para este ano o treinador Ayo Bakaré revolucionou a equipa e reforçou-a com elementos importantes como Ike Diogu, decisivo no jogo de apuramento contra os Dominicanos e os irmãos Aminu, Alade e Al-Farouq, este último escolhido na oitava posição do draft de 2010 da NBA. Actualmente ao serviço dos New Orleans Hornets, Al-Farouq Aminu assume-se como a grande figura desta selecção.
Entre os 12 escolhidos para Londres, há ainda a realçar a presença de Richard Oruche, atleta que já passou pelo Ginásio e que no ano passado defendeu as cores da Académica de Coimbra. Oruche é aliás o único jogador que alinhou numa equipa poruguesa na época passada a participar nestes Jogos Olímpicos. Outra curiosidade desta selecção é o facto dos seus 12 jogadores alinharem em 11 países distintos, desde Israel a Porto Rico, passando pela Alemanha à Venezuela, China ou Irão, entre outros.
Mas será que esta globalidade evidenciada pelos basquetebolistas nigerianos é elucidativa da evolução do seu nível de basket nos últimos anos? A verdade é que o nível de basquetebol em território nigeriano não evoluiu assim tanto. O que se passou foi um forte investimento em recrutar atletas de ascendência nigeriana, nascidos e formados nos Estados Unidos da América para representar a selecção da Nigéria. De facto, dos 12 seleccionados para competir em Londres, apenas 3 nasceram em solo nigeriano, tendo os restantes 9 elementos nascido na América.
É esta a principal razão para a ascenção da selecção nigeriana nos últimos anos e consequentemente do nível do basquetebol do país.
O que poderão fazer em Londres? À partida entram como outsiders e deverão discutir com a Tunísia o 5º lugar do grupo A. No entanto, se ainda no outro dia ganharam à Lituânia, porque não sonhar com uma surpresa, e quem sabe atingir os quartos-de-final...
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